Cesareia

Cesareia ou Cesareia Marítima, em grego παράλιος Καισάρεια, era um porto na costa leste do Mediterrâneo e capital romana na Palestina, sede dos governadores romanos. A moderna cidade de mesmo nome situa-se próxima a Haifa.

A localidade aparece em Atos, quando Cristo foi pregado lá por Filipe (Atos 8:40) e Pedro (Atos 10:1-11:18 cf.15:7-9), quando converteu o centurião romano Cornélio. Em suas viagens, Paulo esteve na cidade (Atos 9:30; 18:22;21:8; 27:1-2). Paulo foi levado a Cesareia sob custódia de Jerusalém (Atos 23:23-35) para ser julgado perante Félix, Festo e Agripa II (Atos 24-26).

A cidade inicialmente era uma localidade fenícia. Depois aparece na era helenística como Pyrgos Stratonos ou Turris Stratonis. A cidade romana oi construída por Herodes, o Grande cerca de 25 a 13 a.C. O local teve importância pelo resto da história romana, bizantina, muçulmana e cruzada. Hoje, é uma vila com cerca de 6000 pessoas e um importante sítio arqueológico.

Os registros da igreja cristã na Antiguidade são poucos. No final deste século II teria sediado um concílio em Cesareia. para regulamentar a celebração da Páscoa. Orígenes refugiou-se em Cesareia, onde trabalhou e depositou a Hexapla na biblioteca episcopal. Orígenes e Pânfilo organizaram uma escola teológica em Cesareia de ampla reputação universal. Gregório, o Taumaturgo, e Basílio, o Grande, estudaram lá. sua biblioteca era uma das mais célebres da Antiguidade cristã. Nela, Jerônimo realizou grande parte de seus trabalhos bíblicos. A biblioteca foi provavelmente destruída em 614 pelos persas ou por volta de 637 pelos árabes.

BIBLIOGRAFIA
Grafton, Anthony and Megan Williams. Christianity and the Transformation of the Book: Origen, Eusebius, and the Library of Caesarea. Cambridge, MA: Belknap Press, 2006.

Acácio de Cesareia

Acácio de Cesareia (c. 310 – 366) foi um bispo e teólogo cristão envolvido nas disputas cristológicas do século IV, como expoente dos homeanos.

Nasceu na Palestina e tornou-se bispo de Cesareia no início dos anos 340. Acácio afirmava a divindade de Jesus Cristo e desempenhou um papel significativo na controvérsia ariana do século IV.

Era um forte oponente da teologia ariana, que atribuia uma divindade subordinada de Jesus Cristo. No entanto, Acácio também estava associado a um grupo de bispos conhecidos como homoeanos, para quem o credo de Niceia deveria ser corrigido.

Quanto ao credo niceno, os homoeanos rejeitaram o termo “consubstancial” (homoousios) que foi usado no Credo Niceno, argumentando que era muito preciso e potencialmente divisivo. Em vez disso, preferiram o termo “similar em substância” (homoiousios).

A doutrina dos homoeanos foi favorecida pelo imperador Constâncio II. Concílios em Esmira (22 de maio de 359), Rimini (outubro de 359) e Selêucia (inverno de 359) promulgaram a doutrina homoeana. Assim, foi posição dos bispos do cristianismo majoritário, exceto no Egito. Contudo, foi abandonada após a morte de Constâncio em 361. Renasceu no Oriente durante o reinado do imperador Valente (364-378), mas foi finalmente condenada pelo Concílio de Constantinopla em 381.