As Sete Petições de Elias

O Sheva Elijjahu (As Sete Petições de Elias) é um encantamento baseado em orações litúrgicas, encontrado na Geniza do Cairo. Seu título é atribuído a Elias, mas a obra em si é uma coleção de material litúrgico e mágico com paralelos na literatura Hekhalot e outros encantamentos antigos. Embora o manuscrito específico date do século XI d.C., a idade exata de sua composição é incerta. A obra consiste em várias orações ou hinos de louvor, cada um com elementos de encantamento com o nome de Elias para fins mágicos e litúrgicos.

Apocalipse Copta de Elias

O Apocalipse de Elias, também conhecido como Apocalipse Copta de Elias, é um texto cristão primitivo escrito em copta, apresentando-se como uma revelação ao profeta bíblico Elias. Não deve ser confundido com o Apocalipse Hebraico de Elias.

Embora não seja considerado um apocalipse tradicional, incorpora temas apocalípticos como a escatologia do reino e as imagens do anticristo. O texto, provavelmente originário do Egito entre os séculos II e IV, inclui profecias sobre a Assíria e o Egito e se concentra no Filho da Iniquidade, uma figura que se opõe a Cristo. A versão final data do século III ou IV d.C., provavelmente originada nos círculos judaicos de Jerusalém e posteriormente revisada pelos cristãos do Egito.

A obra começa com um chamado ao ascetismo e, em seguida, descreve o fim dos tempos, detalhando a ascensão do Anticristo, sua perseguição aos justos e sua eventual derrota.

Uma característica distintiva é a descrição física detalhada do Anticristo. A teologia é dualista, retratando uma luta final entre o bem e o mal, com Deus intervindo por meio de anjos. Um aspecto singular é a derrota final do Anticristo pelos ressuscitados Elias e Enoque, não por Deus ou pelo Messias. Influências cristãs são evidentes em temas como a ressurreição dos mortos e práticas ascéticas, bem como na identificação do Messias com Cristo.

A relação exata entre o Apocalipse copta de Elias e outros textos judaicos e cristãos atribuídos a Elias permanece incerta. Há evidências sugerindo que os primeiros escribas cristãos egípcios podem ter atribuído pseudônimos a obra a Elias devido ao seu significado religioso. O texto, abordando temas de jejum, salvação e martírio, entrelaça elementos cristãos e judaicos, tornando difícil discernir seu pano de fundo teológico.

Vários manuscritos coptas do Apocalipse de Elias foram descobertos, juntamente com um fragmento de papiro grego. O texto é mencionado em várias fontes cristãs primitivas, como as Constituições Apostólicas e a Sinopse de Pseudo-Atanásio, solidificando ainda mais sua presença na literatura cristã primitiva.

O Apocalipse de Elias combina temas de falsa liderança, sinais dos justos e dos pecadores e a ideia da ressurreição. Introduz também o conceito de marcas identificativas do povo de Deus, semelhantes às mencionadas no Apocalipse de João. A ressurreição aparece com destaque no texto, e o martírio serve como um elemento significativo, refletindo as primeiras tradições e crenças cristãs sobre o fim dos tempos. O texto inclui referências a outras obras apocalípticas, como o Apocalipse de Pedro, indicando seu envolvimento com a literatura apocalíptica mais ampla de sua época.

Apocalipse Hebraico de Elias

O Apocalipse hebraico de Elias, datado do século III ou IV, é um texto apocalíptico judaico que detalha as visões reveladas ao profeta Elias pelo arcanjo Miguel no Monte Carmelo. O texto, preservado em um manuscrito do século XV, é uma continuação da narrativa bíblica de 1 Reis, com a jornada de Elias ao céu servindo de pano de fundo para uma visão. Descreve guerras apocalípticas, particularmente os conflitos persas-romanos do século III d.C., e a vinda do Messias.

O livro prediz o fim dos tempos e descreve uma série de eventos que levam à vinda do Messias. O último rei da Pérsia travará guerras contra Roma, e um governante malévolo chamado Gigit, semelhante ao Anticristo, perseguirá Israel. O Messias, Winon, emergirá do céu com hostes angelicais, derrotando os adversários e estabelecendo um reino messiânico para Israel.

