Parábola

Parábola refere-se a um pequeno ditado ou narrativa com um argumento ou lição de forma memorável.

As parábolas podem envolver simbolismo, metáfora, ironia ou algum tipo de duplo sentido. Às vezes, simplesmente provocam reflexões acerca de uma verdade.

As parábolas são associadas ao ensino judaico, particularmente ao período do Segundo Templo. Jesus aparece nos Evangelhos como o grande contador de parábolas.

Há diferenças técnicas do gênero “parábola” quando comparados com fábulas e apólogos (objetos ou animais fantásticos) ou outros tipos de histórias simbólicas, mas em nível facilmente apreensível.

Em sentido estrito, parábolas (como em 2 Samuel 12:1-4; Isaías 28:4) e alegorias (Isaías 5:1-7) ainda não foram encontradas em documentos sumérios, acadianos ou ugaríticos.

BIBLIOGRAFIA

Du Toit, Cornel D. “A Realistic Reading as a Feminist Tool: The Prodigal Son as a Case Study.” HTS Teologiese Studies/Theological Studies, vol. 78, 2022, p. 7413.

Estrada, Bernardo. “Parable or Allegory? A Century of Interpreting Parables: The Legacy of Adolf Jülicher.” Academia.edu. https://www.academia.edu/.

Jülicher, Adolf. Die Gleichnisreden Jesu. 2nd ed., 1899. Internet Archive. https://archive.org/.

Jülicher, Adolf. An Introduction to the New Testament. 1904. Internet Archive. https://archive.org/.

McFague, Sallie. Speaking in Parables: A Study in Metaphor and Theology. 1975.

Perrin, Norman. Jesus and the Language of the Kingdom. 1976.

Scott, Bernard Brandon. Hear Then the Parable: A Commentary on the Parables of Jesus. Minneapolis: Fortress, 1989.

Stewart, G. W. “Jülicher on the Nature and Purpose of Parables.” The Expositor, 6th ser., vol. 1, 1900.

Solevåg, Anna Rebecca, and Leonardo Marcondes Alves. “Hospitality: A Migrant Reading of the Parable of the Returning Son.” Religions, vol. 16, no. 2, 2025, p. 125. https://doi.org/10.3390/rel16020125

Van Eck, Ernest. “A Realistic Reading of the Parable of the Lost Coin in Q: Gaining or Losing Even More?” HTS Teologiese Studies/Theological Studies, vol. 75, 2019, pp. 1–9.

Pastor de Hermas

O Pastor de Hermas é uma novela autobiográfica e apocalíptica em linguagem alegórica, parte da literatura cristã do século II. Discorre sobre arrependimento, penitência e perdão de pecados após a conversão e batismo.

Hermas, do qual o pouco que sabemos vem de seu próprio livro, foi um escravo liberto, depois enriqueceu por meios nebulosos, por fim perdeu tudo durante uma perseguição. O Cânon Muratoriano (c. 180) diz que Hermas seria irmão do bispo de Roma, Pio I (?-155). A obra é ambientada em Roma e poderia ter sido composta entre os anos 100 e 160 d.C.

São cinco visões de Hermas. Na quinta visão apareceu um anjo vestido de pastor, daí o nome do livro. Registra 12 mandatos (mandamentos morais) e 10 similitudes (parábolas).

O livro foi lido como “Escrituras” por diversos autores do século II (Irineu, Clemente de Alexandria, Orígenes e Tertuliano). Porém, havia reservas sobre sua canonicidade, conforme atestado por Tertuliano e o Cânon Muratoriano. Jerônimo relata que em sua época o livro não era tão conhecido na Igreja ocidental. Integra o Codex Sinaiticus (século IV) além de manuscritos em grego, latim e etíope e fragmentos em copta, ge’ez, georgiano e persa, este último encontrado em Turfan, na China ocidental.