Gerúsia

Gerúsia, do grego γερουσία, conselho dos mais velhos, era um tipo de assembleia grega cuja autoridade final estava em um conjunto de anciãos.

Embora tanto gerontes e presbítero sejam traduzidos como anciãos, havia uma distinção entre eles. Tipificada pela gerúsia de Esparta, a gerúsia era composta por anciãos (gerontes, não presbíteros) eleitos por aclamação, conforme manifestação mais alta. Em Esparta, a gerúsia tinha autoridade soberana sobre a ekklesia — a reunião popular. Já os anciãos, do Antigo Israel e do Novo Testamento eram posições informais.

Na Bíblia o termo gerúsia indica que era a estrutura hierárquica do sinédrio, tal como referido em Atos 5:21 (cf. a LXX em Êxodo 3:16). A gerúsia contrasta com a organização da igreja primitiva como ekklesia (reunião igualitária com todos os membros com direito a voz e voto) servida por um presbitério (servidores da ekklesia e por ela reconhecidos por suas aptidões morais e comunitárias). Enquanto no exemplo espartano a ekklesia estava sob a autoridade da gerúsia, no cristianismo primitivo o presbitério estava sob a autoridade da ekklesia.

BIBLIOGRAFIA

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Campbell R. Alastair. The Elders : Seniority Within Earliest Christianity. T & T Clark 1994.

Vocação

Vocação, chamado ou apelo possui várias conotações tanto na Bíblia quanto na teologia.

  1. Vocação em sentido de salvação: como aparece em Rom 8:30 “E aos que predestinou a estes também chamou [ekalesen: vocacionou, apelou]; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou.” significa o apelo à salvação.
  2. Teologicamente, há tradições que distinguem entre vocação eficaz ou interna e vocação geral ou externa.
  3. Vocação também conota o chamado pessoal ao ministério ou missão.

Ancião

O termo “ancião” (πρεσβύτερος, presbyteros em grego, de onde vem presbítero e presbitério; זָקֵן, zaken em hebraico) na Bíblia, refere-se a pessoas mais velhas e experientes que atuavam em prol de saus comunidades.

No mundo antigo, a idade e a experiência eram altamente valorizadas, e as pessoas mais velhas assumiam naturalmente posições de influência em diferentes esferas sociais. A igreja primitiva seguiu esse modelo cultural, reconhecendo nos mais maduros fontes de sabedoria e orientação.

No Antigo Testamento, os anciãos se referem tanto às figuras respeitadas que aconselhavam as aldeias, as tribos e o povo de Israel. Como mediadores informais, eram responsáveis por administrar a justiça, resolver conflitos e tomar decisões importantes para a comunidade.

No Novo Testamento, o termo “ancião” é usado para descrever ministros dentro da igreja cristã primitiva. Eles eram responsáveis por manter a ordem, preservar a doutrina e cuidar do bem-estar espiritual do rebanho. Em 1 Timóteo 5:2 aparece as anciãs ou presbyteras na obra de cuidado da igreja.

Um dos tratamentos mais exaustivos sobre os anciãos na igreja primitiva foi compilado por Alastair Campbell (1994), em The Elders: Seniority within Earliest Christianity, onde argumenta que o ministério da igreja primitiva era exercida por um grupo de anciãos, e não por um único indivíduo e tampouco seria um cargo distinto. Demonstrou que o papel dos anciãos não era uma posição formalmente designada com deveres específicos, mas sim um status honorífico adquirido de maneira orgânica, baseado no respeito e na sabedoria acumulados por muito tempo dentro da comunidade.

