Codex Marchalianus

Codex Marchalianus (Siglum Q) é um manuscrito grego da Septuaginta. É importante por conter notas e aparatos, além de versões e recensões distintas.

Boa parte das anotações e correções vão do século VI até o século IX, adicionadas às margens e no texto. São importantes fontes para as anotações da Hexapla.

O manuscrito contém os doze profetas menores nessa ordem: Oseias, Amós, Miqueias, Joel, Obadias, Jonas, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias. Depois seguem Isaías, Jeremias com as Lamentações, Epístola de Jeremias e Baruque, Ezequiel e Daniel com Susana e Bel.

Maior parte do texto segue a recensão Hesiquiana, o Livro de Daniel segue a versão de Teodotion.

O manuscrito originou-se no Egito. No século 12, chegou ao sul da Itália. De lá veio para a França, onde um de seus proprietários era René Marchal. Encontra-se na Biblioteca do Vaticano em Roma desde 1785.

Codex Wizanburgensis

Codex Wizanburgensis, ou mais apropriadamente, Codex Guelferbytanus 99 Weissenburgensis, é um manuscrito medieval com trechos da Vulgata latina e homílias de Agostinho.

Os defensores da inclusão da Comma Johanneum afirmam que existe um manuscrito grego chamado “Codex Wizanburgensis” com essa passagem. Porém, é um manuscrito da Vulgata Latina do século VIII, não grego. Jan Krans-Plaisier (2014) localizou o manuscirto, o qual se trata do manuscrito nr. 99 da coleção Weissenburg na biblioteca Herzog August em Wolfenbüttel, Alemanha. O volume contém homílias de Agostinho, as Epístolas universais, as cartas a Timóteo, Tito e Filémon.

A origem dessa informação inacurada vem de uma edição de Lachmann do NT grego e latino (Berlim, 1842 e 1850) e de um artigo de Robert Lewis Dabney de 1871. No entanto, no manuscrito em questão aparece a seguinte leitura:

“E o espírito é a verdade, porque há três que dão testemunho, o espírito, a água e o sangue. E os três são um. Como também no céu há três o pai, a palavra e o espírito. E os três são um.”

SAIBA MAIS

Herzog August Bibliothek 

http://www.hab.de/ausstellung/weissenburg/expo-15.htm

Krans-Plaisier, Jan. Wizanburgensis Revisited. The Amsterdam NT Weblog. 28 de março de 2014. http://vuntblog.blogspot.com/2014/03/wizanburgensis-revisited.html

Crosby-Schøyen Codex

O Crosby-Schøyen Codex é um dos mais antigos códice existentes, oriundo do Egito.

É datado de cerca de 250, o que indica a ampla adoção do formato de códice para os livros dos primeiros cristãos a partir do século III.

O volume de papiros encadernado foi escrito no dialeto saídico da língua copta de Alexandria, Egito. O Códice consiste em 52 folhas, das quais 16 estão faltando. Em média, cada página mede 15×15 cm e constam 2 colunas de 11 -18 linhas de texto em escrita uncial copta.

O Crosby-Schøyen Codex é contado entre a coleção dos papiros Bodmer, no entando, foi descoberto por camponeses egípcios em 1952, a 12 km a leste do sítio de Nag Hammadi. Pertence à coleção dos papéis de Dishna, que contém 38 livros (rolos e códices). Talvez pertencesse à biblioteca do Mosteiro de São Pacômio.

O códice representa o texto completo mais antigo conhecido de dois livros da Bíblia, Jonas e 1 Pedro. Contém, adicionalmente, a relação dos Mártires Judeus (2 Macabeus 5:27 – 7:41), um texto de Melito de Sardes (Peri Pascha 47 – 105) uma Homilia para a manhã de Páscoa, talvez o mais antigo sermão encontrado.

SAIBA MAIS

https://www.schoyencollection.com/bible-collection-foreword/coptic-bible/crosby-schoyen-codex-ms-193

Codex Bezae

O Codex Bezae Cantabrigensis, designado pela sigla Dea or 05 δ 5 é um importante códice do Novo Testamento datado do século V.

Foi escrito em caligrafia uncial em pergaminho e contém, em grego e latim (versão Vetus Latina), a maioria dos quatro Evangelhos e Atos, com um pequeno fragmento da Terceira Epístola de João.

Está diagramado com uma coluna por página, tem 406 folhas de pergaminho (26 por 21,5 cm), talvez de um original 534, e as páginas gregas à esquerda são latinas à direita.

Acredita-se que o manuscrito tenha sido reparado em Lyon no século IX, onde esteve por muitos séculos na biblioteca monástica de Santo Irineu em Lyon. Durante as Guerras Religiosas da Reforma, o manuscrito foi retirado de Lyon em 1562 e dado a Theodore Beza. Beza doou-o à Universidade de Cambridge.

Textualmente, é muito próximo ao Codex Glazier.

