Pelatias

O nome Pelatias significa entregue por Yahweh.

  1. Pelatias, filho de Hananias, filho de Zorobabel. (1 Cr 3:21)
  2. Pelatias, um dos chefes dos saqueadores simeonitas que, no reinado de Ezequias, fez uma expedição ao Monte Seir e atacou os amalequitas. (1 Cr 4:42)
  3. Pelatias, um dos chefes do povo e provavelmente o nome de uma família que selou a aliança com Neemias. (Neemias 10:22)
  4. Pelatias, filho de Benaias, um príncipe dos judeus contra quem Ezequiel profetizou e ele morreu imediatamente (Ezequiel 11:5-12).

Inscrição de Behistun

Inscrição na face rochosa de uma montanha esculpida durante o reinado de Dario I, o Grande (522-486), da Pérsia para relatar seus feitos.

Foi escrita nas línguas babilônica, elamita e persa com aescrita cuneiforme. É importante aos estudos bíblicos porque no século XIX permitiu a Sir Henry Rawlinson de decifrar essa escrita cuneiforme, possibilitando a interpretação de outros textos. Adicionalmente, as fórmulas de frases em louvor à realeza e ao supremo Deus persa, bem como a tábua das nações, oferecem paralelos bíblicos.

Período Persa

O período persa foi a época entre 539 a.C. e 330 a.C. quando os persas dominavam em todo o Oriente Próximo. É também chamado de período aquemênida devido o nome da dinastia.

Os persas são um povo indoeuropeu e começaram seu império com a conquista do reino da Média, igualmente de origem iraniana, por Ciro II por volta de 550 a.C. Os persas conquistaram a Babilônia em 539 a.C e ganharam os territórios do antigo império Caldeu. A data convencionada para seu fim é 330 a.C com a morte de Dario III e a conquista de Alexandre da Macedônia.

Em sua maior extensão, o Império Persa se estendia da Líbia na África, do rio Danúbio na Europa até o rio Indo e Sogdiana, na Índia. O sátrapa (governador persa) de Eberi-Nari administrava a região além do Eufrantes (ou o sudoeste do rio Eufrates do ponto de vista persa), compreendendo a Síria, a Fenícia, a Transjordânia, Judá e Samaria. O governo persa criou várias instituições burocráticas, como correios permanentes. Pela política de dar autonomia aos povos conquistados, valorizavam a autogestão, o que acarretou no renovo de instituições literárias e religiosas dos judeus. A língua aramaica passou a ser adotada largamente por todo o Antigo Oriente Próximo, substituíndo o acadiano como língua literária e franca.

Nesse período, os israelitas tiveram a permissão de retornarem e reconstruírem suas instituições na terra de Judá (Yehud era o nome persa para a região), embora muitos continuaram a viver na Diáspora. Todo caso, seria o fim do exílio na Babilônia. O Segundo Templo foi construído em Jerusalém e outros pelo império persa. A guarnição judaica em Elefantina no Egito constitui uma fonte histórica importante para esse período.

Vários textos bíblicos estão situados nesse período, como Ageu, Zacarias, 1 e 2 Crônicas, Esdras, Neemias, Ester e Daniel. Adicionalmente, vários outros textos bíblicos passaram por substanciais edições nessa época.

CRONOLOGIA DO PERÍODO PERSA

538: Fim do exílio babilônico. Governo de Ciro II (550-530).
530-522: governo de Cambises II. Conquista do Egito e Jerusalém.
524-522: Zorobabel e o sumo-sacerdote Josué retornam a Jerusalém.
522: Governo de Smerdis.
533-486: Governo de Dário I.
515: Reconstrução do Templo.
485-465: Governo de Xerxes I.
480: Batalha de Salamina.
465-424: Governo de Ataxerxes I.
458: possível data do retorno de Esdras a Jerusalém (se sob Artaxerxes I).
c445-430: Neemias governador em Jerusalém (c445-430) A
450-400: Apogeu das colônias fenícias no Mediterrâneo e o papiro se populariza por todo o Mediterrâneo. Comércio tírio em Jerusalém (Ne 8:6), com um mercado escravo (Joel 3:6). Início da helenização, evidenciado pelo sarcófago do sátrapa em Sidom e pela colônia grega de Dor. Início de cunhagem de moedas em Yehud.
448-447: Revolta de Mebayzus.
424-423: Governo de Xerxes II.
424-423: Governo de Sogiano.
423-404: Governo de Dário II.
419: Dário II envia uma carta à guarnição judia de Elefantina, a mais antiga menção extrabíblica da páscoa.
404-358: Governo de Artarxerxes II.
398: possível retorno de Esdras a Jerusalém (se sob Artaxerxes II). Morte de Sócrates.
358-338: Governo de Artaxerxes III.
338-336: Governo de Artaxerxes IV.
336-330: Governo de Dário III.

BIBLIOGRAFIA

Briant, Pierre. From Cyrus to Alexander: A History of the Persian Empire. Tradução de Peter T. Daniels. Winona Lake, IN: Eisenbrauns, 2002.

Lipschits, Oded, Gary N. Knoppers, and Manfred Oeming, eds. Judah and the Judeans in the Achaemenid Period: Negotiating identity in an international context. Penn State Press, 2011.

Terra, Kenner. Judaísmo Antigo e Período Persa. Editora Recriar, 2021.

