Bartolomeo Malan

Bartolomeo Malan (1819-1874) foi uma ministro na Igreja Valdense durante um período crucial de sua história no risveglio do século XIX.

Nascido nos Vales Valdenses do Piemonte, Itália, Malan dedicou sua vida ao ministério pastoral e à liderança teológica dentro de sua comunidade. Ordenado pastor, serviu em diversas paróquias. Logo se destacou por sua erudição e comprometimento com a fé valdense. Sua influência cresceu, levando-o a ocupar posições de professor no Colégio Valdense (posteriormente Faculdade Valdense de Teologia, transferida para Florença) e, por múltiplos mandatos, a de Moderador da Távola Valdense, o órgão executivo da igreja.

A carreira de Malan coincidiu com a emancipação civil dos valdenses no Reino da Sardenha-Piemonte (1848) e com o movimento de avivamento espiritual conhecido como Réveil, que trouxe novas influências teológicas e missionárias.

Em seu pensamento, Malan representou uma voz importante na navegação entre a preservação da identidade histórica e confessional valdense e o engajamento com as correntes evangélicas mais amplas que chegavam à Itália. Esteve envolvido nos debates teológicos de sua época, buscando articular a fé valdense de maneira relevante para os novos tempos de liberdade religiosa e expansão missionária, ao mesmo tempo em que defendia a continuidade com a herança doutrinária reformada.

Pedro Valdo

Valdo de Lyon (c. 1140 – c 1206) foi um pregador popular e iniciador de um movimento medieval de retorno a uma vida evangélica que seria chamado de Valdenses.

Mesmo seu nome é incerto. Ora é conhecido como Valdo ou Valdesio, em latim como Valdesius ou Valdes, em francês vernáculo Valdès e em occitano Vaudès, bem como algumas variantes. Em textos do século XIV aparece o prenome Pedro, ao qual se atribui uma alusão paralela ao apóstolo Pedro, daí Pedro Valdo.

Era um rico comerciante em Lyon que em 1176 abriu mão de suas posses e começou a pregar o retorno à pobreza evangélica. Encomendou uma tradução vernácula do Evangelho. Atraiu seguidores, formando o movimento dos pobres de Lyon — movimento leigo similar a outros grupos de simplicidade evangélica da época, como os franciscanos.

O arcebispo da cidade Guichard proibiu-o de pregar, mas Valdo apelou ao papa Alexandre III, no terceiro Concílio de Latrão (1179). O resultado desse apelo é discutido na história, mas ganhou-se certa legitimidade.

No ano seguinte do Concílio de Latrão, o legado papal Henrique de Marcy presidiu um sínodo provincial na catedral de Saint-Jean-et-Saint-Étienne em Lyon. Nessa ocasião, como teste de lealdade e ortodoxia, o legado papal apresentou a Valdo e seus seguidores um documento tradicional usado na consagração dos bispos. Passou a ser chamado de a Profissão de Fé de Valdo. Afirmava crer na Trindade, na criação, na encarnação e ressurreição de Cristo, no juízo final.

Quando Alexandre III e Guichard morreram em 1183, o novo Papa Lúcio III e o novo arcebispo de Lyon, Giovanni Bellemani, reacenderam as perseguições. No ano seguinte, no Concílio de Verona, os “pobres de Lyon” foram condenados como hereges e expulsos da cidade como desordeiros.

A diáspora dos Pobres de Lyon levou o movimento para a Provença, Piemonte, Lombardia, Flandres, Alemanha, Espanha, Inglaterra. Seriam referidos pela primeira vez em 1179 como Valdenses (Vallenses) por Raimundo de Daventry, enviado do bispo Reginaldo de Bath em Narbonne. Não há mais notícias do final da vida de Valdo. Sua morte é estimada c. 1206-1207. Não há base histórica de que teria mudado para a Boêmia.

Giovanni Luzzi

Giovanni Luzzi (1856-1948) foi um pastor, biblista e teólogo protestante suíço.

Luzzi nasceu em Tschlin, uma vila no cantão de Grisons, e emigrou com sua família para a Toscana no ano seguinte. Cresceu na Itália e passou um ano estudando na Escócia, onde conheceu sua futura esposa, Eva Henderson.

Tornou-se pastor da Comunidade Valdense em Florença, onde em 1902 passou a ensinar teologia sistemática na Faculdade Valdense de Teologia.

