Pistis Christous, expressão grega “fé [de] Cristo” utilizada nos escritos paulinos o qual é interpretado controversialmente tanto como “fé em Cristo” quanto “fidelidade a Cristo”.
Paulo indica em várias passagens (Rm 1:17; 3:21, 22, 25, 26; Gl 2:16, 20; 3:22, 25, 26; Fp 3:9; Ef 3:12, 4 :13) que a humanidade é salva pela fé de Cristo. Segundo Richard B. Hays a frase pistis Christou pode ser traduzida como “fé em Cristo”, ou seja, salvação pela crença em Cristo; ou como “fidelidade de Cristo”, isto é, crença “na fidelidade de Jesus Cristo”. Por essa leitura, Rm 3:21–26 significa que Jesus foi fiel, mesmo à custa da morte, e justificado por Deus por essa fidelidade. Portanto, aqueles que participam dessa fidelidade são igualmente justificados por Deus, tanto judeus quanto gentios.
Essas leituras seguiram de forma relativamente sem problemas entre cristãos de língua grega, visto que entendem a salvação como processo participativo. No entanto, no cristianismo ocidental, a leitura predominante desde Agostinho é de “fé em Cristo”, excluíndo outras nuances da frase. Com o aprofundamento do conhecimento da língua grega entre teólogos e biblistas ocidentais apareceram implicações sobre a doutrina da justificação.
Uma vertente a incorporar essas leituras foi a Nova Perspectiva sobre Paulo. Para vários adeptos dessa perspectiva, Pistis Christou não seria simplesmente a fidelidade de Cristo a Deus, nem a confiança (ou fé) humana em Cristo, mas simultaneamente a fidelidade de Cristo a Deus e a confiança de Deus nele, e a confiabilidade de Cristo para com os seres humanos e sua confiança/fé nele. Essa confiança atua em Cristo como um mediador e restaurar uma relação de dikaiosynē (justça) entre Deus e a humanidade.
Uma consideração sobre “Pistis Christou”