Os termos usados no Novo Testamento para se referir aos anciãos, como presbyteros, pastores e episkopos (supervisor) inicialmente descreviam qualidades e funções dentro da comunidade, e não um cargo oficial. Em Atos 20 esses três termos aparecem de forma intercambiáveis. Os escritos da igreja primitiva (Clemente de Roma 44.4-5, Didaquê 13.3; 15.1-2, Pastor de Hermas Vis. 2.2.6, 3.5.1, Mand. 11.9, Sim. 9.15.4) usam os termos ​​de forma intercambiável, descrevendo uma pluralidade deles dentro de cada congregação local com função de ministério e cuidado pastoral sem hierarquia. Ao longo da Carta aos Filipenses (5.3; 6.1; 12.2) Policarpo fala apenas de uma pluralidade de πρεσβύτεροι e διάκονοι; o termo ἐπίσκοπος nunca aparece. O episcopado monárquico (um único bispo governando uma cidade ou região) se desenvolveu mais tarde na história da igreja.

Os costumes da igreja primitiva, com base no Novo Testamento e em escritos cristãos antigos, indicam que as estruturas de governança eram fluidas e variadas, e que os anciãos emergiam naturalmente como figuras respeitadas devido à idade, experiência e maturidade espiritual. Há poucas evidências de que, nos primeiros tempos do cristianismo, permitem inferir que os anciãos fossem formalmente nomeados ou ordenados. O termo traduzido para ordenação ou imposição das mãos simplesmente significa “indicados” ou “eleitos mostrando as mãos”.

A condição de ancião não era conferida por um ato formal, mas sim construída ao longo do tempo, por meio da demonstração constante de virtudes cristãs, sabedoria e compromisso com a comunidade. Esse reconhecimento se dava de forma espontânea, sem necessidade de nomeação ou ordenação formais.

Não havia na igreja primitiva nada similar à gerusia, conselho deliberativo autoperpetuante que elegia seus próprios membros por aclamação.

Havia uma flexibilidade e a diversidade do papel dos anciãos na igreja primitiva. Eles exerciam diferentes funções, como ensino, pregação, aconselhamento pastoral e mediação de conflitos. O que um ancião fazia dependia tanto das necessidades da comunidade quanto dos dons individuais que possuía.

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Presbitério

Prebístero vem do grego πρεσβύτερος, idoso, ancião. Os termos presbítero e substantivo coletivo presbitério possuem diferentes conotações em diversos contextos. Em termos históricos e neotestamentérios, eram as pessoas cuja relevância comunitária era reconhecida pela igreja como revestidos de dons para serví-la. Mais tarde, quando o cristianismo passou a ser institucionalizado, presbítero ganhou a conotação de uma ordem de ministros subordinada aos bispos e hierarquicamente com mais autoridade que o diácono. Por fim, o termo presbitério passou a designar a coletividade de presbíteros, quer em uma região ou congregação local, acepção que aparece em várias denominações protestantes.

1. Presbíteros na igreja primitiva: referiam-se às pessoas com destaque nas comunidades critãs primitivas, traduzidos como anciãos.

O termo ancião indica referentes a coisas distintas em contextos grego e judaico. Por exemplo, o termo gerontes, também traduzido como ancião, entre os gregos denotava tanto idoso na idade como o participante da gerúsia, um conselho de anciãos que decidia soberanamente com autoridade acima de uma assembleia.

As comunidades cívicas judaicas, como nas vilas e nas comunidades da diásporas, referiam-se aos seus conjunto de pessoas prominentes como “anciãos” ou zeqenim. Contudo, o modelo de liderança das congregações de culto quer dos judeus (lideradas por zeqenim e hakhanim) quer dos cristãos (liderada pelos presbyteroi) desenvolveu-se de forma distinta.

A Septuaginta menciona Moisés e seus setenta presbyteroi (Números 11:16). O Novo Testamento coincide com o período dos sábios judeus (Ḥazal) contados como anciãos (Marcos 7:3; Atos 4:5).

A evidência sugere que no Novo Testamento e na Igreja primitiva o termo “os anciãos” era uma forma imprecisa de se referir àqueles que, em virtude da sua antiguidade, status familiar e socioeconômico, possuíam prestígio na comunidade. Ser presbítero não era tanto ocupar um cargo com esse título, mas ter um certo status de uma certa classe de pessoas.

