Sanchuniathon

Sanchuniathon, em grego antigo Σαγχουνιάθων ou Σαγχωνιάθων, ou Sanchoniatho de Beirute, foi um lendário autor fenício.

Suas três obras em língua fenícia sobrevivem apenas em fragmentos gregos de Filo de Biblos registrada pelo bispo cristão Eusébio. Esses poucos fragmentos compreendem a fonte literária mais extensa sobre a religião fenícia ou cananeia.

No final do século I d.C., o historiador Filo de Biblos diz ter usado a obra de Sanchuniathon como fonte, a qual predataria da Grécia troiana (século XII a.C.). Contudo, há suspeitas que se trata de uma obra pseudoepígrafa ou de uma fonte inventada.

Vale notar semelhanças na cosmogonia de Sanchuniathon e das cosmogonias de Ugarit.

Cosmogonia

Cosmogonia é um termo usado para descrever o estudo da origem, moldagem e evolução do universo ou do cosmos. Em contextos religiosos e mitológicos, refere-se à história ou mito da criação que explica como o mundo ou o universo surgiu.

A história da criação na Bíblia pode ser compreendida por meio de três diferentes processos de criação:

Criação por Fala Divina quando Deus cria o universo falando para que as coisas existam. Aparece descrito em Gênesis 1:3, onde Deus diz: “Haja luz”, e houve luz. Este processo de criação pelo discurso divino continua ao longo dos seis dias da criação, com Deus usando palavras para criar o céu, a terra, os mares e todas as criaturas vivas.

Criação por Artefato Divino: quando Deus trabalha em formar a criação. Este processo de criação é descrito como mais intencional e deliberado do que o primeiro, pois Deus forma os seres humanos do pó da terra e sopra vida neles. Este processo de criação por artefato divino enfatiza a relação especial entre Deus e os seres humanos. O relato de Gênesis 2 e Provérbios 8:22-31.

Criação por Batalha Cósmica ou Chaoskampf entre Deus e as forças do caos. Esta batalha representa a luta entre ordem e caos, luz e escuridão, bem e mal. Na história da criação, as forças do caos são representadas pelas águas primordiais, que Deus separa para criar o céu e o mar. São exemplos Jó 38 e 2 Pedro 3:5-6.

As Escrituras Hebraicas ou o Antigo Testamento cristão possuem um conjunto de cosmogonias ou narrativas de criação. Apesar de Gênesis 1 ser a cosmogonia mais conhecida, outras estão presentes na Bíblia. Estas são as mais notórias:

Em comum essas cosmogonias combinam diferentes motivos literários. São eles: a criação pela vitória na batalha contra o mal ou caos primevo representado pelas águas ou seus monstros; a criação por comando da palavra divina e a criação mediante a artesania.

BIBLIOGRAFIA

Alves, Leonardo M. “Criação: as cosmogonias bíblicas”. Ensaios e Notas, 2020.

Cosmos

Cosmos ou cosmo vem do grego κόσμος, “ordem, arrajo em harmonia”. Desde Pitágoras o termo ganhou o sentido de ordem do universo em oposição ao caos. No Novo Testamento, o termo conota as coisas da Terra em oposição às coisas celestiais. A descrição do universo, seu funcionamento e destino é a cosmologia, da qual faz parte a cosmogonia, relato sobre sua origem.

Em astronomia o termo cosmovisão se refere à perspectiva sobre a estrutura do universo. Esse termo foi incorporado à filosofia e à antropologia para se referir a alguns elementos da visão de mundo compartilhada por certo grupo sociocultural ou até mesmo indivíduo. Entre alguns círculos apologéticos e polemistas o termo é empregado incorretamente como um conjunto discreto de pressupostos sobre a realidade (o que seria a ontologia) ou sobre meios de obtenção o conhecimento (cujo termo técnico seria epistemologia).