Em 1906, iniciou sua atividade principal como tradutor da Bíblia, fundando a editora “Fides et Amor” em 1909. Retornou à sua terra natal, Grisões, em 1923, como pastor da Igreja Evangélica Reformada de Poschiavo, ministério que manteve até sua aposentadoria. Em 1924, ele publicou a versão revisada da Bíblia por Giovanni Diodati. Em 1930, ele completou sua própria tradução completa da Bíblia em 12 volumes.

O mistério dos manuscritos valdenses

Os Valdenses praticavam sua religião em segredo, escondidos nas montanhas e grutas para cultuar a Deus de acordo com as Escrituras. Pregadores itinerantes, conhecidos como barbas, memorizavam partes da Bíblia no inverno e viajavam disfarçados de mercadores para edificar as famílias valdenses espalhadas pela Europa.

Em 1530, quando a Reforma Protestante começou a ganhar força na Europa, os Valdenses ficaram apreensivos. Anteriormente, haviam se aliado aos hussitas que desafiavam o poder papal, mas a repressão foi dura e a consequência desastrosa. Com medo de sofrerem novamente decidiram investigar a Reforma

Prudentemente, os barbas valdenses se reuniram em um sínodo em Méridol em 1530 e enviaram dois representantes, George Morel de Freissinières e Pierre Masson de Burgogne, inquirir sobre esse movimento protestante entre os suíços. Os dois entraram em contato com os reformadores Guillaume Farel, Oecolampadio e Bucer. Pierre Masson acabou preso e Morel escreveu um longo relato aos seus irmãos.

Depois de uma visita de Farel e Olivetan (que traduziria a Bíblia ao francês) aos Alpes, os valdenses se reuniram em um sínodo sob os castanhais de Chanforans (hoje em Angrogna, Itália). Por seis dias discutiram os temas da reforma, principalmente sobre assumir publicamente a fé reformada. Em 12 de setembro de 1532 concluíram o sínodo com uma declaração de fé que resumia as seguintes crenças:

  • Que o culto divino deva ser realizado em espírito e verdade.
  • Que todos os salvos do passado e presente foram eleitos por Deus antes da fundação do mundo.
  • Que os cristãos não deveriam jurar.
  • Que a confissão auricular não tem base nas Escrituras.
  • Que o cristão não deva fazer vinganças.
  • Que o cristão pode exercer o ofício de magistrado sobre outros cristãos
  • Que as Escrituras não ordena tempos para jejuns.
  • Que o matrimônio [dos ministros] não é proibido.
  • Que não é incompatível para os ministros terem bens para sustentar suas famílias.
  • Que os sacramentos das Escrituras são o batismo e a santa ceia.

E, principalmente, os valdenses unir-se-iam à Reforma. Em razão disso, depois do sínodo, Daniel de Valence e Jean de Molines, dois barbas que discordaram dos resultados foram consultar os valdenses que viviam no Reino da Boêmia.

Visando manter a união, os valdenses boêmios recomendaram que fizessem um novo sínodo. No verão de 1533 foi realizado outro sínodo, em Prali. Para desgosto de Daniel de Valence e Jean de Molines o sínodo de Prali confirmou as decisões de Chafforan e uniria o movimento valdense definitivamente com a Reforma.

Desapontados, Daniel de Valence e Jean de Molines recolheram os manuscritos valdenses. Saíram dos vales e nunca mais se ouviu falar deles.

BIBLIOGRAFIA

Gay, Jules. “Equisses d’Histoire Vaudoises.” Bulletin de la Société de l’Histoire du Protestantisme Français (BSHPF) (1907): 16.

Muston, Alexis. A Complete History of the Waldenses and Their Colonies, Vol. I. London: Religious Tract Society, 1838, 131.

Perrin, J. N. History of the Waldenses. Philadelphia: Griffith and Simon, 1847, 102.

Aida Chauvie 

Aida Chauvie (1899-1962) foi uma editora evangélica valdense que aderiu à mensagem de renovação pelo Espírito.

Aida intencionava ser cantora lírica, mas o curso da vida tomou outros caminhos. Depois da 2a Guerra Mundial, começou a corresponder com Giuseppe Petrelli e dar continuidade em seus periódicos.

Juntaram-se a ela, Antonio e Caterina Bernabei, prosseguindo na atividade editorial e de beneficência. Reeditaram todos os livros de Petrelli. Aida fez do casal seus sucessores e herdeiros espirituais.