Hastings Rashdall

Hastings Rashdall (1858-1924) foi um filósofo e teólogo anglicano inglês.

Rashdall iniciou sua carreira acadêmica na Universidade de Oxford, onde ganhou uma bolsa para estudar clássicos. Mais tarde, passou a estudar teologia e filosofia na Universidade de Marburg, na Alemanha. Depois de retornar a Oxford, tornou-se membro do New College e mais tarde atuou como professor de filosofia moral.

O pensamento teológico de Rashdall foi conexo com o evangelho social, que enfatizou a importância da justiça social e da reforma no cristianismo. Para ele, a fé cristã exige o compromisso de melhorar a vida dos outros e que a justiça social deve estar no centro da ética cristã.

As contribuições de Rashdall para a teologia cristã incluem seu livro “The Idea of Atonement in Christian Theology” (1919), no qual critica as teorias dominantes da expiação e defende uma compreensão mais ética e social do sacrifício de Cristo.

Discutiu sobre a relação entre religião e política, argumentando que o cristianismo requer um compromisso com a reforma social e que a igreja deveria estar ativamente envolvida no processo político.

O trabalho de Rashdall em ética inclui seu livro “The Theory of Good and Evil” (1907), que explora a natureza da bondade moral e defende uma compreensão pluralista dos valores éticos.

Charles Hartshorne

Charles Hartshorne (1897 – 2000) foi um filósofo americano que formulou o teísmo neoclássico.

Um filósofo da teologia do processo, Hartshorne propôs uma prova modal da existência de Deus oriunda do argumento ontológico de Anselmo.

Proponente de um pan-en-teísmo, Deus não seria idêntico ao mundo, mas Deus também não estaria completamente independente do mundo. O mundo estaria contido em Deus.

Estudou na Universidade de Harvard , onde obteve os graus de BA (1921), MA (1922) e PhD (1923)– um ano de distância entre uma titulação e outra. Continuou seus estudos na Universidade de Freiburg e Universidade de Marburg, sob influências de Husserl e Heidegger. Criado como episcopal, também frequentava congregações unitárias-universalistas.

John Mbiti 

John Samuel Mbiti (1931–2019) foi um teólogo e sacerdote anglicano queniano.

Mbiti empregou o conhecimento oriundo das expressões religiosas, culturais e filosofias tradicionais africanas em seus escritos. As obras de Mbiti continham uma perspectivas africanas na teologia e desafiavam os preconceitos ocidentais.

Anglicanismo

O anglicanismo é um ramo da cristandade que reivindica a continuidade das tradições históricas do cristianismo surgido na Inglaterra e, de lá, para o mundo. Com a separação da Igreja da Inglaterra de outras autoridades (como o papado) durante a Reforma, essa denominação ganhou características próprias, sendo chamada de via média entre o catolicismo e o protestantismo.

As bases doutrinárias são os credos Apostólico e Niceno, os 39 Artigos de Religião, a leitura da Bíblia em vernáculo, a celebração do batismo e da Eucaristia, bem como o tríplice ofício eclesiástico de diácono, presbítero e bispo. O Livro de Oração Comum ou equivalente unifica a espiritualidade e liturgia anglicanas. Mantém uma visão positiva do direito canônico. A Conferência de Lambeth, um encontro decenial das igrejas anglicanas globais, é um marco unificador. Permite uma amplitude de diversidade teológica e litúrgica ao redor do mundo, resultando em diversas vertentes anglicanas — tradicionalistas da Igreja Alta, evangelicals da Igreja Baixa, latitudinários da Igreja Ampla, além de carismáticos, reformados, anglo-católicos e outros.

O monarca inglês mantém o ofício de Defensor da Fé, como líder secular da Igreja da Inglaterra. O Arcebispo da Cantuária mantém uma posição de primeiro entre seus pares, líderes de outras igrejas nacionais da Comunhão Anglicana. Em alguns países são chamados de epicospais ou episcopalianos. No Brasil, estão presentes com a Igreja Episcopal Anglicana. Em Portugal estão organizados na Igreja Católica Evangélica Lusitana.

Há vertentes anglicanas independentes que observam alguns elementos denominacionais anglicanos.

BIBLIOGRAFIA

Afonso, José António, et al. “A Igreja Lusitana Católica Apostólica Evangélica (ILCAE)–das encruzilhadas sociojurídicas à afirmação de uma identidade religiosa, por José António Afonso.” Laicidade, Religiões e Educação na Europa do Sul no Século XX (2013): 71.

