William Howard Durham (1873–1912) foi pioneiro da obra pentecostal em Chicago, sendo proponente do entendimento doutrinário da obra consumada do calvário, dentro da teologia do evangelho pleno.
BIOGRAFIA
Durham nasceu em uma área rural do Kentucky. Aos dezoito anos tornou-se membro da Igreja Batista, mas somente experimentou a conversão em 1898, enquanto vivia em Minnesota, sob influência do movimento de Santidade. Tornou-se ministro credenciado da World’s Faith Missionary Association, um organismo de cooperação entre pregadores do movimento de Santidade. Em 1903 assumiu o pastorado da Gospel Mission Church, uma missão (sala de culto em área comercial) de santidade independente na North Avenue, Chicago. Visitou o avivamento da Rua Azusa em 1907, recebendo a efusão do Espírito Santo. A partir disso, sua Missão da North Avenue se tornou um dos centros de difusão do pentecostalismo no Norte dos Estados Unidos e no exterior, principalmente pela adesão de comunidades imigrantes italianas, escandinavas e persas. Enquanto pregava em Los Angeles, Durham desenvolveu uma doença respiratória. Retornou a Chicago onde morreu aos trinta e nove anos.
Foi mentor ou influenciou pioneiros como Louis Francescon, Giacomo Lombardi, Pietro Ottolini, John Perrou, Daniel Berg, Gunnar Vingren, F.A. Sandgren, Robert e Aimee Semple McPherson, T.K. Leonard, Andrew Urshan, Howard Goss, E.N. Bell, A.H. Argue, Frank Ewart, Cora Harris Mcilravy e Dorothy Wright.
Durham escreveu vários artigos de cunho teológico, os quais publicava em seu periódico de tiragem ocasional, Pentecostal Testimony. Publicou também pequenos tratados e uma coletânea de mensagens recebidas profeticamente para edificação devocional.
OBRA CONSUMADA DO CALVÁRIO
Junto de Albert Sydney Copley (1860-1945), Durham foi o responsável pela conceptualização teológica do movimento pentecostal com base na teologia de Keswick.
Em sumário, a doutrina da obra consumada do calvário considerava que a fé viva que justifica uma pessoa a leva a Cristo. Na plenitude da obra perfeita de Cristo tudo está completo não apenas no que diz respeito à santificação, mas tudo o que diga respeito à salvação. Os regenerados em Cristo devem permanecer nele, receber e andar no Espírito, apegar-se à fé, crescer na graça e no conhecimento de Deus. Assim, não haveria uma segunda bênção ou experiência distinta e definitiva de santificação.
Este entendimento resultou na ruptura dos pentecostais da obra consumada com pentecostais de matriz wesleyana a partir de 1910.
SAIBA MAIS
Anderson, Robert Mapes. Vision of the Disinherited : The Making of American Pentecostalism. New York: Oxford University Press, 1979.
Blumhofer, Edith Waldvogel. The ‘Overcoming Life’: A Study in the Reformed Evangelical Origins of Pentecostalism. Tese doutoral. Cambridge, Massachusetts: Harvard University, 1977.
Clayton, Allen L. “The Significance of William H. Durham for Pentecostal Historiography.” Pneuma: The Journal of the Society for Pentecostal Studies 1: 27–42, 1979.
Faupel, D. William. The Everlasting Gospel: The Significance of Eschatology in the Development of Pentecostal Thought. Sheffield: Sheffield Academic Press, 1996.
Jacobsen, Douglas. Thinking in the Spirit: Theologies of the Early Pentecostal Movement. Bloomington, IN: Indiana University Press, 2003.
Richmann, Christopher J. “William H. Durham and Early Pentecostalism: A Multifaceted Reassessment”. Pneuma 37, no. 2 (2015): 224-243.
COMO REFERENCIAR
ALVES, Leonardo Marcondes (ed.). William H. Durham. Círculo de Cultura Bíblica, 2021. Disponível em: https://circulodeculturabiblica.org/2021/07/04/william-h-durham/. Acesso em: 04 jul. 2021.