Olaudah Equiano

Olaudah Equiano (c. 1745–1797) foi um líder abolicionista e escritor nigeriano-britânico, conhecido por sua autobiografia, The Interesting Narrative of the Life of Olaudah Equiano (1789), que desempenhou um papel significativo na luta contra a escravidão no Reino Unido. Nascido em uma região que hoje corresponde ao sul da Nigéria, Equiano foi sequestrado e vendido como escravo aos dez anos de idade. Após ser transportado para as Américas, ele foi comprado por um capitão britânico, que o levou para o Caribe e depois para a América do Norte.

Durante os anos de cativeiro, Equiano foi vendido várias vezes, e em cada transação ele experimentou diferentes aspectos da vida escravizada. Sua educação e habilidades, incluindo o aprendizado de inglês e navegação, permitiram-lhe eventualmente comprar sua liberdade em 1766, após trabalhar como marinheiro e comerciar. Uma vez livre, Equiano se dedicou à promoção dos direitos dos africanos e ao movimento abolicionista, utilizando sua experiência de vida como ferramenta para denunciar a brutalidade da escravidão.

Em sua autobiografia, Equiano narra suas memórias da captura e das condições nas plantações, detalhando também seu desenvolvimento intelectual e sua conversão ao cristianismo. O livro se tornou um dos primeiros relatos de uma pessoa negra sobre a experiência da escravidão, com grande impacto na opinião pública da época. Equiano foi ativo no movimento abolicionista britânico, usando sua história para mobilizar apoio contra a escravidão.

Além de sua obra literária e ativismo, Equiano também trabalhou para garantir a melhoria das condições de vida de outros africanos e apoiou diversas causas, incluindo a educação e o fortalecimento das comunidades negras na Grã-Bretanha. Ele morreu em 1797, e embora sua obra tenha sido esquecida por algum tempo, sua narrativa tornou-se um marco na história da literatura e do movimento abolicionista.

BIBLIOGRAFIA

Carretta, Vincent. “Olaudah Equiano and Black Evangelicals.” The Oxford Handbook of Early Evangelicalism, edited by Jonathan Yeager, Oxford University Press, 2022.

Elizabeth Cady Stanton

Elizabeth Cady Stanton (1815-1902) foi uma sufragista cristã americana. Como ativista dos direitos das mulheres dedicou sua vida a defender a igualdade de gênero.

Nascida em Johnstown, Nova York, Stanton foi criada em uma família cristã devota e frequentou o Troy Female Seminary de Emma Willard. Nessa escola, desenvolveu um compromisso apaixonado pela educação feminina e justiça social.

Apesar de sua campanha pelo abolicionismo, Stanton ainda expressava formas de preconceitos raciais.

As experiências de Stanton como mulher e mãe alimentaram sua defesa dos direitos das mulheres, e ela se tornou uma voz importante no feminismo ocidental. Ao lado de Susan B. Anthony, Stanton co-fundou a Associação Nacional de Sufrágio Feminino e participou da elaboração da Declaração de Sentimentos, que pedia o direito das mulheres ao voto e outros direitos legais e sociais.

Notando viéses contra mulheres nas Bíblias então publicadas, Stanton convindou várias líderes para comentarem as Escrituras sob perspectiva femina. O resultado foi The Woman’s Bible (1895), um comentário que ainda hoje contém reflexões importantes para a exegese.

A formação cristã de Stanton moldou sua crença no valor e dignidade inerentes de cada indivíduo, independentemente de gênero ou outras identidades. Ela viu a opressão das mulheres como uma questão moral e trabalhou incansavelmente para promover os direitos das mulheres por meio de ativismo não violento e engajamento político.