O apocalipse compartilha paralelos com o Livro de Enoque e o Apocalipse de João. O apocalipse original foi escrito em meio à confusão do ano 261, causada pelas guerras de Sapor I contra Roma e sua captura de Valeriano. Tornou-se público pela primeira vez quando foi impresso em Salônica em 1743.

Sarepta

Em hebraico צרפת, cidade fenícia entre Tiro e Sidom, no atual Líbano. Obadias 1:2 menciona a cidade como limite de Canaã.

No ciclo de Elias Sarepta aparece sujeita a Sidom (1 Re 17:8-24). O profeta encontrou refúgio na casa de uma viúva em Sarepta, a qual multiplicou a farinha e o azeite além de trazer seu único filho a vida. Este perícope é mencionado por Jesus (Lc 4:26) como um exemplo da amplitude de Deus para os não israelitas (gentios).

O local constitue um importante sítio arqueológico, dado a seu relativo status imperturbado. Situa-se próximo à moderna cidade de Sarafand.

BIBLIOGRAFIA

Pritchard, James B. Recovering Sarepta, a Phoenician City: Excavations at Sarafund, 1969-1974, University Museum of the University of Pennsylvania. Princeton: Princeton University Press, 1978.

Jeú

Nome de cinco pessoas na Bíblia.

1. Jeú rei de Israel em Samaria entre c.841-c.814 a.C. e promoveu o culto a Yahweh.

Filho de Josafá e pertencente à família dos nimsitas, talvez fosse descendente de Omri, sendo assim referido no Obelisco Negro de Salmanaser III. Em seu longo reinado de vinte e oito anos restabelecu um pouco da hegemonia regional do Reino do Norte. Sua dinastia ainda durarira cinco gerações e noventa anos (2Rs 9-10; 2Rs 15:12).

Jeú subiu ao poder em um golpe sangrento quando matou Jeorão, rei de Israel, e ordenou a morte do aliado de Jeorão, o rei Acazias de Judá (843 v. 27), de Jezabel (vv. 30–37), de setenta filhos (2Rs 10: 1-10) e membros e associados da casa de Acabe (vv. 11, 17), quarenta e dois irmãos de Acazias (vv. 13-14) e todos os adoradores de Baal em Israel ( vv. 18-25). Jeú também ordenou a destruição do templo e dos ídolos de Baal (vv. 26–28).

Teria sido contemporâneo dos profetas Elias e Eliseu e adepto do culto de Yahweh conforme ensinado por esses profetas.

No Obelisco Negro um emissário (e possivelmente Jeú) aparece inclinando-se para Salmanaser III oferecendo prata, chumbo, ouro, caneca de ouro, taças de ouro, vasilhas de ouro, proteção para a mão do rei e dardos.

2 Jeú filho de Hanani e um profeta que profetizou contra Baasa (902–886 aC), rei de Israel (1Rs 16: 1-4; 1Rs 16: 7; 1Rs 16:12); ele repreendeu e elogiou Josafá (874–850 aC), rei de Judá (2Cr 19: 2-3). O cronista em 2Cr 20:34 atribui a autoria da história de Josafá a ele.

3 Jeú filho de Josibias e príncipe da tribo de Simeão (1Cr 4:35).

4 Jeú, um dos valentes de Davi de Anatote (1Cr 12: 3).

5 Jeú da tribo de Judá e descendente de Jará, um escravo egípcio (1Cr 2:38).

BIBLIOGRAFIA

Ahlström, Gösta W. “King Jehu—A Prophet’s Mistake.” Scripture in History and Theology: Essays in Honor of J. C. Rylaarsdam. Edited by A. L. Merrill and T. W. Overholt. Pittsburgh, Pa.: Pickwick, 1977.


Bright, John. A History of Israel. 4th ed. With an Introduction and Appendix by William P. Brown. Louisville: Westminster John Knox, 2000.


Constable, Thomas L. “2 Kings.” The Bible Knowledge Commentary: An Exposition of the Scriptures. Edited by John F. Walvoord and Roy B. Zuck. Wheaton, Ill.: Victor Books, 1985.


Hobbs, T.R. 2 Kings. Word Biblical Commentary 13. Edited by David A. Hubbard and Glenn W. Barker. Dallas Word, 1989.