Laodiceia foi uma próspera cidade comercial na região da Frígia, no noroeste da Ásia Menor. Era vizinha das cidades de Colossos e Hierápolis (Col 2:1; Col 4:13-16), ficavam neste mesmo vale do rio. Modernamente, o sítio arqueológico situa-se perto da cidade de Denizli, Turquia
No reinado de Nero (60 d.C.) um terremoto destruiu completamente a cidade. Os habitantes recusaram a ajuda imperial para reconstrui-la e a restauraram com um estilo grego.
Havia uma considerável comunidade judia nessa região da Frígia. Antíoco III, o Grande, transportou 2.000 famílias judias da Babilônia para a Frígia. Cícero registra que Flaco confiscou 9 quilos de ouro destinado anualmente ao templo de Jerusalém (Pro Flacco 28-68). O martírio do judeus Lulianos e Pafos, registrado no Talmude, possivelmente aconteceu lá. Um alvará dos magistrados laodicenses autorizava os judeus observarem o sábado e seus outros ritos, de acordo com a injunção de Caio Rubílio. (Josefo Antiguidades Judaicas, XIV. X. 20)
A primitiva igreja reunia-se provavelmente na casa de Ninfa. Epafras, retratado como um dos companheiros de Paulo, aparentemente foi pioneiro das igrejas nas três cidades (Cl 4:12-13). De acordo com Col 4:16, Laodiceia correspondeu com Paulo, mas a epístola de Laodiceia não sobreviveu até nós.
A igreja de Laodiceia foi uma das sete repreendidas em Apocalipse (Ap 3:14-22).
Alguns manuscritos aparecem no final de 1 Timóteo “Escrita de Laodiceia, metrópole da Frígia de Pacatiana”.
Sínodo de Laodiceia
Entre 342 e 380 (provavelmente por volta dos anos 363 e 365) ocorreu o Sínodo de Laodiceia, reunindo cerca de trinta clérigos da Ásia Menor. Se situado na décadade de 360, este concílio de Laodiceia seria uma reação contra o reinado de Juliano, o apóstata, quando as condições políticas à cristandade foram desfavoráveis. Este sínodo marca um início de imposição doutrinária hierarquizada e autoritária.
As principais preocupações do concílio envolviam a regulamentação da conduta dos membros da igreja. Entre seus sessenta cânones condena hereges (cânones 6–10, 31–34, 37), judeus (cânones 16, 37–38) e pagãos (cânone 39). Vedou
a guarda do sábado e incentivando o descanso no domingo (cânon 29). Normatizou litúrgicas (cânones 14–20, 21–23, 25, 28, 58–59). Impôs restrições durante a quaresma (cânones 45, 49–52). Bane as presbíteras, ágapes nas igrejas, força a separação com os judeus e outros cristãos. Proibe o acesso das mulheres ao altar. Impõe uma hierarquia interna.
Seus cânones 59 e 60 discorrem sobre o cânon bíblico, embora a autenticadade do cânon 60 seja duvidável. Esse cânone falta em vários manuscritos gregos e esta ausente na versão latina dos cânones, além da lista ser igual à de Cirilo de Jerusalém.
“59. Nenhum salmo composto por particulares nem quaisquer livros não canônicos podem ser lidos na igreja, mas apenas os livros canônicos do Antigo e do Novo Testamento.”
“60. Estes são todos os livros do Antigo Testamento designados para serem lidos: 1, Gênesis do mundo; 2, O Êxodo do Egito; 3, Levítico; 4, Números; 5, Deuteronômio; 6, Josué, filho de Num; 7, Juízes, Rute; 8, Ester; 9, Dos Reis, Primeiro e Segundo; 10, Dos Reis, Terceiro e Quarto; 11, Crônicas, Primeiro e Segundo; 12, Esdras, Primeiro e Segundo; 13, O Livro dos Salmos; 14, Os Provérbios de Salomão; 15, Eclesiastes; 16, O Cântico dos Cânticos; 17, Jó; 18, Os Doze Profetas; 19, Isaías; 20, Jeremias e Baruque, as Lamentações e a Epístola; 21, Ezequiel; 22, Daniel.
“E estes são os livros do Novo Testamento: Quatro Evangelhos, segundo Mateus, Marcos, Lucas e João; Os Atos dos Apóstolos; Sete epístolas católicas, a saber, uma de Tiago, duas de Pedro, três de João, uma de Judas; Catorze Epístolas de Paulo, uma aos Romanos, duas aos Coríntios, uma aos Gálatas, uma aos Efésios, uma aos Filipenses, uma aos Colossenses, duas aos Tessalonicenses, uma aos Hebreus, duas a Timóteo, uma a Tito, e outro a Filemom.”
Notoriamente, não lista o Apocalipse e inclui 1 e 2 Esdras, Baruque e a Epístola de Jeremias.