Sangar

Um dos libertadores de Israel no período dos juízes. Teria matado 600 filisteus com uma aguilhada de boi (Texto Massorético) ou uma relha de arado (Septuaginta).

Seu nome aparenta ser hurrita. É chamado de “filho de Anate”, mas não se sabe se é um patronímico ou uma alusão ao seu feito guerreiro (Anate era a personificação da deusa da batalha e destruição na mitologia sírio-cananeia).

Aparece brevemente em um versículo (Jz 3:30) que em alguns manuscritos gregos aparece antes de Jz 16:1. Adicionalmente, o cântico de Débora alude a ele (Jz 5).

Embora não seja chamado de juiz, tradicionalmente é contado entre eles.

Gideão

Gideão, em hebraico גדעון, “cortar”, em grego γεδεων, também chamado Jerubaal (Juízes 6:32) e Jerubessete, era um líder militar.

Herói israelita da era dos juízes, é contado como juiz, embora sem receber essa designação no livro de Juízes. Era filho de Joás, o abiezrita, da cidade de Ofra, na área tribal de Manassés. Foi pai de Abimeleque, Jotão e setenta filhos que viviam em Siquém.

Depois de receber um chamado divino, lutou contra os midianitas. Seu ciclos narrativo encontra-se em Juízes 6: 11-8: 32, além de alusões esparças em diversas partes da Bíblia (Isaías 9:3; 10:26; Salmos 83: 10-12; 1 Samuel 12:11; Hebreus 6:15; 11:12).

A humildade de Gideão é exaltada em Hb 6:15. Sua recusa em aceitar a ser rei sobre Israel (Juízes 8:23) encontra-se paralelo raro na história, como Cincinato entre os romanos.

Eúde

Eúde (אֵהוּד ‘ehûd em hebraico), filho de Gera, da tribo de Benjamim. Seu ciclo narrativo está registrado em Juízes 3:12-29, 4:1, onde conta como libertou os israelitas da opressão de Eglom, rei moabita.

O significado de seu nome é obscuro. Uma interpretação é que seria um hipocorístico, para Abihud (אֲבִיהוּד’ ăvîhûd) ou deriva-se de אֵי ‘ê “onde?” e הוֹד hôd “esplendor”. Assim, significaria “Meu pai é esplendor” ou “onde está o esplendor?”.

Depois de 18 anos de opressão, Eúde compareceu diante de Eglom, rei moabita, para pagar-lhe tributo. Depois de pedir um aparte, sacou a espada escondida com sua mão esquerda e a cravou em Eglom. Algumas leituras, como a Vulgata, diz que Eglom era muito obeso e o punhal sumiu na gordura. Eúde escapou e reuniu com os israelitas para lutarem contra os moabitas.

Embora não haja o título no Texto Massorético (a Septuginta fiz que “julgou”), Eúde é tradicionalmente contado como juiz.

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PERÍCOPE ANOTADO