O uso de termos intercambiáveis indica que não havia títulos ou atribuições separadas para indivíduos distintos. Na despedida de Paulo aos anciãos (presbyteroi) de Éfeso (Atos 20:17-38) demonstra em sua fala “cuidai de vós mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos colocou como bispos [episkopous], para pastorear [poimainein] a igreja de Deus”. Pedro e João, nas epístolas tradicionalmente atribuída a eles como apóstolos, são chamados de presbyteroi (2 João 1:1; 1 Pedro 5:1). Portanto, apóstolos, bispos, presbíteros, diáconos (ministros) não eram títulos de cargos ou diferentes ordens de ministros em posição hierárquica, mas designação dada a diversas funções exercidas pela liderança coletiva. Assim, a variedade de referentes nos contextos grego e judaico attesta que o termo presbítero era entendido como uma forma de expressão acerca de uma posição e status na comunidade em vez de ofícios distintos.

A Igreja primitiva considerava que o Espírito Santo enche todos os crentes e lhes concede Seus dons para o serviço (ministério) à Igreja (cf. Atos 20:28). Esses dons seriam concedidos aos membros da Igreja de acordo com Espírito Santo para cumprir seu propósito e sem distinção de pessoa (1 Coríntios 12:4-11; 11:11-12; Gálatas 3:13, 28, 5:1). Com o tempo, a igreja reconheceria a pessoa dotada pelo Espírito Santo com esses dons referindo-os como presbíteros.

Em cada cidade onde uma nova comunidade eram formada, os missionários fundadores apresentavam à igreja as pessoas dotadas com carismas para os serviços ou possivelmente elegiam por voto levantando as mãos os “presbíteros (note o plural) em cada igreja” (Atos 14:23; cf. 1 Timóteo 5:22; Tito 1:5; 2:2-5). Paulo fala que “enviamos com ele o irmão, cujo louvor nas boas novas [é reconhecido] através de todas as igrejas, e não só isso, mas que também foi indicado/eleito por voto levantando as mãos (χειροτονήσαντες) pelas igrejas, nosso companheiro de viagem, com este favor que é ministrado por nós, para a glória do mesmo Senhor, e sua mente voluntária” (2 Coríntios 8:18-19).

Em seis passagens (Atos 6:6; 13:3; 14:23; 19:6; 1 Timóteo 4:14; 5:22 e 2 Timóteo 1:6) que falam de algum tipo de serviço de comissionamento ou instalação. Essas passagens têm sido interpretadas diversamente. Geralmente intérpretes filiados à comunidades com maior grau de institucionalização enxergam nelas os procedimentos de eleição e ordenação dos presbíteros pelas igrejas. A imposição das mãos (χειροτονήσαντες) seria uma ordenação, ou seja, um ato ritual desse apontamento público. Outras interpretações (tanto por membros de comunidades mais igualitárias como F.F. Bruce, o Movimento dos Irmãos, os Quakers e muitos pentecostais; quanto por historiadores da eclesiologia como Sohm, Lightfoot, Jeremias, Campbell) consideram essas passagens como apresentações à igreja de pessoas já constituídas carismaticamente ao ministério pelo Espírito Santo. A imposição das mãos (χειροτονήσαντες) não indicaria uma cerimônia de ordenação, mas uma indicação pública análoga aos votos das ekklesias gregas, quando se esticavam as mãos, para apontar quem já era reconhecidamente revestidos de carisma para o serviço (ministério).

Os presbíteros provavelmente supervisionavam a comunidade, oferecendo orientação sobre questões de fé, prática e conduta. Dedicavam-se ao ensino, encorajamento e na resolução de divergências dentro da comunidade. Na igreja primitiva a autoridade dos presbíteros resultava da posição moral e espiritual dentro da comunidade, não de uma posição formal de poder.