Calvani, Carlos Eduardo B. “Anglicanismo no Brasil”. Revista USP, São Paulo, n.67, p. 36-47, setembro/novembro 2005.

Chapman, Mark. Anglicanism: A very short introduction. Vol. 149. Oxford University Press, 2006.

Ross, Cathy (org.). Missão que amplia a vida: perspectivas globais da comunhão anglicana. Editora IEAB.

Joseph Mede

Joseph Mede (1586-1638) foi um filólogo, teólogo e exegeta inglês de orientação anglicana.

Mede screveu uma interpretação escatológica em um comentário do Apocalipse, Clavis Apocalyptica. Nessa obra, fez algumas previsões para o retorno de Cristo, uma delas para 1712.

Foi pioneiro em considerar possessões demoníacas como doenças mentais e propôs que o Livro de Zacarias teve mais de um autor.

Considerava o dia do juízo como um período de mil anos, precedido pela ressurreição dos mártires e sua admissão ao céu. Esse período seria um período de “paz mais feliz” para a Igreja na terra, mas rejeita expressamente um reino terrestre de Cristo.

Foi um proponente da tolerância de divergência de opiniões.

‘Eu nunca me vi propenso a mudar minhas afeições sinceras a alguém por mera diferença de opinião.’

‘Não posso acreditar que a verdade possa ser prejudicada pela descoberta da verdade.’

BIBLIOGRAFIA

Mead, Joseph by Alexander Gordon. Dictionary of National Biography, 1885-1900, Volume 37

James Eustace Purdie

James Eustace Purdie (1880-1977)  foi um educador pentecostal canadense.

Originalmente um vigário anglicano educado no Wycliffe Theological College em Toronto, abraçou a Obra do Espírito Santo conforme o entendimento pentecostal. Foi apontado e dirigiu a primeira escola bíblica pentecostal canadense. Foi autor de um catecismo que em 1953 foi traduzido e publicado para o benefício das igrejas na Itália.

BIBLIOGRAFIA

Purdie, J. Eustace. Principi Di Dottrina e Di Fede. Translated by Eliana Rustici. Roma: Edizioni “Scuola Domenicale,” 1953.

Valcourt, Stephen. James Eustace Purdie: the man who swam against the tide of anti-intellectualism in Canadian Pentecostalism.  2018  https://abundantsprings.church/blog/james-eustace-purdie-the-man-who-swam-against-the-tide-of-anti-intellectualism-in-canadian-pentecostalism

Elizabeth Cady Stanton

Elizabeth Cady Stanton (1815-1902) foi uma sufragista cristã americana. Como ativista dos direitos das mulheres dedicou sua vida a defender a igualdade de gênero.

Nascida em Johnstown, Nova York, Stanton foi criada em uma família cristã devota e frequentou o Troy Female Seminary de Emma Willard, onde desenvolveu uma paixão pela educação feminina e justiça social.

Apesar de sua incansável campanha pelo abolicionismo, Stanton ainda expressava formas de preconceitos raciais.

As experiências de Stanton como mulher e mãe alimentaram sua defesa dos direitos das mulheres, e ela se tornou uma voz importante no feminismo ocidental. Ao lado de Susan B. Anthony, ela co-fundou a Associação Nacional de Sufrágio Feminino e desempenhou um papel fundamental na elaboração da Declaração de Sentimentos, que pedia o direito das mulheres ao voto e outros direitos legais e sociais.

Notando viéses contra mulheres nas Bíblias então publicadas, Stanton convindou várias líderes para comentarem as Escrituras sob perspectiva femina. O resultado foi The Woman’s Bible (1895), um comentário que ainda hoje contém reflexões importantes para a exegese.

A formação cristã de Stanton moldou sua crença no valor e dignidade inerentes de cada indivíduo, independentemente de gênero ou outras identidades. Ela viu a opressão das mulheres como uma questão moral e trabalhou incansavelmente para promover os direitos das mulheres por meio de ativismo não violento e engajamento político.

Sarah Trimmer

Sarah Trimmer (1741 – 1810) foi uma filantropa e biblista britânica.

Anglicana devota, fundou várias escolas dominicais e escolas de caridade em sua paróquia. Escreveu livros e manuais para iniciar suas próprias escolas, inspirando outras mulheres, como Hannah More, a estabelecer programas de escola dominical e a escrever para crianças e os pobres. Trimmer argumentava que as escolas dominicais deviam ensinar não apenas a ler a Bíblia, mas a raciocinar e tirar conclusões teológicas e políticas.

 Publicou o  A Help to the Unlearned (1805), um comentário em um único volume publicado em 1805 para disseminar o conhecimento bíblico.