Giuseppe Beretta

Giuseppe Beretta nasceu em 1853 no pequeno vilarejo Molina di Ledro, em Trento, região do nordeste da Itália que na época fazia parte do Império Austro-Húngaro.

Muito pouco se sabe sobre ele e seus primeiros anos. Aparentemente, ele cresceu em um ambiente devoto e foi para um seminário para se tornar um padre católico romano. Todavia, ele não recebeu suas ordens e deixou a Itália para viver nos Estados Unidos. No novo país recebeu o testemunho do evangelho em uma congregação americana da Igreja Metodista Livre.

Um dia, enquanto ele estava orando na Igreja Metodista Livre foi tomado pelo Espírito Santo de tal forma que falava em línguas. Sem compreender o que se passava, teria sido levado à farmácia para receber socorros. Beretta orou para que não falasse mais em línguas.

Na Igreja Metodista Livre assimilou várias práticas de culto e da doutrina de santidade. Esse grupo realizava reuniões domésticas (cottage meetings) e cultos, nos quais a pregação, a oração, os testemunhos e a chamadas dos cânticos não eram pré-determinados, mas esperados conforme o Espírito Santo guiasse.

Em Chicago em 1898 se tornou membro da Primeira Igreja Presbiteriana Italiana, da qual mais tarde seria um dos diáconos. Nessa cidae entrou em contato com a família Menconi e Ottolini, as quais evangelizou. Formou-se um grupo de 18-20 pessoas que congregavam nas casas. Beretta, sentindo-se incapaz de tomar responsabilidade por tais novos crentes, encaminhou-os à Primeira Igreja Presbiteriana Italiana. Contudo, Beretta recomendou aos novos convertidos que não se filiassem formalmente nessa igreja.

Diferenças internas e étnicas levaram à saída do grupo que ele evangelizou, apelidado de “Toscanos”, pois a maioria vinha dessa região. Logo após isso, Louis Francescon, um dos secretários e presbíteros da Primeira Igreja Presbiteriana Italiana, convenceu-o a se submeter ao batismo voluntário e por imersão. Beretta foi batizado por um americano pertencente à Igreja dos Irmãos de Plymouth em Elgin, Illinois. Na semana seguinte batizaria Francescon e outros.

O grupo formado ao redor dele alugou um prédio comercial sem denominação alguma e realizavam cultos na West Grand Avenue em Chicago. Beretta ordenou a Pietro Menconi e Pietro Ottolini como dirigentes e partiu de Chicago em missão evangelística para o oeste do Estado de Nova Iorque. Ao saber do avivamento pelo Espírito Santo em Chicago em 1907, Beretta aceitou e este por algum tempo em Chicago.

Nos anos em que se seguiram Beretta foi em missão evangelística para Memphis, TN, depois para Syracuse, NY, onde morreu em 1923.

Embora nunca tenha se casado, seus familiares se converteram. Alguns de seus sobrinhos ocuparam o ministério em New Jersey, New York e Massachusetts.

BIBLIOGRAFIA

Contato com Joseph M. Beretta (2003).

Toppi, Francesco. Giuseppe Beretta. Roma: ADI-Media, 1997.


COMO REFERENCIAR

ALVES, Leonardo Marcondes (ed.). Giuseppe Beretta. Círculo de Cultura Bíblica, 2021. Disponível em: https://circulodeculturabiblica.org/2021/07/14/giuseppe-beretta/ . Acesso em: 04 jul. 2021.

William H. Durham

William Howard Durham (1873–1912) foi pioneiro da obra pentecostal em Chicago, sendo proponente do entendimento doutrinário da obra consumada do calvário, dentro da teologia do evangelho pleno.

BIOGRAFIA

Durham nasceu em uma área rural do Kentucky. Aos dezoito anos tornou-se membro da Igreja Batista, mas somente experimentou a conversão em 1898, enquanto vivia em Minnesota, sob influência do movimento de Santidade. Tornou-se ministro credenciado da World’s Faith Missionary Association, um organismo de cooperação entre pregadores do movimento de Santidade. Em 1903 assumiu o pastorado da Gospel Mission Church, uma missão (sala de culto em área comercial) de santidade independente na North Avenue, Chicago. Visitou o avivamento da Rua Azusa em 1907, recebendo a efusão do Espírito Santo. A partir disso, sua Missão da North Avenue se tornou um dos centros de difusão do pentecostalismo no Norte dos Estados Unidos e no exterior, principalmente pela adesão de comunidades imigrantes italianas, escandinavas e persas. Enquanto pregava em Los Angeles, Durham desenvolveu uma doença respiratória. Retornou a Chicago onde morreu aos trinta e nove anos.

Foi mentor ou influenciou pioneiros como Louis Francescon, Giacomo Lombardi, Pietro Ottolini, John Perrou, Daniel Berg, Gunnar Vingren, F.A. Sandgren, Robert e Aimee Semple McPherson, T.K. Leonard, Andrew Urshan, Howard Goss, E.N. Bell, A.H. Argue, Frank Ewart, Cora Harris Mcilravy e Dorothy Wright.

Durham escreveu vários artigos de cunho teológico, os quais publicava em seu periódico de tiragem ocasional, Pentecostal Testimony. Publicou também pequenos tratados e uma coletânea de mensagens recebidas profeticamente para edificação devocional.

OBRA CONSUMADA DO CALVÁRIO

Junto de Albert Sydney Copley (1860-1945), Durham foi o responsável pela conceptualização teológica do movimento pentecostal com base na teologia de Keswick.

Em sumário, a doutrina da obra consumada do calvário considerava que a fé viva que justifica uma pessoa a leva a Cristo. Na plenitude da obra perfeita de Cristo tudo está completo não apenas no que diz respeito à santificação, mas tudo o que diga respeito à salvação. Os regenerados em Cristo devem permanecer nele, receber e andar no Espírito, apegar-se à fé, crescer na graça e no conhecimento de Deus. Assim, não haveria uma segunda bênção ou experiência distinta e definitiva de santificação.

Este entendimento resultou na ruptura dos pentecostais da obra consumada com pentecostais de matriz wesleyana a partir de 1910.

SAIBA MAIS

Anderson, Robert Mapes. Vision of the Disinherited : The Making of American Pentecostalism. New York: Oxford University Press, 1979.

Blumhofer, Edith Waldvogel. The ‘Overcoming Life’: A Study in the Reformed Evangelical Origins of Pentecostalism. Tese doutoral. Cambridge, Massachusetts: Harvard University, 1977.

Clayton, Allen L. “The Significance of William H. Durham for Pentecostal Historiography.” Pneuma: The Journal of the Society for Pentecostal Studies 1: 27–42, 1979.

Faupel, D. William. The Everlasting Gospel: The Significance of Eschatology in the Development of Pentecostal Thought. Sheffield: Sheffield Academic Press, 1996.

Jacobsen, Douglas. Thinking in the Spirit: Theologies of the Early Pentecostal Movement. Bloomington, IN: Indiana University Press, 2003. 

Richmann, Christopher J.  “William H. Durham and Early Pentecostalism: A Multifaceted Reassessment”. Pneuma 37, no. 2 (2015): 224-243.


COMO REFERENCIAR

ALVES, Leonardo Marcondes (ed.). William H. Durham. Círculo de Cultura Bíblica, 2021. Disponível em: https://circulodeculturabiblica.org/2021/07/04/william-h-durham/. Acesso em: 04 jul. 2021.