Era esperado que os presbíteros tivessem um conhecimento doutrinário robusto para alimentar as ovelhas de Cristo (João 21:15-17; 1 Pedro 5:1-4), responder aqueles que se opõem (2 Timóteo 2:24-26), estar apto fazer uma boa confissão da fé (1 Timóteo 6:12-14). Competia aos presbíteros dedicar-se ao ensino da palavra, sendo seu dever estar pronto para redarguir, repreender e exortar, encorajando o povo na sã doutrina e convencendo os contradizentes. Também era dever buscar crescer em conhecimento para responder com mansidão e temor a razão da esperança cristã.

Os presbíteros atuavam e decidiam com a participação da Igreja (o termo ekklesia indica o tipo de assembleia grega onde todos os membros possuem igual direito de voz e voto). Ainda que a carta resultante tenha sido subscrita pelos “apóstolos e presbíteros” (Atos 15:23), decisão do concílio de Jerusalém em Atos 15:22 foi tomada pelos “apóstolos e presbíteros e toda a igreja”.

O cuidado do rebanho é indissociável à boa administração da comunidade, tanto que prohistemi é traduzido como “presidir, governar, aplicar-se às boas obras” em trechos associados às funções dos ministros (Romanos 12:8; 1 Tessalonicenses 5:12; 1 Timóteo 3:4, 5, 12; 5:17, Tito 3:8,14). No entanto, prohistemi não denota o exercício autoritário de poder, mas está semanticamente e etimologicamente relacionado ao cognato prohistamai “cuidar de”. Tal função cabia a homens e a mulheres, como Febe (Romanos 16:2; cf. presbyteras em 1 Timóteo 5:2) tida como prostatis, alguém é protetor, administrador ou zelador, também relacionado ao verbo prohistamai tal como aparece em Romanos 12:8 e 1 Tessalonicenses 5:12; e 1 Timóteo 3:4 -5, 12; 5:17.

2. Transição para o presbitério e episcopado como cargos distintos.

As evidências do século I apontam para uma classe indistinta de líderes, ou ἡγουμένοις (Hebreus 13:17; 1 Clemente 1.3). O processo de distinção entre o colegiado informal e plural do presbitério e o episcopado monocrático ocorreu gradualmente. Tal distinção pode ser percebida nas cartas do século II (mas amplamentes editadas posteriormente) de Inácio de Antioquia.

O episcopado monárquico, caracterizado por um único bispo como líder de uma igreja, quer local, depois regional, emergiu em concorrência com outras formas de organização, como a escola catequética e o monastério. O bispo, que muitas vezes era um ex-presbítero, assumia a função de presidir a igreja e era apoiado por um grupo de presbíteros que funcionava como fórum de conselheiros e assistentes. Esta estrutura hierárquica foi ainda mais solidificada pelo desenvolvimento do diaconado, uma ordem separada de ministros que auxiliavam o bispo e os presbíteros nas suas funções.

3. Presbitério nas denominações com hieraquia tripla.

O presbitério é uma ordem minsiterial em denominações como o catolicismo romano, ortodoxia grega e oriental, luteranismo aderente à Comunhão de Porvoo, anglicanos, hussitas e morávios, metodistas e outras que reconhecem uma distinção hierárquica de seus ofícios.

Nessas denominações, os presbíteros são ministros ordenados e encarregados de uma comunidade local, prestando contas a um sínodo ou um bispo. O presbítero pode receber designações de pastor, sacerdote, padre e outros. O diaconato pode ser uma ordem distinta ou um estágio pré-ordenação presbiterial.

4. Presbitério entre os reformados e batistas.

Na eclesiologia reformada, os presbíteros são responsáveis pela supervisão espiritual e pelo cuidado da congregação. Tipicamente, um conselho de presbíteros leigos decidem e administram a congregação local (ou outros níveis regionais) junto de presbíteros ordenados que são profissionais, treinados em seminários e referidos por outros títulos, o mais comum como “pastor”, “domine” (entre reformados holandeses).

