Johann Albrecht Bengel (1687 – 1752) foi um teólogo e comentarista do Novo Testamento alemão.
Nascido no ducado de Württemberg, foi influenciado pelo pietismo dessa região. Tornou-se professor e administrador no seminário luterano.
Produziu uma edição crítica do Textus Receptus do Novo Testamento (1734), anotando diferentes gradações de autoridade nas variantes textuais. Para tal, utilizava um engenhoso código de classificação da autoridade textual. Nas notas de rodapé havia listado leituras encontradas em diversas fontas, classificadas em cinco letras do alfabeto grego. A letra α indicava a leitura que considerava a melhor ou a verdadeira; β, uma leitura melhor que a do texto; γ, um igual à leitura textual; e δ, leituras inferiores às do texto.
Como biblista, escreveu o Gnomon Novi Testamenti, o qual inspirou as Notas explanatórias sobre o Novo Testamento de John Wesley. Publicado em 1742 depois de vinte anos de pesquisa, modestamente intitula como um gnomon ou índice. Consistia em uma coleção de anotações exegéticas breves e opiniões eruditas a cada passagem, virtualmente comentando verso a verso. O propósito seria guiar o leitor para verificar o significado por si mesmo. Propunha não importar nada de doutrina para a Escritura, mas extrair dela todo o entendimento teológico. Desse modo, inicia uma abordagem indutiva de hermenêutica bíblica.
Cunhou o conceito de famílias textuais de manuscritos. Utilizou duas famílias, uma africana ou alexandrina e outra constantinopolitana ou asiática que compreendia todas as outras variantes.
Estabeleceu dois cânones para a ecdótica bíblica: “o texto mais curto tende ser o mais antigo e melhor” e a “leitura mais difícil é a preferível”.
Seu interesse escatológicos o fez prever o início do milênio para 1837 e provocou ruptura com os morávios, aos quais rejeitavam esquemas e especulações sobre as últimas coisas.