Jaroslav Pelikan

Jaroslav Pelikan (1923-2006) foi um proeminente teólogo, historiador da teologia, cientista da religião americano.

Pelikan foi professor de história na Universidade de Yale e um autor prolífico, com mais de 30 livros em seu nome. Pelikan era originalmente membro da Igreja Luterana, mas depois abraçou a Igreja Ortodoxa. Seu pensamento teológico foi moldado por seu compromisso com o ecumenismo e seu interesse pela história da doutrina cristã.

Sua contribuição mais significativa foi sua obra de vários volumes, “The Christian Tradition: A History of the Development of Doctrine”, que traça a evolução do pensamento cristão desde suas origens até o século XX. Também foi um expoente da teologia credal, reiniciando essa área em língua inglesa desde o trabalho de Phillip Schaff na década de 1870.

Credos e confissões de fé

Credos e confissões de fé são declarações de doutrinas expressas por comunidades cristãs para diversos propósitos.

Credos são declarações universais que resumem as crenças básicas da fé cristã. São normalmente curtos e concentram-se nos princípios fundamentais, como a crença em um Deus, na divindade de Jesus Cristo e na Trindade. Originalmente, os credos eram declarações de fé pessoais. Os credos são frequentemente usados para ensinar aos novos convertidos os fundamentos da fé e para unir todos os cristãos na sua profissão comum de fidelidade a Deus. Também aparecem em elementos litúrgicos como recitação antes da Ceia ou no batismo. Exemplos de credos incluem o Credo dos Apóstolos e o Credo Niceno.

Confissões de fé são mais detalhadas e específicas. Originaram-se dos artigos de fé, as explicações escolásticas de cada implicação teológica derivada das proposições dos credos. Também, na Idade Média as confissões de fé passaram a ser exigidas para esclarecer posicionamentos de candidatos a certas posições do clero, ou como posições de réus em processos eclesiásticos, além de explicitar pontos comuns para discussões acadêmicas e disputas teológicas. A partir da Reforma, as confissões de fé passaram a ser escritos por grupos ou denominações específicas para abordar as crenças e preocupações distintas de sua comunidade. As confissões muitas vezes tratam de doutrinas secundárias, como origem do pecado ou detalhes escatólogicos, ou tratam de explicações para práticas e condutas, como o batismo e a santa ceia. Fornecem uma explicação mais aprofundada da teologia no que se refere à vida cotidiana e à identidade denominacional. Exemplos de confissões incluem a Fórmula de Concórdia (Luterana), a Confissão Belga (Reformada) e os Vinte e Cinco Artigos de Religião (Metodista). Visto serem mais detalhadas, não são incorporadas ao culto, mas aparecem nas classes de instruções de membros ou candidatos ao ministério.

A discussão do papel dos credos e confissões são tratadas pelo ramo da teologia sistemática chamada de teologia credal, enquanto a teologia dogmática cuida do conteúdo dessas declarações de fé.

Várias tradições cristãs rejeitaram o uso de credos ou confissões por motivos diversos como a adesão estrita às Escrituras, a ênfase na fé vivida, desconfiança de seus empregos normativos e disciplinares. Essa postura, chamada de não-credalismo ou anti-confessionalismo, não implica na inexistência de um conteúdo de fé comum ao grupo, mas contra sua formalização.