Nínive

Nínive, em hebraico נִינְוֵה. A cidade capital assíria durante o Império Neo-Assírio, a partir de Senaqueribe (ca. 703 a.C.). A cidade seria uma das maiores da Antiguidade até ser destruida pela coalizão de babilônios e medos em 612. a.C., desde então continuaria habitada, mas já sem a glória ou poder anteriores.

Localizada na margem leste do rio Tigre, hoje é um sítio arqueológico importante próximo a Mossul, no Curdistão iraquiano.

Quase sempre Nínive aparece na Bíblia em tons negativos, associada à opressão e violência assíria. A cidade é denunciada por sua maldade e anunciada sua destruição iminente (Jn 1:2; Na 2:8; 3:7; Sf 2:13).

As referências do Novo Testamento a Nínive em Mt 12:41 e Lc 11:30 aludem ao livro de Jonas.

O palácio, as artes, os monumentos e a biblioteca de Nínive constituem importantes fontes históricos e literários para os estudos bíblicos.

BIBLIOGRAFIA

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Larsen, Timothy. “Austen Henry Layard’s Nineveh: The Bible and Archaeology in Victorian Britain.” Journal of Religious History 33 (2009): 66–81.

Sidom

Sidom (em fenício e hebraico ṣdn, grego Σιδών, latim Sidon e árabe ṣaydā), cidade fenícia na costa libanesa. Uma das mais antigas cidades da região, é ainda um importante centro urbano.

Na Bíblia, sidônio é usado como sinônimo de fenício. A cidade coordenava a grande rede comercial fenícia, fazendo-a rica, apesar de Tiro tomar seu lugar hegemônico entre os séculos X a.C. e IV a.C.

Sidom devia sua prosperidade ao seu porto e à fabricação e comércio de mercadorias como vidro e corante púrpura. Sua frota participou das Guerras Persas. A rica cidade comercial também foi um importante centro cultural e científico.

O reino de Sidom, atestado a partir do século XIV ao III a.C., era frequentemente tributário de outras potências, como Egito, Assíria, Pérsia e Alexandre, o Grande e seus sucessores.

A cidade foi destruída muitas vezes (em 677 por Esar-hadom, em 351 por Artaxerxes). Seu último rei governou até 279 a.C., a partir de então foi governada por sufetes. Seria dominada pelos selêucidas em 198. Alcançou a independência (111 aC), depois ficou sob a influência de Roma (64 a.C.) e tornou-se colônia romana (218 d.C.).

O santuário de Bostan Eshshé (séc. VI a.C. ao século VI d.C.) era dedicado a Eshmun (Asclépio). Astarte também era cultuada na cidade.

Efraim no Deserto

A cidade de Efraim ou Efraim no deserto teria sido uma cidade ou vila na Judeia mencionada somente no Evangelho de João 11:54.

Depois que Jesus ressuscitou Lázaro dos mortos, começou a conspiração para matá-lo. Jesus então se retirou para Efraim com seus discípulos. Eles partiram de lá pouco antes da Páscoa, chegando a Betânia (Jo 12:1).

Seria provavelmente o mesmo lugar que Ofra (Js 18:23), Efrom (2 Cr 13:19), atualmente identificada com a moderna cidade palestina de Taybeh.

Gezer

Localidade bíblica e sítio arqueológico (Tel Gezer) na fronteira do sopé da Judeia e Sefelá. Local estrategicamente perto do cruzamento da Via Maris (a via costeira) com a estrada que leva a Jerusalém, Gezer foi um importante centro cananeu na Idade Média do Bronze (c. 1500 a.C.). É mencionada na Estela de Menerptá, no templo de Karnak, nas cartas de Amarna e possivelmente nos relevos cuneiformes do palácio de Tiglate-Pileser em Nimrud.

Na Bíblia, a cidade aparece nos contexos da conquista de Canaã sob Josué (Js 10:33; Js 21; Jz 1:29) e da luta de Davi com os filisteus (2 Sm 5:25). Salomão recebeu a cidade como dote da filha de Faraó e fortificou-a, junto com Jerusalém, Megido e Hazor (1 Re 9:15-16).

