Manuscritos do Deserto da Judeia

Os Manuscritos do Deserto da Judeia são uma coleção de textos antigos, predominantemente judaicos, descobertos em diversas cavernas no Deserto da Judeia, a leste de Jerusalém, a maioria entre 1947 e 1956. Esses documentos, que datam principalmente do período entre o século III a.C. e o século I d.C., têm imensa importância histórica, religiosa e cultural, fornecendo uma visão sem precedentes da vida e do pensamento judaico no período do Segundo Templo.

A região do Deserto da Judeia era um local de refúgio e atividade religiosa durante o período helenístico e romano. Grupos como os essênios buscavam isolamento para fins de purificação espiritual e prática religiosa. A descoberta dos manuscritos em cavernas, muitas vezes associadas a antigos assentamentos, sugere que esses locais eram utilizados para armazenar textos sagrados e documentos comunitários.

Os manuscritos são compostos por uma variedade de textos, incluindo:

  • Textos Bíblicos: Cópias de livros da Bíblia Hebraica, representando a maioria dos livros canônicos. A versão mais antiga do Livro de Isaías, completa e bem preservada, é um dos destaques.
  • Textos Apócrifos e Pseudoepígrafos: Obras que não foram incluídas no cânon bíblico, mas que circulavam entre as comunidades judaicas do período.
  • Textos Sectários: Documentos que revelam as crenças e práticas de grupos específicos, como os essênios. O “Manual de Disciplina” e o “Rolo da Guerra” são exemplos importantes.
  • Textos Literários: Obras poéticas, como hinos e salmos, e textos sapienciais.
  • Documentos Legais e Administrativos: Contratos, cartas, recibos e outros documentos que registram transações e eventos do cotidiano.

Principais Coleções:

Arquivos de Babatha

Arquivo de Salome Komaise

Manuscrito de Nahal Arugot

Manuscritos de Nahal Hever 

Manuscritos de Nahal Se’elim

Manuscritos de Wadi Sdeir

Manuscritos de Massada

Manuscrito de Shapira

Manuscritos do Mar Morto

Manuscrito EGLev

Textos de Wadi Murabba’at

Diálogo de Timóteo e Áquila

Manuscritos de Nahal Se’elim

Os Manuscritos de Nahal Se’elim (ou Wadi Seiyal) são uma coleção significativa de textos antigos descobertos em uma caverna na região de Nahal Se’elim, no deserto da Judeia. Datados do período helenístico e romano, especialmente do século II d.C., estão associados ao contexto histórico da revolta de Bar Kokhba contra o domínio romano.

Esses manuscritos foram encontrados durante escavações arqueológicas em uma área que é reconhecida pela sua importância histórica e arqueológica. Eles incluem textos escritos principalmente em hebraico e aramaico, refletindo a diversidade linguística e cultural da época.

Entre os textos encontrados, estão:

  • Textos bíblicos, contendo fragmentos ou referências a livros das Escrituras, que ajudam a compreender a transmissão e o uso dos textos sagrados naquele período.
  • Escritos não bíblicos, como documentos legais e cartas. Esses textos fornecem informações valiosas sobre práticas sociais, religiosas e jurídicas das comunidades judaicas na Judeia durante um período de resistência política e militar contra Roma.

Os manuscritos de Nahal Se’elim situam-se em um momento crítico da história judaica. A revolta de Bar Kokhba, ocorrida entre 132 e 135 d.C., foi uma tentativa de reestabelecer um estado judeu independente, resultando em uma repressão brutal por parte dos romanos. Esses textos são importantes porque revelam aspectos da vida religiosa e cultural das comunidades judaicas nesse período de conflito.