Sarah Monod

Alexandrine Elisabeth Sarah Monod (1836 – 1912) foi uma diaconisa, filantropa e feminista evangélica francesa.

Nasceu em Lyon, filha de Hannah Honyman e Adolphe Monod, uma família pastoral huguenote aderente ao réveil. A quarta de sete filhos, Sarah era a mais ativa no ministério desde sua infância.

Depois das mortes dos pais, Sarah juntou-se às Diaconisas de Reuilly em Paris. Com as diaconisas, serviu cuidando dos feridos na Guerra Franco-Prussiana (1870-1871).

Monod passou a dirigir as Diaconisas de Reuilly. Expandiu a atuação ministerial com programas de reeducação prisional e da campanha pelo abolicionismo — o movimento a favor de liberar a prostituição.

Na época, as regulamentações governamentais penalizavam as mulheres e facilitava abusos, tráfico internacional e facilitava a escravidão das prostitutas. O movimento buscava o direito das mulheres de terem acesso a um respeito moral e a uma família estável. Para garantir esse direito, o movimento abolicionista buscava desenvolver a autonomia das mulheres, assegurando direitos de adquirir habilidades e trabalho. Defendiam também a isonomia jurídica e moral no casamento, o que dificultaria os casos extraconjugais dos homens, então protegidos legalmente pelo monopólio masculino sobre os bens e direitos das esposas.

Considerando que as mulheres não tinham acesso à decisão política, Monod articulou a causa feminina através da rede de evangélicos avivados na Europa Continental e no Império Britânico. Boa parte dessa pauta alcançou sucesso na virada do século XX.

Junto de outras líderes feministas (muitas delas evangélicas, como Julie Siegfried, Isabelle Bogelot e Emilie de Morsier), Monod organizou um congresso internacional de mulheres em Paris, com participantes das Américas e da África.

O Conseil national des femmes françaises foi fundado em 1901, com Monod eleita presidente. Esta organização feminista conseguia reunir e articular mulheres de diversas posições políticas e religiosas, desde socialistas como Louise Saumoneau e Elisabeth Renaud até ativistas do conservadorismo católico como Marie Maugeret. Marcou a transição de uma agenda assistencialista para uma proatividade participatória na esfera pública para abordar os problemas sociais.

Sob sua liderança, o movimento avançou juridicamente nas novas as pautas. Estavam em prioridade dar às mulheres casadas o controle sobre seus salários, regulamentação do trabalho feminino, responsabilização da autoridade parental e políticas de reeducação para menores infratores.

Para garantir educação, oportunidades e ambiente moral, fundou pouco antes de sua morte,com Camille Vernes, o ramo francês da Associação Cristã das Moças, a Union chrétienne des jeunes filles.

Como autora, escreveu biografias (de seu pai e da diaconisa Malvesin), um devocional (oração e culto), além de traduções de literatura feminista cristã.

Devido à sua austeridade e influência, a jornalista Jane Misme dizia que Sarah se vestia como uma Quaker e que era a “papisa do protestantismo”.

Foi homenageada com um logradouro em seu nome em Paris, próximo ao Hospital das Diaconisas de Reuilly.

BIBLIOGRAFIA

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Poujol, Geneviève. Un féminisme sous tutelle: les protestantes françaises, 1810-1960. Paris: les Éditions de Paris, 2003.

Louis Dallière

Louis Dallière (1897–1976) foi um ministro reformado pentecostal francês. Foi pioneiro nas relações ecumênicas e na busca do renovo da Igreja universal pela obra do Espírito Santo.

Dallière nasceu em Chicago, filho de um pai católico banqueiro e de mãe anglicana. Foi batizado enquanto criança na Église Réformée de France (ERF) em Nice em 1901. Ele experimentou conversão em 1910 e passou por uma segunda conversão em 1915, acompanhada por um chamado ao ministério. Estudou na Faculté de théologie protestant em Paris em 1915-1921. Em 1921 casou-se com Caroline Boegner, filha de Alfred Boegner, líder da Sociedade Missionária Evangélica de Paris (SMEP).

Depois de estudar teologia e filosofia em Paris e Harvard, pastoreu uma igreja reformada em Charmes, na região de Ardèche, de 1925 a 1962. Em 1932-1933, lecionou na Faculdade de Teologia de Montpellier.

No verão de 1932 foi à Inglaterra para investigar o movimento pentecostal. Após sua adesão, promoveu um movimento de reavivamento pentecostal entre os reformados. Louis Dallière foi bem recebido pela Igreja Livre, mas não pelos liberais nem no Movimento dos Irmãos.

Em 1930 Dallière tornou-se líder do Movimento Pentecostal em Charmes. Fez parte de uma rede da Resistência durante a Segunda Guerra Mundial, e foi reconhecido pelo Yad Vashem como “justo entre as nações” em 1990. Em 1946 em homenagem a Wilfrid Monod, que fundou os Veilleurs (A Ordem dos Vigilantes), criou a Union de prière de Charmes (Comunidade de Oração dos Charmes). Louis Dallière fundou o “Cours Isaac Homel” (Colégio Isaac Homel), um estabelecimento de ensino secundário que funcionou até 1975.

BIBLIOGRAFIA
https://museeprotestant.org/en/notice/le-pasteur-louis-dalliere-1897-1976-reforme-pentecotiste/

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