Leia

Leia ou Lia, em hebraico לֵאָ֔ה e em grego Λεία, era irmã mais velha de Raquel, filhas de Labão (Gn 29:16). Aparece em Gn 29-31 dentro do ciclo de Jacó em relação de disputa com sua irmã.

O significado de seu nome é incerto. É especulado que signifique impaciente ou seja cognato do acadiano littu, vaca selvagem.

Leia é descrita como de olhos ternos, talvez implique em estrabismo (Gn 29:17). Ela foi contrastada com sua irmã que era bonita.

Jacó se enamorou por Rachel e sujeitou-se a sete anos de servidão para pagar o preço da noiva. No entanto, Labão enganou Jacó para se casar com Leia (Gn 29:23-24). Depois, Jacó concordou em trabalhar mais sete anos para ter Raquel como segunda esposa. Assim, Leia foi a primeira esposa de Jacó, de quem também era prima, pois sua mãe, Rebeca, era irmã de Labão (Gn 29:12-13).

Teve quatro filhos com Jacó: Rubem, Simeão, Levi e Judá. Mediante sua serva Zilpa foi mãe de mais dois: Gade e Asser (29:32; 30:10, 12).

Enquanto foi enterrada perto de Belém, Leia foi sepultada em Macpela, onde Jacó seria sepultado (49:31).

A única menção a Leia fora de Gênesis ocorre em Rute 4:11, no qual Leia é celebrada como uma das que edificaram a casa de Israel.

E todo o povo que estava na porta e os anciãos disseram: Somos testemunhas; o Senhor faça a esta mulher, que entra na tua casa, como a Raquel e como a Leia, que ambas edificaram a casa de Israel; e há-te já valorosamente em Efrata e faze-te nome afamado em Belém.

BIBLIOGRAFIA

BELLIS, Alice Ogden. “A Sister Is a Forever Friend: Reflections on the Story of Rachel and Leah.” The Journal of Religious Thought 55, no. 2 (1999): 109.

CAMÕES, Lúis de. “Sete anos de pastor”. Lírica. Introdução e notas de Aires da Mata Machado Filho. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: EDUSP, 1982

CHWARTS, Suzana. “Dá-me filhos senão estou morta: a concepção na Bíblia Hebraica.” Arquivo Maaravi: Revista Digital de Estudos Judaicos da UFMG 2.2 (2008):135-138.

CLAASSENS, Juliana. “Reading Trauma Narratives : Insidious Trauma in the Story of Rachel, Leah, Bilhah and Zilpah (Genesis 29-30) and Margaret Atwood’s The Handmaid’s Tale.” Old Testament Essays 33, no. 1 (2020): 10-31.

JEFFRESS, Jean. “Three’s Company Too: A Midrash on Everyday Misogyny, Leah, Rachel, Jacob, and the Comedy of Errors of This Hebrew Bible Dysfunctional Family.” Review and Expositor (Berne) 115, no. 4 (2018): 572-76.

JENSEN, Aaron Michael. “The Appearance of Leah.” Vetus Testamentum 68, no. 3 (2018): 514-18.

RABOW, Jerry. The Lost Matriarch : Finding Leah in the Bible and Midrash. Lincoln: JPS, 2014.

SEELENFREUND, Morton H, and Stanley Schneider. “Leah’s Eyes.” The Jewish Bible Quarterly 25, no. 1 (1997): 18-22.

STARR‐MORRIS, Ashley. “Leah and Hagar.” Cross Currents (New Rochelle, N.Y.) 69, no. 4 (2019): 384-401.

Diná

Diná, em hebraico דִּינָה‎, “julgada”, foi uma filha de Leia e Jacó. Foi estuprada por Siquém, um príncipe da cidade homônima, despertando a vingança de Simeão e Levi. (Gn 34).

A última menção de Diná na Bíblia aparece quando a família de Jacó se prepara para descer ao Egito. É listada entre os 70 membros da família que desceram juntos (Gênesis 46:15).

BIBLIOGRAFIA

Bechtel, Lyn M. “What If Dinah Is Not Raped? (Genesis 34).” Journal for the Study of the Old Testament 19, no. 62 (1994): 19–36. doi:10.1177/030908929401906202.

Blyth, Caroline. “`Listen to My Voice’: Challenging Dinah’s Silence in Genesis 34.” The Expository Times 120, no. 8 (2009): 385–87.

Blyth, Caroline. “Terrible Silence, Eternal Silence: A Feminist Re-Reading of Dinah’s Voicelessness in Genesis 34.” Biblical Interpretation: A Journal of Contemporary Approaches 17, no. 5 (2009): 483–506.

Johnson, Janell. “Negotiating Masculinities in Dinah’s Story: Honor and Outrage in Genesis 34.” Review & Expositor 115, no. 4 (2018): 529–41. doi:10.1177/0034637318798362.

Klopper, Frances. “Rape and the Case of Dinah : Ethical Responsibilities for Reading Genesis 34.” Old Testament Essays 23, no. 3 (2010): 652–65.

Rofé, Alexander. “Defilement of Virgins in Biblical Law and the Case of Dinah (Genesis 34).” Biblica 86, no. 3 (2005): 369–75.

Ruit, Gavi S. “Rabbinic Commentaries on Genesis 34 and the Construction of Rape Myths.” Journal of Jewish Ethics 3, no. 2 (2017): 247–66.

Shemesh, Yael. “Rape Is Rape Is Rape: The Story of Dinah and Shechem (Genesis 34).” Zeitschrift FÜr Die Alttestamentliche Wissenschaft 119, no. 1 (2007): 2–21.

Thomson, H. “Hermeneutical Reflections on Genesis 34: The Rape of Dinah.” Saint Marks Review 197, no. 197 (2003): 39–40.