Livro das Odes

O livro das Odes, em latim Cantica, é o nome dado pelo biblista Alfred Rahlfs para a antologia de orações e cânticos que aparecem em alguns manuscritos da Septuaginta entre os séculos V a VII.

Não se confunde com o Odes de Salomão. Trata-se de uma compilação de quatorze canções e orações, a maioria das quais retiradas da Septuaginta e do Novo Testamento.

CONTEÚDO

Cântico de Moisés (Êxodo 15:1-19 UE)
Cântico de Moisés (Deuteronômio 32:1–43)
Oração de Ana, mãe do profeta Samuel (1 Samuel 2:1–10)
Oração do profeta Habacuque (Habacuque 3:2-19)
Oração do profeta Isaías (Isaías 26:9-20)
Oração do profeta Jonas (Jonas 2:3–10)
Oração dos três jovens (Daniel 3:26-56)
Cântico dos três jovens (Dn 3:57-88)
Cântico de Maria (Magnificat) (Lucas 1:46-55)
Oração de Zacarias (Benedictus) (Lucas 1:68-79)
Cântico de Isaías (Isaías 5:1-9)
Oração de Ezequias (Isaías 38:10-20)
Oração de Manassés
Oração de Simeão (Nunc dimittis) (Lucas 2:29–32)
Oração vespertina (Gloria in Excelsis Deo), canção cristã primitiva baseada em Lucas 2:14, Salmo 144:2 e Salmo 118:12.

Filha de Sião

Filha de Sião, em hebraico bat Tzion, é uma personificação da cidade e povo de Jerusalém. Há menção no plural que só ocorre em Cantares 3:11, livro onde também aparece a locução “filhas de Jerusalém. A expressão é usada em 26 lugares nas Escrituras Hebraicas e talvez corresponda à palavra de Jesus no caminho do calvário (Lucas 23:28).

Cinco Megillot

Os Cinco Pergaminhos, também conhecidos como Megillot, são uma coleção de cinco livros da Bíblia hebraica que são tradicionalmente lidos durante os festivais judaicos ao longo do ano. Esses pergaminhos, com suas respectivas ocasiões tradicionais de leitura, incluem o Cântico dos Cânticos (Sábado da Páscoa), Rute (Festa das Semanas), Lamentações (Nove de Av), Eclesiastes (Sucote) e Ester (Purim). Embora cada um desses pergaminhos tenha seus próprios temas e mensagens exclusivos, todos eles têm conexões importantes com temas e experiências femininas.

O Cântico dos Cânticos, por exemplo, é um poema de amor que celebra as alegrias e prazeres do amor romântico. É único na Bíblia por suas descrições francas e sensuais de amor e desejo físico, e por retratar uma amante que ativamente busca sua contraparte masculina. O poema desafia os papéis subordinacionistas de gênero e celebra a agência e o desejo das mulheres. Na história da recepção, seu sentido sexual foi diminuído e passou-se a ser lido como uma alegoria das bodas com Israel ou com a Igreja.

O livro de Rute conta a história de uma mulher moabita que migra para Judá e se torna ancestral do rei Davi. A narrativa celebra a lealdade, coragem e desenvoltura das mulheres. Opõe-se a um exclusivismo de etnia e nacionalidade. A fidelidade de Rute para com sua sogra, Noemi, e sua determinação de prover o sustento de ambos por meio de trabalho árduo e perseverança são exemplos de força e resiliência femininas.

O livro de Lamentações fala sobre as experiências dos que sofreram perda e luto. A queda de Jerusalém e do Reino de Judá é referida como filha de Sião (Lm 2:11-15). Os poemas expressam a dor e a angústia de um povo que perdeu suas casas, suas famílias e seu senso de identidade. O conjunto de poemas expressam o luto e a lamentação daqueles que sofreram violência, opressão e injustiça.

O Livro de Eclesiastes discorre sobre o significado e o propósito da vida. Questiona o senso-comum vigente acerca de poder e sucesso na época associada como anseios masculinos. Ao contrário, incentiva a encontrar alegria e contentamento em prazeres e relacionamentos simples, em vez de riqueza material ou status social.

Por fim, o livro de Ester conta a história de uma judia que se torna rainha da Pérsia e usa sua posição para salvar seu povo de uma trama genocida. A bravura, inteligência e desenvoltura de Esther são celebradas como liderança e heroísmo.