Nels F. S. Ferré

Nels Frederick Solomon Ferré (1908-1971) foi um teólogo sueco-americano que enfatizou o amor como o princípio interpretativo central da teologia.

Nascido em uma família batista na Suécia, emigrou aos Estados Unidos na adolescência. Recebeu formação em teologia filosófica, depois seria ordenado na Igreja Congregacional e seria contratado como professor de teologia filosófica na Andover Newton Theological School. Lecionou lá de 1937 a 1965. Também lecionou na Vanderbilt Divinity School de 1950-1957.

Foi um popularizador da teologia nos meados do século XX, escrevendo para uma audiência leiga. Escreveu mais de 30 livros.

Enraizado no Personalismo de Boston, sua teologia centrava-se no amor como categoria fundamental da vida e essência de Deus. Influenciado pela Filosofia do Processo, Ferré via Deus como dinâmico, evoluindo em conexão com a criação. A Teologia da Ágape desempenhou um papel fundamental, enfatizando o amor incondicional de Deus como a realidade última. O pensamento de Ferré encorajou a piedade pessoal, fomentando devoção e experiências místicas. Suas ideias principais retratavam Deus como relacional, criativo e em constante evolução, manifestado por meio do amor altruísta. Ferré imaginou a humanidade como co-criadora de Deus, chamada a encarnar o ágape no mundo. Rejeitando noções estáticas de realidade última, defendia uma comunhão dinâmica de amor. Ferré defendeu a experiência em vez do dogma, a harmonia entre razão e fé e a abertura para entendimento em evolução. Sua teologia priorizou a justiça social, prevendo um mundo transformado através do poder do ágape.

BIBLIOGRAFIA

Ferré, Nels. Faith and Reason. 1946.

Ferré, Nels. Evil and the Christian Faith. New York, 1947.

Ferré, Nels. The Christian Faith. 1948.

Ferré, Nels. Strengthening the Spiritual Life. 1951.

Ferré, Nels. Christ and the Christian.

Ferré, Nels. The Christian Understanding of God.

Ferré, Nels. Swedish Contributions to Modern Theology, 1967.

Cheryl Bridges Johns

Cheryl Bridges Johns (nascida em 1953) é uma teóloga pentecostal americana. Investiga a espiritualidade e práticas pentecostais e suas relações com o mundo.

Cheryl Bridges Johns está enraizada na tradição pentecostal. Sua bisavó participou do Avivamento da Rua Azusa em 1907 e desempenhou um papel significativo na formação de sua igreja local e de sua fé. Cheryl é ministra ordenada da Igreja Pentecostal Internacional de Santidade (International Pentecostal Holiness Church) e pastoreia com seu marido a congregação New Covenant Church of God.

Teve passagens por várias instituições de ensino e pesquisa ao redor do mundo. Estudou no Emmanuel College, Wheaton College e concluiu seu doutorado no Southern Baptist Theological Seminary.

Como acadêmica, Cheryl Bridges Johns fez contribuições significativas para os estudos pentecostais. Atuou como presidente da Sociedade de Estudos Pentecostais e participou ativamente de várias iniciativas interdenominacionais, incluindo o Diálogo Internacional Católico Romano-Pentecostal; Evangélicos e Católicos Juntos (ECT), diálogo entre anabatistas e pentecostais, dentre outros. O seu trabalho como ponte entre diferentes tradições cristãs tem sido fundamental para promover a compreensão e o diálogo.

Uma das contribuições intelectuais mais notáveis de Cheryl Bridges Johns é seu livro intitulado Pentecostal Formation: A Pedagogy among the Oppressed (Formação Pentecostal: Uma Pedagogia entre os Oprimidos). Neste trabalho, desafia suposições negativas sobre o movimento pentecostal e argumenta que os pentecostais empregam um processo catequético poderoso que permite aos crentes articular a história cristã. Com base nas teorias educacionais de Paulo Freire, enfatizando a importância da aprendizagem experiencial e indo além do mero racionalismo na pedagogia.

