Susã

Susã é o cenário principal do livro de Ester. A história de Ester se desenrola na cidadela de Susã, onde o rei persa Assuero (geralmente identificado como Xerxes I) residia e onde Ester, uma judia que se tornou rainha, desempenhou um papel crucial na salvação de seu povo de um plano de genocídio. Mordecai, primo e pai adotivo de Ester, também era uma figura importante na comunidade judaica de Susã.

Além do livro de Ester, Susã é mencionada no livro de Neemias. Neemias servia como copeiro do rei Artaxerxes I em Susã antes de receber a notícia da difícil situação em Jerusalém e, posteriormente, obter permissão para retornar e reconstruir a cidade (Neemias 1:1; 2:1). O profeta Daniel também teve visões enquanto estava em Susã (Daniel 8:2).

Os susanquitas eram os habitantes ou naturais da cidade persa de Susã (também conhecida como Susa). Susã era uma das cidades mais importantes do antigo Oriente Médio, servindo como uma das capitais do Império Aquemênida persa. Sua relevância histórica e bíblica é significativa, especialmente no período do exílio e pós-exílio do povo judeu.

Bereia

Bereia (Βέροια), uma cidade antiga localizada na Macedônia, desempenhou um papel significativo na história bíblica e no desenvolvimento do cristianismo.

Mencionada no livro de Atos dos Apóstolos, Bereia foi visitada por Paulo de Tarso durante sua segunda viagem missionária, juntamente com Silas e Timóteo. Após serem perseguidos em Tessalônica, eles encontraram uma comunidade receptiva em Bereia, onde pregaram o Evangelho na sinagoga da cidade.Os habitantes de Bereia são notáveis por sua atitude crítica e investigativa em relação aos ensinamentos religiosos. De acordo com Atos 17:10-13, os bereanos examinavam as Escrituras diariamente para verificar a veracidade das pregações de Paulo. Essa postura é frequentemente elogiada como um exemplo ideal para os cristãos contemporâneos que buscam fundamentar sua fé nas Escrituras.

A cidade moderna que ocupa o local da antiga Bereia é Véria, na Grécia. As ruínas arqueológicas revelam influências romanas e bizantinas, destacando-se pela presença de estruturas como a ágora e o teatro romano. A importância histórica de Bereia reside não apenas em seu passado arquitetônico ou político mas também no legado espiritual deixado pelos seus habitantes dedicados ao estudo das Escrituras.

Embora a data exata do estabelecimento da cidade seja desconhecida, sabe-se que ela esteve sob controle persa antes dos romanos e foi uma das primeiras cidades macedônicas a ser conquistada pelo Império Romano após a Batalha de Pidna em 168 a.C. Durante o reinado do imperador Diocleciano (284-305 d.C.), Bereia serviu como uma das capitais da Macedônia.

Dibom

Dibom: nome de duas cidades,

  1. Cidade na Transjordânia, cinco quilômetros ao norte de Arnom. Era uma localidade de Moabe, cedida à tribo de Rúben e reedificada por Gade. Foi reconquistada por Moabe e tornou-se palco de lamento e desespero. (Números 21:30; 32:3, 34; Josué 13:9, 17; Isaías 15:2; Jeremias 48:18, 22).

2. Cidade habitada pelos homens de Judá, depois da volta do cativeiro (Neemias 11:26).

Hesbom

Hesbom é uma antiga cidade mencionada na Bíblia Hebraica e em outras fontes históricas, atualmente identificada com Tel Hisbã, na Jordânia. Seu nome aparece em várias formas nas fontes antigas, como Ḥæšbôn em hebraico, ʾIšbon na tradição samaritana e Εσεβων (Esebon) em grego. Hesbom desempenha um papel significativo em narrativas bíblicas e na história arqueológica da região. Os profetas descreve Hesbom como um lugar de grande sofrimento e angústia. (Números 21:25-30; Isaías 15:4; Jeremias 48:2, 34)

Nos livros de Números 21:21–35 e Josué 23:10, Hesbom é descrita como o centro do reino do amorita Seom, derrotado pelos israelitas. Após a vitória, as terras de Seom foram divididas entre as tribos de Rúben e Gade. Durante séculos, a cidade permaneceu sob controle israelita, como indicado em Juízes 11:26. Contudo, os textos de Isaías e Jeremias mostram que, posteriormente, Hesbom passou a fazer parte do território de Moabe. Jeremias lamenta sua destruição em Jeremias 49:3.

