Ageu

Ageu, em hebraico חַגַּי, significa “festival” ou “bebê festivo” e provavelmente foi escolhido porque o profeta talvez tenha nascido em uma das três festas anuais de peregrinação em Jerusalém. Ageu foi um dos profetas pós-exílicos que depois do edito de Ciro atuava entre os retornados a Jerusalém. Ageu encorajou os israelitas reconstruirem o Segundo Templo, antecipando o retorno da glória de Deus.

Teria sido contemporâneo de Zacarias, Zorobabel e do sumo-sacerdote Josué (1:1).

A única informação que temos sobre o próprio Ageu vem do livro e de Esdras 5:1 e 6:14. Ageu e Zacarias podem ter operado dentro de círculos separados, e Ageu pode ter pertencido a uma das famílias governantes tradicionais em Yehud, em vez das fileiras sacerdotais.

O Livro de Ageu é uma coleção de oráculos proféticos e pequenas narrativas em prosa. Ageu acreditava que a reconstrução do Templo resultaria na presença de Deus entre o povo e uma nova era de transformação espiritual e o governo de um descendente de Davi. O Livro de Ageu é o primeiro de três trabalhos pós-exílicos na coleção dos Profetas Menores e está intimamente ligado ao livro de Zacarias.

Um dos raros livros com datas, as profecias foram anunciadas no segundo ano de Dario I Histaspes (521-486 aC), portanto, de agosto a dezembro de 520 a.C., quatro anos antes da conclusão do segundo Templo em 516 a.C. Foi um período de paz internacional e um governo persa generoso. Nesse período, a estabilidade sob Dario e o retorno dos exilados da Babilônia sugeriram novas possibilidades para a reconstrução do Templo, que estava parado há 16 anos.

A formação literária do Livro Ageu parece ter sido direta. Isso implica que o livro tenha alcançando sua forma atual em apenas uma grande redação. A edição de Ageu compartilha a perspectiva da Escola de Santidade e foca na esperança da presença de Deus em um Templo restaurado.

ESBOÇO ESTRUTURADO

Primeira Profecia (1: 1-15a)

  1. Nota introdutória (1:1)
  2. Construção do Templo (1:2-11)
    1. Desinteresses em construir o Templo (1:2)
    2. O povo melhora sua própria casa (1:3)
    3. Desrespeito a Deus e ao Templo e e seu efeito na pobreza do povo (1:4-11)
    4. O povo começa a trabalhar no Templo (1:12-15a)

Segunda Profecia (1: 15b-2: 9)

  1. Nota introdutória (1: 15b-2: 1)
  2. Deus sacudirá o mundo (2:2-9)
    1. Encorajamento (2:2-3)
    2. Deus está com o povo (2:4-5)
    3. Deus trará riqueza para o novo Templo (2:6-9)

Terceira Profecia (2: 10-19)

  1. Nota introdutória (2:10)
  2. As bênçãos vêm como resultado da santidade (2.11-19)
    1. Ageu questiona os sacerdotes sobre a santidade (2.11-13)
    2. Adoração impura do povo (2:14)
    3. Pobreza do passado (2: 15-17)
    4. Bênçãos futuras (2: 18-19)

Quarta Profecia (2:20-23)

  1. Nota introdutória (2:20)
  2. Deus sacudirá o mundo (2:21-23)
    1. Deus destruirá reinos (2:21-22)
    2. Zorobabel será como um anel de sinete (2:23)

BIBLIOGRAFIA

de Castro Lopes, Shara Lylian, and João Benvindo de Moura. “Análise discursiva do profeta Ageu: uma visão retórica a partir da enunciação profética.” Revista Eletrônica de Estudos Integrados em Discurso e Argumentação (2014): 185-199.

Leite, Eliathan Carvalho, and Lucas Alamino Iglesias Martins. “Intertextualidade e Aliança nos Profetas: Ageu 2: 10-19.” Terceira Margem 25, no. 46: 31-50.

Redditt, Paul L. “Themes in Haggai—Zechariah—Malachi.” Interpretation 61. (2007): 184–97.

Smith, Ralph L. Micah-Malachi. Word Biblical Commentary 32. Waco, Tex.: Word, 1984.

Schwantes, Milton. Ageu. Edicoes Loyola, 2008.

Amós

Profeta cujos oráculos salientavam a supremacia de Deus, condenavam as injustiças e previam as punições das nações. Critica o ritualismo sem justiça ou obediência. Conclui com a restauração da dinastia davídica em Judá.

Embora fosse natural de Tecoa, em Judá, atuou no Reino do Norte (Israel) durante o século VIII a.C., durante o reinado de Jeroboão II (788-747 a.C). Provavelmente foi contemporâneo pouco mais velho de Oseias e Isaías, talvez de Miqueias e Joel.

Foi um dos primeiros profetas literários (profetas com livros próprios). Entre os Doze Profetas Menores, o livro de Amós é o terceiro livro na Bíblia Hebraica (Tanakh) e nas edições protestantes do Antigo Testamento, mas o segundo na Septuaginta.

ESBOÇO ESTRUTURADO

I. Julgamento contra repetidas transgressões da lei moral. (1:1-2:16)

a. Sobrescrição (1:1)
b. Julgamento sobre os povos vizinhos (1: 3-2: 3)
c. Julgamento sobre sobre Judá e Samaria (2: 4-16)

II. O Dia do Senhor (3:1-6:14)

a. Denunciação da irresponsabilidade moral de Samaria.

III. Visões simbólicas de julgamento (7: 1-9:10)

a. Gafanhotos (7: 1-3).
b. Fogo (7: 4-6).
c. Fio de prumo (7: 7-9)
d. Frutas de verão (8: 1-14)
e. Santuário devastado (9: 1-7)

III. Incidente e nota biográfica (7:10-17)
IV. Epílogo que descreve a restauração do reino davídico. (9:8-15)


COMO REFERENCIAR

ALVES, Leonardo Marcondes (ed.). Amós. Círculo de Cultura Bíblica, 2021. Disponível em: https://circulodeculturabiblica.org/2021/07/02/amosAcesso em: 04 jul. 2021.