Tel Gezer foi um dos primeiros sítios arqueológicos escavados na Palestina. Inicialmente escavado na década de 1900, os arqueólogos em Gezer identificaram 26 estratos que vão do Calcolítico tardio ao período romano.

Neste sítio, o Calendário de Gezer está entre os mais antigos textos encontrado distintivamente em hebraico. O lugar alto (bamah), um conjunto de dez monolitos, foi identificado como centro cerimonial. A interpretação inicial de que esse centro cerimonial realizava sacrifícios infantis (cf. Gn 22, Jr 32:35; 2 Cr 28: 1-4; Ez 20: 26-29) hoje é rejeitada, mas certamente era um centro de relevância política e cultual.

Arade

A cidade de Arade na borda do deserto do Negebe é mencionada três vezes em conexão com as peregrinação de Israel no deserto e com a conquista de Canaã. Esta cidade-estado com um rei cananeu não foi conquistada pelo povo de Israel (Nm 21:1; 33:40; Js 12:14).

Arade foi inicialmente fundada no Terceiro Milênio, depois de despovoada nos meados da Idade do Bronze até ser refundada no século X aC.

Por sua posição estratégica, Arade passou a ser um entreposto comercial e ponto de guarda de fronteira. Por essa razão, foi construído um forte.

Em Arade foram descobertos quase 200 óstracas de diversos períodos. Notavelmente importante são as óstracas do arquivo de Eliashib, datadas dos séculos VI-VII. As cartas desse destacamento militar atestam um letramento relativamente alto nessa época.

Belém

A Belém bíblica significa “casa do pão” em hebraico. É uma cidade ao sul de Jerusalém, no antigo território das montanhas de Judá.

Há outra Belém da Galiléia, uma vila no território tribal de Zebulom (Js 19:15).

As origens da Belém da Judeia são incertas. Os mais antigos registros arqueológicos indicam um assentamento desde o século XIV a.C.

A cidade aparece a primeira vez na Bíblia em conexão com a vizinha Efrate como o local de sepultamento de Raquel, a esposa de Jacó (Gn 35:19, 48:7). Salmá, neto de Calebe, é chamado de “pai de Belém” (1 Cr 2:51). Depois que seu marido morreu, Rute, a moabita, estabeleceu-se com sua sogra. Foi a cidade natal de Davi e o local de sua unção por Samuel (1 Sm 16). Depois do exílio aparece elencada em Esdras 2:21 e Neemias 7:26.

A cidade era esperada para ser o local onde um novo rei da casa de Davi nasceria. Seria o local do nascimento de Jesus em Mateus (2: 1-8) e Lucas (2:4), cumprindo uma tradição remontando de uma leitura do profeta Miquéias (5:2) (cf. João 7:42).

Éfeso

Éfeso era uma cidade grande e rica no oeste da Ásia Menor.

Uma quase revolta irrompe quando os artesãos efésios sentem que seus negócios estão ameaçados pela chegada de Paulo e de outros missionários cristãos, que negam que Deus possa ser fisicamente representado (Atos 19). A epístola paulina foi destinada à igreja dessa cidade, bem como em Apocalipse, João escreve-lhes uma carta.

Jericó

Jericó era uma idade a oeste do rio Jordão e ao norte do Mar Morto. Uma das mais antigas ocupações urbanas da história, controlava um ponto de passagem da região do Jordão para as colinas centrais de Efraim e Judá. Chamada de “Cidades das Palmeiras” (Dt 34:3; Jz 1:16; 3:13).

Foi conquistada por Josué (Js 6) e visitada por Elias e Eliseu (2 Re 2).

Josué teria amaldiçoado as ruínas (vide Herem) contra quem a reconstruísse: “à custa de seu primogênito lançará os alicerces, e à custa de seu filho mais novo levantará as suas portas'” (Js 6:26). A maldição de Josué foi cumprida durante o reinado do rei Acabe. “Nos seus dias, Hiel de Betel edificou Jericó. Ele lançou os alicerces à custa de Abirão, seu primogênito, e ergueu as suas portas às custas de seu filho mais novo, Segube, de acordo com a palavra de o Senhor, o que ele falou por meio de Josué, filho de Num”. (1 Re 16:34).