Outros textos antigos reforçam a importância cultural e histórica da cidade. O Cântico dos Cânticos compara os olhos da amada a “cisternas de Hesbom” (Cântico dos Cânticos 7:5), destacando a fama das águas da região. Flávio Josefo menciona Hesbom como Esbonitis ou Sebonitis, relatando sua conquista por Alexandre Janeu e a construção de uma fortaleza por Herodes, o Grande. Fontes romanas, como Plínio, o Velho, e Ptolemeu, também citam Hesbom em seus registros geográficos.

Durante a Antiguidade Tardia, Hesbom continuou a ser uma cidade importante, tornando-se sede episcopal e destacando-se em assuntos eclesiásticos, como registrado por Eusébio e Georgios Kyprios.

Escavações realizadas nos anos 1960 no local identificado como Tell Hisban revelaram ruínas da época romana e bizantina, incluindo igrejas, cisternas e um banho da era otomana. Também foram encontrados ostracas — artefatos como fragmentos de cerâmica — inscritos com um dialeto cananeu. No entanto, as escavações não encontraram evidências de ocupação no período correspondente à conquista israelita descrita na Bíblia.

Tel-Dan

Dã, Dan ou Tel-Dan (תל דן), ou ainda, Laís (ou Leshem) no período cananeu, é uma cidade antiga situada no norte de Israel, no sopé do Monte Hermon. Este sítio arqueológico é especialmente significativo tanto por sua longa história de ocupação, que se estende desde o período neolítico até cerca do ano 500 d.C., quanto por suas ligações com eventos bíblicos e inscrições arqueológicas notáveis.

Dan está localizada na região da Galileia, no norte de Israel. A cidade está cercada por montanhas ao norte e ao leste, sendo próxima das montanhas do Hermon e do sul do Líbano. A área é marcada por uma fertilidade notável, devido às águas que descem das neves derretidas do Monte Hermon e que fluem até o Rio Jordão. Essa vegetação exuberante contrasta com as regiões mais áridas ao redor.

Na Bíblia, a primeira menção a Dã ocorre em Gênesis 14:14, quando Abraão persegue os reis que haviam capturado seu sobrinho Ló. No entanto, o nome “Dã” aqui é anacrônico, já que a cidade era conhecida como Laís antes da conquista israelita descrita no Livro de Juízes (Juízes 18:29).

Originalmente, a tribo de Dã teria recebido terras na costa sul, mas parte da tribo migrou para o norte e conquistou Laís. Após a destruição da cidade, os danitas renomearam o local como Dã. A cidade tornou-se um importante centro de culto religioso, especialmente durante o reinado de Jeroboão, quando este ergueu um templo com um bezerro de ouro em Dã (1 Reis 12:26-33), em uma tentativa de impedir os israelitas de viajarem a Jerusalém.

O monte de Tell-Dan cobre uma área de aproximadamente 50 acres e está situado em uma planície fértil, a cerca de 40 quilômetros ao norte do Mar da Galileia. As escavações em Tell-Dan começaram apenas em 1966 e revelaram uma rica estratificação arqueológica que data desde o período neolítico.

Durante o Período do Bronze Médio (2000-1750 a.C.), a cidade foi cercada por fortificações maciças, incluindo uma impressionante porta feita de tijolos de barro, que é considerada uma das mais antigas estruturas arqueológicas preservadas deste tipo em Israel. Essa porta é conhecida popularmente como a “Porta de Abraão”, referindo-se ao episódio bíblico de Gênesis 14.

No Período do Ferro, as escavações revelaram vestígios de um complexo religioso, corroborando o relato bíblico da importância de Dã como um centro de culto. Entre os objetos encontrados estão lamparinas, um altar de incenso e ossos de animais sacrificados.

Uma das descobertas mais importantes em Tell-Dan é a Inscrição de Tel Dan, encontrada em 1993. Trata-se de um fragmento de estela com inscrições em aramaico que pode ser lido uma menção a “Casa de Davi”, sendo considerada a primeira evidência arqueológica direta da existência do rei Davi e sua dinastia.

Tel-Dan enfrentou várias invasões ao longo dos séculos, incluindo a captura pelos arameus e posteriormente pelos assírios, que destruíram as defesas da cidade por volta de 732 a.C. A cidade foi novamente destruída durante a invasão babilônica no século V a.C., permanecendo abandonada até o período helenístico.

No período romano, a área de Dan continuou a ser habitada e é mencionada por historiadores como Flávio Josefo, que se refere ao local como “Dafne”. Dan continuou a ser ocupada até o período bizantino, mas foi eventualmente abandonada no século IV d.C. No século XIX, exploradores identificaram o local como Tell el-Qadi, um nome que faz referência ao significado de “Dan” em hebraico: “juiz”. As escavações no local foram lideradas por Avraham Biran a partir de 1968.