Cronista

Cronista (Autor Hipotético de Crônicas, Esdras e Neemias). Originalmente proposto como um único autor para os livros bíblicos de Crônicas (1 e 2), Esdras e Neemias, o conceito do “Cronista” representava uma figura literária a quem se atribuía a redação final dessas obras, com base em semelhanças de estilo, vocabulário, interesses teológicos (especialmente o foco no templo, na linhagem davídica e no culto levítico) e na perspectiva histórica pós-exílica. A teoria do Cronista ganhou força ao reconhecer a unidade temática e o propósito teológico subjacente nesses livros, que reinterpretavam a história de Israel para a comunidade judaica restaurada após o exílio babilônico.

No entanto, o consenso acadêmico contemporâneo evoluiu significativamente. Embora a inegável ligação entre Crônicas, Esdras e Neemias seja reconhecida, a visão predominante agora é que esses livros são obras compósitas, resultantes de um complexo processo redacional que envolveu múltiplas mãos, diferentes fontes e possivelmente diversas camadas de edição ao longo do tempo. Análises linguísticas detalhadas revelaram variações de estilo e vocabulário, enquanto estudos teológicos apontaram para nuances e diferentes ênfases entre os livros. A forma como as fontes mais antigas são utilizadas e adaptadas também demonstra abordagens editoriais distintas.

Assim, em vez de um único “Cronista”, há ainda uma possibilidade de uma “escola cronística” ou de um movimento literário e teológico que produziu e editou esses textos. Essa perspectiva reconhece a unidade geral de propósito e temática, mas atribui a forma final dos livros a um processo mais colaborativo e diacrônico. A pesquisa atual se concentra em identificar as diferentes camadas redacionais, as possíveis comunidades ou grupos por trás da produção desses livros e as diversas fontes que foram incorporadas ao longo do tempo, buscando uma compreensão mais matizada da formação dessas importantes obras do Antigo Testamento. O termo “Cronista” ainda é usado como uma convenção para se referir à tradição literária e teológica subjacente a esses livros, mas com a ressalva de que sua produção foi um processo mais complexo do que se imaginava inicialmente.

Joabe

Joabe, em hebraico יוֹאָב, filho de Zeruia, irmã de Davi (1 Crônicas 2:15-16), e irmão de Abisai e Asael (2 Samuel 2:18). Este leal sobrinho de Davi foi seu homem-forte, tanto nas batalhas (Salmo 60) quanto nas intrigas políticas.

Joabe mostrou habilidade em liderar infiltrações e organizar batalhas, resultando em sua promoção a chefe militar (1 Crônicas 11:6). Demonstrou lealdade a Davi, especialmente ao acusar Abner de espionagem e ao recusar completar a vitória contra os amonitas para que Davi reivindicasse o crédito (2 Samuel 12:26-28).

Joabe também se destacava por sua violência, assassinando Abner em vingança e desobedecendo a ordem de Davi para poupar Absalão (2 Samuel 18:5). Sua sabedoria e desconfiança em relação a algumas ordens de Davi refletiam sua independência, mas ele permaneceu leal ao rei. No entanto, por seus atos violentos, foi eventualmente executado por Salomão a conselho de Davi no leito de morte (2 Reis 2).

Ezequias

O filho de Acaz e rei de Judá (727-698 aC).

O rei Ezequias governou o reino do sul de Judá no final do século VIII aC. Seu reinado é representado favoravelmente nos livros de 2 Reis, Isaías e 2 Crônicas. Ezequias foi um rei justo equiparável a Davi (2Rs 18:3; 2Cr 29:2).

Durante seu reinado houve a rebelião de Ezequias contra a Assíria durante o reinado de Senaqueribe em 705 a.C. e a construção do túnel de fornecendo água para Jerusalém.