Dracma de Yhw

Presente no Museu Britânico desde o século XVIII, publicada por Combe em 1814, esta moeda chama a atenção pela imagem cunhada. Nela há uma figura barbada cuja identidade permanece desconhecida e a inscrição YHW, considerada uma variante do Tetragrammaton sagrado.

Trata-se de um dracma de prata, provavelmente proveniente do Yehud (província persa de Judá), datada de entre 380-360 a.C. Tem massa de 3,29 gramas e possui um diâmetro de 15 mm.

No obverso há um homem barbudo, usando um capacete coríntio. No reverso, há um figura sentada em uma roda alada (faravahar), de frente para a direita. O corpo é parcialmente coberto por um manto longo. Uma ave de rapina está empoleirada na mão esquerda estendida. Acima estão três letras paleograficamente aramaicas.

Dado o aniconismo (proibição de retratar Yahweh com imagens), gerou-se especulações que a figura representaria Ahura Mazda, Zeus ou mesmo Yahweh.

BIBLIOGRAFIA

Combe, T. Veterum populorum et regum numiqui in Museo Britannico adservantur (1814) 242 No. 5. pl. xiii 12.

Shenkar, Michael. “The Coin of the ‘God on the Winged Wheel’.” BOREAS-Münstersche Beiträge zur Archäologie 30, no. 31 (2007): 2008.

Ageu

Ageu, em hebraico חַגַּי, significa “festival” ou “bebê festivo” e provavelmente foi escolhido porque Ageu nasceu em uma das três festas anuais de peregrinação em Jerusalém. Ageu foi um dos profetas pós-exílicos que depois do edito de Ciro atuava entre os retornados a Jerusalém. Ageu encorajou os israelitas reconstruirem o Segundo Templo, antecipando o retorno da glória de Deus.

Teria sido contemporâneo de Zacarias, Zerubabel e do sumo-sacerdote Josué (1:1).

A única informação que temos sobre o próprio Ageu vem do livro e de Esdras 5:1 e 6:14. Ageu e Zacarias podem ter operado dentro de círculos separados, e Ageu pode ter pertencido a uma das famílias governantes tradicionais em Yehud, em vez das fileiras sacerdotais.

O Livro de Ageu é uma coleção de oráculos proféticos e pequenas narrativas em prosa. Ageu acreditava que a reconstrução do Templo resultaria na presença de Deus entre o povo e uma nova era de transformação espiritual e o governo de um descendente de Davi. O Livro de Ageu é o primeiro de três trabalhos pós-exílicos na coleção dos Profetas Menores e está intimamente ligado ao livro de Zacarias.

Um dos raros livros com datas, as profecias foram anunciadas no segundo ano de Dario I Histaspes (521-486 aC), portanto, de agosto a dezembro de 520 a.C., quatro anos antes da conclusão do segundo Templo em 516 a.C. Foi um período de paz internacional e um governo persa generoso. Nesse período, a estabilidade sob Dario e o retorno dos exilados da Babilônia sugeriram novas possibilidades para a reconstrução do Templo, que estava parado há 16 anos.

A formação literária do Livro Ageu parece ter sido direta. Isso implica que o livro tenha alcançando sua forma atual em apenas uma grande redação. A edição de Ageu compartilharam a perspectiva da Escola de Santidade e foca na esperança da presença de Deus em um Templo restaurado.

ESBOÇO ESTRUTURADO

Primeira Profecia (1: 1-15a)

  1. Nota introdutória (1:1)
  2. Construção do Templo (1:2-11)
    1. Desinteresses em construir o Templo (1:2)
    2. O povo melhora sua própria casa (1:3)
    3. Desrespeito a Deus e ao Templo e e seu efeito na pobreza do povo (1:4-11)
    4. O povo começa a trabalhar no Templo (1:12-15a)

Segunda Profecia (1: 15b-2: 9)

  1. Nota introdutória (1: 15b-2: 1)
  2. Deus sacudirá o mundo (2:2-9)
    1. Encorajamento (2:2-3)
    2. Deus está com o povo (2:4-5)
    3. Deus trará riqueza para o novo Templo (2:6-9)

Terceira Profecia (2: 10-19)

  1. Nota introdutória (2:10)
  2. As bênçãos vêm como resultado da santidade (2.11-19)
    1. Ageu questiona os sacerdotes sobre a santidade (2.11-13)
    2. Adoração impura do povo (2:14)
    3. Pobreza do passado (2: 15-17)
    4. Bênçãos futuras (2: 18-19)

Quarta Profecia (2:20-23)

  1. Nota introdutória (2:20)
  2. Deus sacudirá o mundo (2:21-23)
    1. Deus destruirá reinos (2:21-22)
    2. Zorobabel será como um anel de sinete (2:23)

BIBLIOGRAFIA

de Castro Lopes, Shara Lylian, and João Benvindo de Moura. “Análise discursiva do profeta Ageu: uma visão retórica a partir da enunciação profética.” Revista Eletrônica de Estudos Integrados em Discurso e Argumentação (2014): 185-199.

Leite, Eliathan Carvalho, and Lucas Alamino Iglesias Martins. “Intertextualidade e Aliança nos Profetas: Ageu 2: 10-19.” Terceira Margem 25, no. 46: 31-50.

Redditt, Paul L. “Themes in Haggai—Zechariah—Malachi.” Interpretation 61. (2007): 184–97.

Smith, Ralph L. Micah-Malachi. Word Biblical Commentary 32. Waco, Tex.: Word, 1984.

Schwantes, Milton. Ageu. Edicoes Loyola, 2008.