Quando já não havia mais esperança em meio ao cativeiro babilônico, uma série de profecias e visões anunciam a restauração do povo israelita por obra de Deus.
O sacerdote exilado na primeira deportação da Babilônia (597) Ezequiel recebe um chamado e visões (1-3). Profetiza o julgamento de Judá e Jerusalém (4-25) e oráculo contras as nações (26-32). Depois da queda de Jerusalém em 586, no entanto, também profetiza sobre a futura restauração do povo (33-39), representada pela visão dos ossos secos que ganharam vida (37:1-14) e de um novo reino e templo (40-48). Esta última parte consiste em uma visão apocalíptica, como Dn 7-12 e Zc 9-14.
Ezequiel é mencionado pelo nome somente duas vezes na Bíblia (Ezequiel 1:3; 24:24). Ele morava às margens do canal Quebar, que atravessava a região sul do Império Babilônico, perto da cidade de Nippur. Ezequiel 3:15 nomeia a região como Tel-Abib.
ATOS SIMBÓLICOS
3:22-26: Ezequiel tranca-se amarrado em casa.
4:1-3: Cerca um tijolo com a inscrição do nome de Jerusalém
4:4-6: Ezequiel deita de lado dessa maquete por 390 e 40 dias
4:8. Ezequiel amarra-se
4:9-13: Ezequiel come excremento.
5:1-4: Ezequiel destroi sua barba e seu cabelo de três maneiras
12: 1-16: Cava um buraco na parede da casa e empacota seus pertences todas as noites em um exílio simulado
12: 17-20: comer e beber com temor
21: 6-7 lamenta-se diante do povo com o coração contrito
21: 18-24 marca dos dois caminhos para a espada do rei da Babilônia
24: 15-24: sua esposa morre, mas ele não pode se enlutar e o templo é destruído.
37: 15-28: Escreve os nomes dos dois reinos de Judá e Israel em uma tabuleta que se juntam.
PARÁBOLAS DE EZEQUIEL
- Julgamento: a madeira e a vinha 15:1-18
- Traição: o exposto e a adúltera 16
- Rebelião: a águia e o cedro 17
- Purificação: a fornalha: 22:17-22
- Traição: as duas prostitutas 23
- Pureza: o cozido 24:1-14
- Juízo sobre Tiro: naufrágio 27
- Líderes inúteis: pastores infiéis 34
- Remorso ou restauração: os ossos secos
CRONOLOGIA

DESTAQUES
Uma das visões mais marcantes do livro é o trono de Deus, colocado acima de uma espécie de carruagem em movimento (1:4-28; 10:3-22).
Existem várias expressões peculiares nesse livro. O profeta é consistentemente chamado por Deus de “filho do homem”. É entendido a frase como “mortal”.
As visões de Gog e Magog (38-39) ganharam interpretações escatológicas.
A profecia contra a cidade e o rei de Tiro (26-28) foi interpretada como um tipo ou figura de Satanás ou Lúcifer.
ALUSÃO E EXEGESE INTRA-BÍBLICA
Apesar de Ezequiel não ser citado por outros autores da Bíblia Hebraica (e o nome somente aparece para uma pessoa não relacionada em Crônicas), o livro de Ezequiel alude à várias tradições antecedentes e foi recepcionado no Novo Testamento.
Vários textos de Ezequiel parecem aludir aos textos P, especialmente Levítico. Há vários paralelos entre Lv 26 e Dt 28 com as maldições dos tratados de vassalagens que também aparecem em Ezequiel.
Existem muitas alusões a Ezequiel no Novo Testamento.
- João 15 e 10 usa as imagens da videira e do pastor como Ez 15 e 34.
- João 20: 19–22 pode referir-se a Ez 37:1–14.
- O rolo ou livro (מְגִלָּה, megillah) que Ezequiel e João comeram (Ez 3:1-3; Ap 10:9-11).
- Simbolismo em Ez 1 e a visão de João do céu Ap 4:2-7.
- Gogue e Magogue (Ap 19: 17–21; 20: 7–10; Ez 38–39)
Uma consideração sobre “Livro de Ezequiel”