Cheryl também destaca a necessidade de reencantar a Bíblia e recuperar sua natureza sagrada, misteriosa e cheia de presença. Enfatiza a presença ativa do Espírito Santo no cenário textual da Bíblia, desafiando a tendência moderna de objetificar e controlar as Escrituras. A Bíblia seria mais do que uma compilação de regras e princípios. Pelo contrário, é um apelo à participação na revelação que une o ser, o saber e o fazer, refletindo a “ontologia moral da relação”. Em outras palavras, existe um “caráter sacramental” das Escrituras, pois a Bíblia serve como um sinal eficaz, conduzindo à realidade que significa. Ler a Bíblia em uma comunidade cheia do Espírito torna-se uma atividade dinâmica, onde os participantes habitam o mundo da história da Bíblia e experimentam Deus conforme narrado pelo texto bíblico.

Criada em uma tradição pentecostal conservadora igualitarista bíblica, desde pequena foi encorajada a empregar seus dons na igreja e sociedade, sem restrições alguma por ser mulher. Também Cheryl investiga o potencial transformador da menopausa, abordando questões como a raiva e fornecendo uma estrutura para as mulheres navegarem nesta fase da vida.

Seu trabalho abrange três aspectos principais: natureza, criação e novidade, enfatizando a importância do cuidado da criação, do ministério de ensino e pregação e de preencher a lacuna entre as diferentes tradições cristãs.

Delores Williams

Delores Williams (nascida em 1937) é teóloga womanista norteamericana.

Williams ocupou a Cátedra Paul Tillich de Teologia e Cultura no Union Theological Seminary em Nova York,onde estudou sob influência de James Cone.

Em seu livro “Sisters in the Wilderness”, Williams aponta que a teologia negra tinha uma perspectiva masculina e percebeu a necessidade de inclusão e reconhecimento das experiências únicas das mulheres negras. Inspirando-se na figura bíblica Hagar, Williams enfatizou a importância de incluir as histórias de indivíduos marginalizados, destacando sua luta pela libertação e encontrando redenção na vida de Jesus, em vez de se concentrar em sua crucificação.

BIBLIOGRAFIA

Williams, Delores. Sisters in the Wilderness: The Challenge of Womanist God-Talk. Maryknoll, NY: Orbis, 2013.

William Hamilton

William Hamilton (1924-1990) foi um teólogo americano que desenvolveu uma teologia radical nas décadas de 1960 e 1970 associada ao movimento teológico da Morte de Deus.

A carreira acadêmica de Hamilton incluiu lecionar na Colgate University e no Union Theological Seminary.

O pensamento teológico e as contribuições de Hamilton focaram na ideia de que Deus havia morrido na era moderna e que as crenças cristãs tradicionais não eram mais viáveis à luz do conhecimento moderno.

John B. Cobb

John B. Cobb (nascido em 1925) é um teólogo e filósofo americano conhecido por seu trabalho na teologia do processo e uma voz proeminente nas áreas de teologia ecológica e diálogo inter-religioso.

A carreira acadêmica de Cobb se estende por mais de seis décadas, durante as quais lecionou em várias instituições, incluindo a Claremont Graduate School, a University of Chicago e a Emory University.

Cobb é autor de vários livros e artigos sobre teologia de processo, teologia ecológica e diálogo inter-religioso. O pensamento e as contribuições teológicas de Cobb estão centrados na ideia da teologia do processo, que enfatiza a natureza dinâmica da realidade e a interdependência de todas as coisas. Argumenta que Deus não é uma entidade abstrata, mas está presente e ativo nos processos contínuos do mundo.

Considerando a atividade contínuda de Deus no mundo, mantém preocupações ecológicas, argumentando que o bem-estar do planeta e de seus habitantes deve estar na vanguarda da reflexão e ação teológica.

Cobb tem sido uma figura influente no diálogo inter-religioso, particularmente entre o cristianismo e o budismo. Busca reconhecer as semelhanças e diferenças entre as diferentes tradições religiosas e encontrar maneiras de se envolver em diálogo e cooperação construtivos.