Torre de Siloé

A Torre de Siloé é mencionada exclusivamente no Evangelho de Lucas 13:4, quando Jesus a utiliza como exemplo em seu ensino sobre arrependimento e sofrimento.

Localizava-se em Jerusalém, provavelmente perto do Tanque de Siloé no sudeste da Cidade de Davi, uma área associada à fonte de Giom, vital para o abastecimento de água.

No relato, Jesus se refere a um evento trágico recente: “Ou cuidais que aqueles dezoito sobre os quais desabou a torre de Siloé e os matou eram mais culpados que todos os outros habitantes de Jerusalém? Não, vos digo; antes, se não vos arrependerdes, todos de igual modo perecereis” (Lucas 13:4-5, ARC).

A estratégia retórica empregada por Jesus era não de explicar a causa da tragédia, provavelmente vista como uma punição divina por pecados específicos das vítimas. Assim, refuta essa crença, desassociando a calamidade do infortúnio individual e direcionando a atenção de todos para a urgência do arrependimento universal diante da fragilidade da vida e da morte iminente. A queda da torre, um acidente sem inimigos ou interesses políticos, ilustra a condenação geral e da necessidade de salvação.

A arqueologia na área revelou ruínas poderiam ser a base de uma torre, circular e com aproximadamente seis metros de diâmetro, o que poderia corroborar a existência de tal estrutura. O evento da Torre de Siloé, juntamente com o massacre de galileus por Pilatos (Lucas 13:1-3), demonstra a postura crítica de Jesus contra a ideologia que criminalizava as vítimas de tragédias, além do tema lucano na necessidade de conversão imediata para evitar a perdição eterna.

BIBLIOGRAFIA
Buchanan, G. W. (2003). The Tower of Siloam. The Expository Times, 115(2), 37-45. https://doi.org/10.1177/001452460311500201

Tanque de Siloé

O tanque ou piscina de Siloé ou Siloam é um reservatório de água ao sul de Ofel, parte da antiga Jerusalém, a oeste do vale do Cédron e da Cidade de Davi.

É mencionado na cura de um cego (Jo 9:1-7).

Provavelmente foi formado durante as construções de Ezequias (cf. Isaías 22:9; 2 Crônicas 32:2-4) e reconstruído durante o período do Segundo Templo.

Túnel de Siloam

O túnel e inscrição de Siloam ou Siloé foram feitos no final do século VIII ou início do VII a.C.

Trata-se de uma inscrição em um túnel de água construído sob Jerusalém, durante o reinado de Ezequias, para suprir a cidade.

A inscrição paleo-hebraica comemora a ocasião em que escavadores que trabalhavam em duas direções finalmente se encontraram no subsolo (cf. 2 Re 20:20).

Túnel de Siloam ou Siloé

O Túnel de Siloam ou Siloé é um aqueduto escavado na rocha sólida abaixo de Jerusalém por volta de 701 a.C. durante o reinado de Ezequias (c.715-687 a.C).
O aqueduto foi cavado às pressas para abastecer com água Jerusalém durante um cerco dos assírios liderados por Senaqueribe.

O túnel conectava a fonte de Giom até a piscina de Siloé.
Os construtores teriam aproveitado uma caverna local (o sistema do fosso de Warren). A conquista de Jerusalém por Davi teria sido por uma caverna (2 Sm 5:8: 1 Cr 11:6), algo que indica a vulnerabilidade dessas passagens subterrâneas. Além disso, o suprimento de água era vital para contrapor à tática assíria de cercar as cidades até a fome e a sede enfraquecerem ou derrotarem os inimigos.

Assim, muito povo se ajuntou e tapou todas as fontes, como também o ribeiro que se estendia pelo meio da terra. E disseram: Por que viriam os reis da Assíria e achariam tantas águas?

Também o mesmo Ezequias tapou o manancial superior das águas de Giom e as fez correr por baixo para o ocidente da Cidade de Davi, porque Ezequias prosperou em toda a sua obra.
2 Crô 32:4,30.

Ora, o mais dos atos de Ezequias, e todo o seu poder, e como fez a piscina e o aqueduto, e como fez vir a água à cidade, porventura, não estão escritos no livro das Crônicas dos Reis de Judá?
2 Reis 20:20

Cf. Is 22:11.

Ninguém sabe porque foi feito em “s” e não em linha reta. Considerando a falta de experiência com esse tipo de excavação (outro raro exemplo é o túnel de Megido) e a urgência das circunstâncias, esse túnel é uma proeza da engenharia dos israelitas da época.

A inscrição de Siloé ou de Siloam

Comemora o encontro dos escavadores que trabalhavam em duas direções no subsolo. Acidentalmente descoberta em 1880 na entrada do túnel. Seis linhas em escrita paleohebraica, mas falta a primeira metade. A linguagem é em hebraico clássico, mas de ortografia inconsistente. A inscrição foi removida e está hoje em Istanbul

[… quando] (o túnel) foi atravessado. E esta foi a maneira como foi cortada:
-Enquanto ainda […] machado(s), cada homem em direção ao seu companheiro, e enquanto ainda havia três côvados para serem cortados, [foi ouvido] a voz de um homem chamando por seu companheiro, pois havia uma sobreposição na rocha à direita [e à esquerda].
E quando o túnel foi atravessado, os pedreiros lavraram (a rocha), cada homem em direção ao seu companheiro, machado contra machado; a água fluía da nascente em direção ao reservatório por 1.200 côvados, e a altura da rocha acima da(s) cabeça(s) dos pedreiros era de 100 côvados.

BIBLIOGRAFIA

Sneh, Amihai, Ram Weinberger, and Eyal Shalev. “The why, how, and when of the Siloam Tunnel reevaluated.” Bulletin of the American Schools of Oriental Research 359.1 (2010): 57-65.