Esar-Hadom

Esar-Hadom, rei da Assíria de 680 a 669 aC.

Foi filho de Senaqueribe e pai de Assurbanipal. Subiu ao trono após o assassinato de seu pai por seus irmãos. Conquistou o Egito em 671, o que tornou seu império o maior do mundo daquela época. Reconstruiu a cidade de Babilônia, destruída por seu pai. Com a estabilidade consolidada em seu reinado, o Império Assírio atingiu o seu ápice.

É mencionado três vezes na Bíblia (Is 37:38; 2 Re 19:37; Ed 4:2) e indiretamente em 2 Cr 33:11. O prisma de Esar-hadom e a lista de Assurbanipal documentam tributos pagos por Judá e mencionam o rei Minse (Manassés).

Quando o faraó Taraca (ou Tiraca) fomentou rebeliões e se aliou a Luli, rei de Tiro, e a Ezequias, rei de Judá, Esar-Hadom iniciou uma campanha de repressão. Em 673 a.C., Taraca e os seus aliados tiveram vitórias que ameaçavam o poder assírio. Assim, Esar-Hadom partiu para enfrentá-lo, mas morreu durante essa campanha apesar da conquista do Egito. A vitória assíria seria somente efetivamente cumprida por seu filho Assurbanípal.

Visando garantir um sistema de estabilidade política e militar, Esar-Hadom estabeleceu vários tratados de vassalagem com reis subjugados, o que aparentemente incluía do reino de Judá, visto que o reino de Israel já tinha sido destruído.

Os tratados de vassalagem de Esar-Hadom são importantes para compreender a forma e implicações das alianças de suserania e vassalagem na Antiguidade. Oito cópias foram descobertas em 1955, com pequenos detalhes variando (como o nome dos signatários). Foram pactos datados de 672 a.C., no qual os governantes vassalos juravam aliança e lealdade ao príncipe Assurbanipal quando sucedesse a seu pai, Esar-hadom. Assim, fornecem informações principalmente sobre a aliança deuteronômica, com suas bênçãos e maldições, especialmente Dt 13 e 28.

BIBLIOGRAFIA

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Assíria

A Assíria ocupa a região da alta Mesopotâmia, no norte dos atuais Iraque e Síria, bem como sudeste da Turquia.

Nessa região na idade do Bronze (entre os século XXI e XIV) surgiram várias cidades-estados semíticas. No século X começou a reerger-se formando o Império Neoassírio.

A capital do Império Neoassírio era Nínive. Os assírios conduziram campanhas militares com sucesso por todo o Crescente Fértil. Nessa política expansionista adotaram a violência militar em massa e deportações sistemática como estratégias de dominação. Como meio de sustentar esse império, utilizaram a burocratização e os monumentos político-militares para fins de propaganda, os quais constituem importantes fontes históricas para o período.

No ano 722 a.C. destruíram o reino de Israel, arrasando sua capital Samaria.

Seria conquistado pelos babilônios por volta da virada do século VI a.C.

Os assírios figuram em vários livros bíblicos, sobretudo nos Livros dos Reis, Naum e Jonas.