Manuscrito de Shapira

O Manuscrito de Shapira era um conjunto de tiras de couro com inscrições em grafia paleo-hebraica trazida a público pelo comerciante de antiguidades Moses Wilhelm Shapira em 1883. Seria uma versão distinta de Deuteronômio, mas na época foi considerado uma falsificação pela comunidade acadêmica. Shapira suicidou-se e o manuscrito desapareceu.

O manuscrito eram quinze tiras de couro provenientes em Wadi Mujib, região do Arnon, na Transjordânia, perto do Mar Morto.

Possuía uma variante nos Dez Mandamentos: “Não odiarás teu irmão em teu coração: Eu sou Deus, teu Deus.” Exceto no decálogo, as leis são ditas em terceira pessoa.

Depois da descoberta dos Manuscritos do Mar Morto foram feitas análises posteriores dos fac-símiles sobreviventes. Biblistas como Menahem Mansoor (1959) e Idan Dershowitz (2021) argumentam que seria uma versão anterior ao Deuterônimo na versão massorética que chegou ao presente. Dershowitz argumenta que seria um discurso de despedida de Moisés, correspondente a Deuteronômio 1-11; 27-32.

BIBLIOGRAFIA

Dershowitz, Idan. The Valediction of Moses: New Evidence on the Shapira Deuteronomy Fragments. ZAW 133, 2021.

Mansoor, Menahem. The case of Shapira’s Dead Sea (Deuteronomy) scroll of 1883. Madison: University of Wisconsin, 1959.

Rollston, Christopher. “Deja Vu all over Again: The Antiquities Market, the Shapira Strips, Menahem Mansoor, and Idan Dershowitz” Rollston Epigraphy – 10 March, 2021.

Tigay, Chanan. The Lost Book of Moses: The Hunt for the World’s Oldest Bible. New York: Ecco, 2016.

Tigay, Chanan. O livro perdido de Moisés: a procura da Bíblia mais antiga do mundo. Lisboa: Temas e Debates, 2017.

Atos 29

Atos 29 ou O Capítulo Perdido dos Atos dos Apóstolos, também conhecido como Manuscrito Sonnini, é um pequeno texto espúrio que afirma ser a tradução de um manuscrito contendo o capítulo 29 dos Atos dos Apóstolos.

Descreve a jornada do apóstolo Paulo à Britannia, onde teria pregado a uma tribo de israelitas no “Monte Lud” e se encontrou com druidas.

O texto apareceu pela primeira vez em Londres em 1871, mas é amplamente considerado uma fraude. Sequer há evidências da existência do manuscrito. Uma análise ideológica identifica autoria de algum participante do movimento anglo-israelita.