Derivado do modelo reformado adotado entre congregacionalsitas, na eclesiologia batista, cada congregação é governada por uma pluralidade de presbíteros e são responsáveis pela supervisão espiritual e pelo cuidado da congregação, trabalhando ao lado do ministro ordenado, normalmente referido como pastor. Entre os batistas a seleção dos presbíteros é um processo que envolve a congregação e as estruturas denominacionais. Normalmente alguma ordem ministerial ou convenção credencia e ordena o presbítero com função pastoral, mas cabe à congregação a afirmação ou negação final de alguém ao cargo. Propagada pelo evangelicalismo norteamericano, o modelo batista influenciou diversas denominações de tradições distintas ao redor do globo.

5. Presbitério entre denominações primitivistas

Entre várias denominações primitivistas onde o sacerdócio universal dos crentes é enfatizado (Schwenkenfelders, Movimento dos Irmãos, Movimento de Restauração, quakers, Dunkers, dentre outros), não há distinção entre clero e leigos na congregação. Nelas, os presbíteros são pessoas cujos traços de liderança emergem com o tempo. Pode haver cerimônias de eleição e ordenação, dependendo das tradições do grupo.

APÊNDICE

Qualificações bíblicas aos ministros com base em 1 Timóteo 3:2-7, Tito 1:5; 2:2-5 e outras passagens.

  1. Irrepreensíveis: Devem ser homens que não mereçam censura, sendo íntegros moralmente.
  2. Vigilantes: Deve ser cuidadoso, atento e zeloso em todas as suas ações.
  3. Sóbrios: Devem ser moderados, despretensiosos e discretos.
  4. Honestos: Deve ser moralmente sério, honrado e digno de confiança.
  5. Hospitaleiros: Deve receber as pessoas com satisfação, tratando-as com gentileza e cordialidade.
  6. Abstêmios: Não devem se entregar ao consumo de bebidas alcoólicas.
  7. Não espancadores: Deve ser manso no trato, evitando conflitos e violência.
  8. Aptos para ensinar: Devem possuir conhecimento das Escrituras e habilidade para ensiná-las, sendo capaz de responder os questionamentos (cf. Tito 1:9; 1 Pedro 3:15).
  9. Não cobiçosos de torpe ganância: Não devem ser ávidos por riquezas mundanas.
  10. Prudentes: Deve comportar-se com cuidado, evitando situações perigosas.
  11. Não contenciosos: Não devem ser dados a disputas ou discussões, mas com capacidade de dirimir conflitos (cf. Atos 15).
  12. Não avarentos: Não devem ser excessivamente apegados ao dinheiro.
  13. Bons gestores de suas casas: Deve ser bons esposos e genitores, conduzindo suas famílias com amor e mansidão.
  14. Não neófitos: Não devem ser novos na fé, para evitar orgulho e queda.
  15. Não soberbos: Devem ser humildes e não manifestar pretensão de superioridade, nem ansioso por status (1 Pedro 5:1-5).
  16. Cuidadosos com o rebanho: Inclusive com os enfermos (João 21:15-17; 1 Pedro 5:1-4; Atos 20:28; Tiago 5:14).

REFERÊNCIAS

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Simon Chan

Simon K. H. Chan, teólogo pentecostal, professor de Teologia Sistemática no Trinity Theological College (Cingapura).

Fez seu doutorado com ênfase em teologia histórica pela Universidade de Cambridge, sob a direção de Eamon Duffy (1986). É um ministro ordenado nas Assembléias de Deus de Cingapura e editor do Trinity Theological Journal.

Chan critica divisão da teologia sistemática em disiciplinas isoladas. Para integrá-las, propõe que a Espiritualidade seja uma disciplina em seu próprio mérito.

O foco de Chan no culto como cerne ontológico da Igreja remedia deficiências em eclesiologia que consideram o culto e a liturgia como acidentes sociológicos ou aspectos funcionais. Para Chan, o culto define a Igreja.

TEOLOGIA

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