Salmos 152-155

Os Salmos 152-155 são salmos extra-canônicos registrados na Peshitta Siríaca. Dois deles (Salmo 154 e 155) também são encontrados no grande rolo de Salmos do Mar Morto em hebraico. Juntamente com o Salmo 151, formam os chamados “cinco salmos apócrifos” ou os “Cinco Salmos Siríacos”.. Os Salmos 152 a 155 são encontrados em dois manuscritos bíblicos siríacos e vários manuscritos do “Livro da Disciplina” de Elias de Anbar. Foram identificados pelo bibliotecário orientalista Giuseppe Simone Assemani em 1759. ou os “Cinco Salmos Siríacos”.

O Salmo 152, “Falado por Davi quando estava contendendo com o leão e o lobo que levaram uma ovelha de seu rebanho”, sobreviveu apenas em siríaco, embora a língua original possa ter sido o hebraico. O texto tem seis versículos, o tom é não rabínico, e provavelmente foi composto em Israel durante o período helenístico (c.323–31 a.C.).

O Salmo 153, “Falado por Davi quando agradecia a Deus, que o havia livrado do leão e do lobo e ele havia matado ambos”, sobreviveu apenas em siríaco. A data e a proveniência são semelhantes ao Salmo 152.

O Salmo 154 sobreviveu em manuscritos bíblicos siríacos e também foi encontrado em hebraico, no Rolo do Mar Morto 11QPs(a)154, um manuscrito do século I d.C. Também chamado de “A Oração de Ezequias quando inimigos o cercaram”.

O Salmo 155 está preservado em siríaco e também foi encontrado no Rolo do Mar Morto 11QPs(a)155, um manuscrito hebraico do século I d.C. O tema deste salmo é semelhante ao do Salmo 22, e devido à falta de peculiaridades, é impossível sugerir data e origem, exceto que sua origem é claramente pré-cristã.

VEJA TAMBÉM

Salmo 151

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Salmo 151

O Salmo 151 é um salmo normalmente considerado apócrifo em várias tradições ocidentais e judias com base no Texto Massorético, mas parte do cânone ortodoxo e presente entre os manuscritos do Mar Morto e em algumas edições da Vulgata.

O Salmo 151 tem uma sobrescrição davídica e é situado no evento de Davi e Golias. Narra a história do jovem Davi, dentro dos relatos de 1 Sam 16–17. O salmo é atribuído a Davi e descreve seu humilde começo como pastor e sua eventual ascensão ao poder como rei de Israel. Ele ecoa a unção de Davi como rei e sua vitória sobre o gigante Golias.

Pela sua ausência no Texto Massorético, imaginou-se por muito tempo que seria uma composição originalmente em grego. No entanto, aparece junto com vários salmos não canônicos no Rolo dos Grandes Salmos (1QPsalmsa) nos Manuscritos do Mar Morto. Essa descoberta demonstrou que, na realidade, a versão da Septuaginta é uma tradução abreviada desse salmo em hebraico. A versão grega é chamada de Salmo 151A e a do Mar Morto de Salmo 151B.

1. Eu era pequeno entre meus irmãos
e o mais novo na casa de meu pai;
Eu cuidava das ovelhas do meu pai.

2 Minhas mãos fizeram uma harpa;
meus dedos formaram uma lira.

3 E quem dirá ao meu Senhor?
O próprio Senhor; é ele quem ouve.

4 Foi ele quem enviou seu mensageiro
e me tirou das ovelhas de meu pai
e me ungiu com o seu óleo de unção.

5 Meus irmãos eram bonitos e altos,
mas o Senhor não se agradou deles.

6 Saí ao encontro do estrangeiro,
e ele me amaldiçoou por seus ídolos.

7 Mas eu desembainhei sua espada;
Eu o decapitei e removi a desgraça do povo de Israel.

BIBLIOGRAFIA

Cortés, Maicol A. “The Messianic Davidic Expectations of Psalms 151A and 151B, and Their Theology.” TheoRhēma 17.2 (2022): 5-17.

Witt, Andrew C. “David, the” Ruler of the Sons of His Covenant”(…): The Expansion of Psalm 151 in 11QPs a.” Journal for the Evangelical Study of the Old Testament 3.1 (2014).

Guerra dos Filhos da Luz Contra os Filhos das Trevas

A Guerra dos Filhos da Luz Contra os Filhos das Trevas ou Regra da Guerra, Regra da Guerra e Manuscrito da Guerra é um manual militar com conteúdo apocalíptico descoberto entre os Manuscritos do Mar Morto.

O documento é formado por vários rolos e fragmentos, incluindo 1QM e 4Q491–49.

Trata-se de uma descrição apocalíptica da guerra entre os Filhos da Luz e os Filhos das Trevas. É centrado nas batalhas escatológicas dos Filhos da Luz.

A guerra é descrita em duas fases distintas, a primeira é a Guerra contra os Quitim. Os Filhos da Luz, composta pelos filhos de Levi, os filhos de Judá e os filhos de Benjamim, e os exilados dos deserto enfrentarão Edom, Moabe, os filhos de Amom, os amalequitas e a Filístia e seus aliados, os Quitim de Assur (referidos coletivamente como o exército de Belial).

A segunda parte da guerra ou a Guerra das Divisões será quando os Filhos da Luz, agora as doze tribos unidas de Israel, conquistando as nações da vaidade, durante quarenta anos de combate..

Essas duas guerras guerras aparecem no início do documento. Depois seguem instruções litúrgicas, rituais e apotropaicas para as flâmulas, trombetas, dardos. Por fim, descreve a batalha em sete etapas, liderada pelos sacerdotes, entre a Luz e as Trevas, a Guerra contra os quitim. A batalha é finalmente vencida por intervenção divina.

Comentário de Habacuque

Comentário de Habacuque, pesher Habakkuk, 1QpHab é um dos primeiros manuscritos do Mar Morto a ser descoberto e publicado. O comentário utiliza o texto do Livro de Habacuque para interpretar eventos contemporâneos. Argumenta que há um Mestre da Justiça que conhece o verdadeiro significado das Escrituras e está em comunhão com Deus. Tal mestre tem como oponentes o Sacerdote Mau e o Homem das Mentiras.

1QS – Regra da Comunidade

O manuscrito 1QS ou Regra da Comunidade (anteriormente Manual de Disciplina) é um dos primeiros encontrados nas cavernas do Mar Morto.

Era um documento importante da Comunidade de Qumran, pois instruía nas normas de admissão e pertencimento ao grupo

Possui quatro partes.

Inicia com instruções para a admissão de novos membros e para um festival anual de renovação do pacto.

A segunda parte expõe a doutrina dos dois espíritos: concepção dualista dos espíritos e filhos da luz contra os espíritos das trevas ou filhos da maldade.

Seguem as regras para a ordem da comunidade, incluíndo um catálogo de punições.

Termina com instruções para a oração e um salmo.