Johannes Campanus (c. 1500-1575), humanista e reformador.
Humanista influenciado por Erasmo, tornou-se um simpatizante de Lutero. Embora não fosse um anabatista, argumentava que a fé deveria preceder o batismo.
Johannes Campanus (c. 1500-1575), humanista e reformador.
Humanista influenciado por Erasmo, tornou-se um simpatizante de Lutero. Embora não fosse um anabatista, argumentava que a fé deveria preceder o batismo.
Hans Hotz (?-depois de 1538). Líder anabatista. Foi um participante bem articulado no colóquio entre os anabatistas e o clero da Igreja Reformada em Berna em 1538.
Conrad Grebel (1498-1526) pioneiro anabatista.
Grebel foi o primeiro a ser batizado e foi um líder do início do anabatismo em Zurique e seus arredores. Morreu de peste.
Johannes (Hans) Denck (ca. 1500-1527) foi um humanista e teólogo anabatista.
Denck era um jovem estudioso humanista oriundo de Habach, Bavária. Em 1517 matriculou-se na Universidade de Ingolstadt, da qual recebeu o grau de Bacharel em Artes. Mudou-se para Basileia, onde continou a estudar na universidade da cidade. Versado em latim, grego e hebraico, erudito, escreveu várias obras teológicas consolidando o pensamento anabatista. Aderiu ao anabatismo em 1525, mas morreu de peste em Basileia dois anos após sua conversão.
Denck participou da rede de anabatistas da Suíça e do sul da Alemanha, junto de Balthasar Hubmaier e Hans Hut. Integrou a reunião de 1527 em Augsburg que ficou conhecida como o “Sínodo dos Mártires”.
TEOLOGIA
Um tema central de sua reflexão é como Deus, que é imutável e eterno, se revela em seu mundo criado, que é transitório e temporal.
A fonte da revelação é Cristo, o qual é a Palavra de Deus. As Escrituras são testemunhas da manisfestação da Palavra de Deus. Entretanto, a salvação não está vinculada às Escrituras. O Espírito conduz os crentes à unidade, enquanto a Letra (leitura formalista ou legalista sem o Espírito) tende a criar desacordo e divisão. Desenvolveu um teologia do Logos na qual a Palavra de Deus opera em dois níveis, como uma Palavra interna e uma Palavra externa. A Palavra interior é a Verdade última, pois é Amor, como Deus é Amor e essa Palavra encarnou em Cristo Jesus. As Escrituras seriam a Palavra externa, suprema a qualquer tesouro humano.
Denck foi um dos pioneiros no restauracionismo. Argumentava que a corrupção da Igreja começou após a morte dos apóstolos. Nessa época teria tido um desvio, com o foco novamente nas coisas externas e na autoridade humana, em vez da liderança espiritual dos crentes e da Igreja de Cristo.
Em sua soteriologia, Denck transferiu o sacramentalismo (reencenação do sacrifício de Cristo nos sacramentos) para a transformação interior. O sacrifício histórico de Cristo na carne não seria suficiente para a salvação. Também seria necessário uma crucificação e ressurreição interior dentro do indivíduo através do poder ativo do Espírito de Cristo. Desse modo, o batismo exterior com água não é necessário porque o sacramento é principalmente um batismo espiritual interior pelo Espírito Santo. Portanto, as águas batismais não possuíam caráter regenerador. Igualmente, a Santa Ceia do Senhor externa não seria necessária, pois o sacramento é principalmente uma alimentação interior e espiritual do corpo espiritual de Cristo, que é o “pão da vida”.
Como os anabatistas atuais, Denck compartilhou o compromisso com a não violência, a tolerância religiosa e a liberdade de consciência. Rejeitava os juramentos e a doutrina da predestinação.
“Como o amor n’Ele era perfeito e como o amor não odeia ou inveja ninguém, mas inclui a todos, ainda que todos fôssemos seus inimigos, certamente Ele não desejaria excluir ninguém. E se Ele tivesse excluído alguém, então o amor teria sido vesgo e um discriminador de pessoas. E isso, [Deus] não é!”
Denck. Se Deus é a causa do mal
BIBLIOGRAFIA
Denck, Hans; Bauman, Clarence. The Spiritual Legacy of Hans Denck : Interpretation and Translation of Key Texts. Leiden: Brill, 1991.
Killian Aurbacher (?-1534?), foi um dos primeiros líderes anabatistas em Austerlitz, Morávia.
Aurbacher argumentava que seguir a Jesus Cristo era questão de fé. Ser cristão seria uma questão de livre vontade, não uma imposição forçada. Tolerante, em uma carta a Martim Bucer em 1534 escreveu:
Nunca é certo obrigar alguém em questões de fé, seja o que for que ele acredite, seja ele judeu ou turco [muçulmano].
Mesmo que se alguém não creia de forma correta ou queira crer assim, isto é, se ele não possui ou não queira ter o correto entendimento da salvação e não confie em Deus ou se submeta a Ele, mas confia na criatura e ame-a, ele portará sua própria culpa e ninguém o apoiará no juízo.
E assim nos conduzimos de acordo com o exemplo de Cristo e dos apóstolos e proclamamos o evangelho segundo a graça que Ele nos confiou. Não obrigamos ninguém.
Mas quem está disposto e pronto, deixe segui-Lo, como Lucas nos mostra em Atos. Que isso então também é uma verdade aberta, que o povo de Cristo é constituído de pessoas livres, não forçadas e não compelidas, que recebem a Cristo com desejo e coração disposto. Acerca disso as Escrituras testificam.
Aurbacher, Hulshof, 247.
BIBLIOGRAFIA
Bender, Harold S. “The Anabaptists and Religious Liberty in the 16th century.” Archiv für Reformationsgeschichte 44.jg (1953): 32-51.
Hillerbrand, Hans J. Die politische Ethik der oberdeutschen Täufer. Ein Beitrag zur Religions- und Geistesgeschichte des Reformationszeitalters. Köln 1963. A famosa citação de Aubarcher aparece na página 22.