Torre de Siloé

A Torre de Siloé é mencionada exclusivamente no Evangelho de Lucas 13:4, quando Jesus a utiliza como exemplo em seu ensino sobre arrependimento e sofrimento.

Localizava-se em Jerusalém, provavelmente perto do Tanque de Siloé no sudeste da Cidade de Davi, uma área associada à fonte de Giom, vital para o abastecimento de água.

No relato, Jesus se refere a um evento trágico recente: “Ou cuidais que aqueles dezoito sobre os quais desabou a torre de Siloé e os matou eram mais culpados que todos os outros habitantes de Jerusalém? Não, vos digo; antes, se não vos arrependerdes, todos de igual modo perecereis” (Lucas 13:4-5, ARC).

A estratégia retórica empregada por Jesus era não de explicar a causa da tragédia, provavelmente vista como uma punição divina por pecados específicos das vítimas. Assim, refuta essa crença, desassociando a calamidade do infortúnio individual e direcionando a atenção de todos para a urgência do arrependimento universal diante da fragilidade da vida e da morte iminente. A queda da torre, um acidente sem inimigos ou interesses políticos, ilustra a condenação geral e da necessidade de salvação.

A arqueologia na área revelou ruínas poderiam ser a base de uma torre, circular e com aproximadamente seis metros de diâmetro, o que poderia corroborar a existência de tal estrutura. O evento da Torre de Siloé, juntamente com o massacre de galileus por Pilatos (Lucas 13:1-3), demonstra a postura crítica de Jesus contra a ideologia que criminalizava as vítimas de tragédias, além do tema lucano na necessidade de conversão imediata para evitar a perdição eterna.

BIBLIOGRAFIA
Buchanan, G. W. (2003). The Tower of Siloam. The Expository Times, 115(2), 37-45. https://doi.org/10.1177/001452460311500201

Teologia ectipal

A teologia ectipal, um conceito na teologia reformada, refere-se ao conhecimento análogo e derivado de Deus que é estabelecido por Ele para a humanidade.

Diferente do conhecimento “arquetipal” (o conhecimento pleno e inerrante que Deus tem de Si mesmo), o conhecimento ectipal é uma comunicação da verdade divina que é acomodada à nossa compreensão humana, finita e pecaminosa. Essencialmente, é a maneira como Deus se revela a nós, adaptando Sua verdade infinita e complexa às nossas capacidades cognitivas limitadas, por meio de Sua Palavra revelada e de Sua providência.

Essa acomodação não implica que o conhecimento ectipal seja menos verdadeiro ou confiável; pelo contrário, ele é verdadeiro e suficiente para a salvação e para o viver piedoso, pois é o próprio Deus que o comunica. Ele nos permite ter um conhecimento genuíno de Deus, embora não exaustivo. A teologia ectipal reconhece que a linguagem humana, as categorias de pensamento e as experiências são moldadas por nossa finitude, e Deus, em Sua graça, utiliza esses meios para se relacionar conosco.

Em termos práticos, a teologia ectipal se manifesta nas Escrituras. A Bíblia seria a forma principal pela qual Deus revela Seu conhecimento ectipal. Os textos bíblicos usam linguagem humana, metáforas, narrativas e conceitos acessíveis para nos ensinar sobre a natureza de Deus, Seus atributos, Seus propósitos e Seus mandamentos. A revelação natural, por meio da criação, também oferece um conhecimento ectipal de Deus, embora de forma mais geral.

Este conceito serve para ressaltar tanto a transcendência de Deus (Seu conhecimento arquetipal é inatingível para nós em sua totalidade) quanto Sua imanência e graça (Ele escolhe se comunicar conosco de forma compreensível). Ao mesmo tempo, ele estabelece uma humildade epistemológica no estudo da teologia, reconhecendo que nossa compreensão de Deus é sempre parcial e mediada. A teologia ectipal, portanto, orienta o estudo bíblico e teológico a buscar a verdade revelada com reverência, sabendo que estamos lidando com um conhecimento divino que nos foi graciosamente concedido de uma forma que podemos apreender e que é, ao mesmo tempo, fiel à natureza inefável de Deus.

Tizita

O termo “tizita” foi uma alcunha dada a Jedial, filho de Sinri, e provavelmente também a Joá, seu irmão. Ambos são mencionados nas listas dos valentes guerreiros do rei Davi, indicando sua bravura e lealdade ao monarca.

Jedial, o tizita, é nomeado entre os heróis do exército de Davi em 1 Crônicas 11:45. A designação “o tizita” sugere que essa alcunha era uma característica distintiva pela qual Jedial era conhecido.

Joá, irmão de Jedial, também é mencionado na mesma lista, e a inferência de que ele também era conhecido como “o tizita” é feita com base em sua proximidade a Jedial na listagem e na prática comum de irmãos compartilharem designações familiares ou de origem. Sua inclusão entre os valentes de Davi atesta seu valor militar.

A origem ou o significado preciso da alcunha “tizita” não são explicitamente detalhados nas Escrituras. Pode ter se referido a sua cidade natal, a alguma característica pessoal, ou a uma distinção familiar. O uso de alcunhas era comum na antiguidade para identificar indivíduos, especialmente em contextos militares ou genealógicos.