Grandes códices

Os quatro grandes códices são manuscritos de notória importância para a história das Escrituras. São eles Codex Sinaiticus (sigla א ca. 330–360 d.C.), Codex Vaticanus (sigla B; datado de entre 325 e 350 d.C.), Codex Alexandrinus (sigla A; datado de c. 400–440 d.C.) e Codex Ephraemi Rescriptus (sigla C; datado de c.450 d.C.).

Ainda descobertos em épocas e lugares diferentes, os quatro compartilham muitas semelhanças. Foram escritos na caligrafia uncial (em letras maiúsculas), em scriptio continua (sem espaçamento regulares entre as palavras). Somente aparecem poucas divisões entre as palavras nestes manuscritos, tampouco elas não terminam necessariamente na mesma linha em que começam.

O custo de material e de trabalho para a produção desses grandes códices foi alto. Foi escritos em pergaminho (um velinho fino) por escribas profissionais, ao contrário dos numerosos papiros anteriores, boa parte copiados por letrados, mas não escribas profissionais.

No século XIX, o Codex Bezae também foi incluído no grupo dos grandes unciais por biblistas como FHA Scrivener, Burgon. Para Dean Burgon, os cinco grandes unciais (א, A, B, C, D) resultariam de uma inovação redacional alexandrina. Todavia, esta teoria não ganhou o consenso acadêmico da crítica textual do Novo Testamento.

O Codex Alexandrinus foi o primeiro dos grandes manuscritos a se tornar acessível aos estudiosos. Depois, o Codex Ephraemi Rescriptus, um palimpsesto, foi decifrado por Tischendorf em 1841 e publicado por ele em 1845.

O Codex Sinaiticus foi descoberto por Tischendorf em 1844 durante sua visita ao Sinai e publicado em 1862. O Codex Vaticanus está na Biblioteca do Vaticano pelo menos desde o século XV, mas fsomente seria amplamente tornado disponível depois da publicação de um fac-símile por Giuseppe Cozza-Luzi em 1889-1890 em três volumes.

Há uma hipótese de que o Codex Sinaiticus e o Codex Vaticanus faziam parte de uma encomenda do imperador Constantino para produzir 50 cópias da Bíblia.

Codex Vaticanus

O Codex Vaticanus, listado como B na notação Gregory-Aland, é um manuscrito unicial grego encadernado (formato códice). Junto do Codex Sinaiticus (ℵ) é um dos principais textos fontes para as reconstituição do texto do Novo Testamento e da Septuaginta.

Foi encontrado na biblioteca do Vaticano. É composto por 759 folhas e possui quase todo o Antigo e Novo Testamento. Não se sabe quando chegou ao Vaticano, mas aparece incluído em um catálogo em 1475.

Está faltando no Novo Testamento de Hb 9:14 em diante, as epístolas Pastorais, Filémon e Apocalipse. Como B não tem ornamentação, alguns estudiosos acham que seja um pouco mais antigo que ℵ. Porém, é possível que tanto B como o Codex Sinaiticus tenham sido produzidos ao mesmo tempo quando Constantino encomendou 50 cópias das Escrituras.

BIBLIOGRAFIA

https://digi.vatlib.it/view/MSS_Vat.gr.1209

Codex Sinaiticus

O Codex Sinaiticus ou Codex א (lê-se álefe) ou  01 na numeração Gregory-Aland, no sistema δ 2 (lê-se delta two) é um manuscrito grego do Novo Testamento. Juntamente com o Codex Vaticanus, o Codex Sinaiticus é um dos manuscritos mais importantes para a crítica textual do Novo Testamento grego e da Septuaginta.

Descoberto por Constantin Tischendorf no convento de Santa Catarina, na península do Sinai, é um grande códice. Foi produzido em um escritório por três, possivelmente, quatro escribas. Data provavelmente do século IV (c.330-350 d.C.), mas provavelmente posterior ao Codex Vaticanus.

Contém toda a Septuaginta e o Novo Testamento grego, além da Epístola de Barnabé e a maior parte do Pastor de Hermas. No Antigo Testamento inclui 2 Esdras, Tobias, Judite, 1 e 4 Macabeus, Sabedoria, Siraque. Hebreus vem após a 2 Tessalonicenses. Atos dos Apóstolos está entre as Epístolas Pastorais e Universais.

O texto do Sinaiticus foi escrito em quatro colunas por página em escrita uncial sobre pergaminho, depois encadernado (formato códice).

Contém um número incomumente alto de leituras que surgiram claramente por erro de transcrição, a maioria delas por omissões descuidadas, mas facilmente discerníveis quando cotejado com outros manuscritos. O texto se assemelha muito ao do Codex Vaticanus. As leituras são compartilhadas por ambos códices são geralmente consideradas como relevantes para a crítica textual.

Tischendorf em 1844, 1853 e 1859 levou folhas folhas e fragmentos do manuscrito do códice. Foi publicado pela primeira vez em Tischendorf em 1862.

BIBLIOGRAFIA

https://codexsinaiticus.org/en/