Mortalismo

O mortalismo ou oblívio eterno é uma perspectiva do estado pós-vida de que a morte é o fim da existência e que não existe céu, inferno ou outra forma de vida após a morte.

Esta posição é rejeitada pelas principais religiões abraâmicas, que ensinam alguma forma de vida após a morte. No entanto, o mortalismo tem uma longa história dentro destas tradições e tem sido defendido por vários teólogos e filósofos proeminentes.

Os saduceus eram uma seita judaica ativa durante o período do Segundo Templo. Eles também negaram a existência de vida após a morte, de anjos e da ressurreição dos mortos.

Uriel Acosta foi um filósofo e teólogo português nascido em uma família judia, mas posteriormente convertido ao cristianismo. Mais tarde, foi excomungado da Igreja Católica por suas crenças pouco ortodoxas, incluindo sua negação da imortalidade da alma. Acosta finalmente retornou ao judaísmo, mas foi novamente excomungado por suas crenças. Acosta acabou cometendo suicídio, deixando uma nota na qual defendia seus pontos de vista e expressava sua esperança de que simplesmente deixaria de existir após a morte.

O bispo Sinésio de Cirene foi um bispo cristão do século V. Influenciado pelo neoplatonismo, era um defensor ferrenho do livre arbítrio e negou a existência de uma vida após a morte, que considerava incompatível com o livre arbítrio. Sinésio argumentou que se houvesse vida após a morte, então Deus seria capaz de forçar as pessoas a escolhê-lo, o que violaria seu livre arbítrio.

Durante o iluminismo o mortalismo foi adotado por deistas como Thomas Hobbes, John Locke e David Hume. É uma perspectiva amplamente difundida entre adeptos de uma visão materialista de universo.

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Saduceus

Saduceus eram um grupo de elite judaica intimamente associado às funções cúlticas sacerdotais e posições de liderança no Segundo Templo.

Não se tem muitas fontes acerca dos saduceus. Pelo Novo Testamento, Josefo e Talmud, infere-se que os saduceus aceitaram apenas a Torá como dotada de autoridade e rejeitaram as interpretações dos fariseus sobre ressurreição, anjos e vida pós morte.

Talvez originário dos grupos sacerdotais ligadas aos macabeus, o termo remete a zadoquita, uma possível origem de suas linhagens. Não sobreviveram como grupo distinto à destruição do Templo pelos romanos no ano 70 d.C.

Boetusianos

Os boetusianos eram uma facção política e religiosa judaica da Antiguidade Tardia, associada aos saduceus e aos herodianos. Não aparecem na Bíblia, mas segundo uma tradição rabínica, Boeto ou Boetus era contemporâneo de Zadoque e rejeitou a crença da vida após a morte e a ressurreição.

Durante o período herodiano, é possível que os boetusianos detonasse os seguidores de uma linhagem sacerdotal arrivista. Simão, filho de Boetus de Alexandria foi nomeado sumo sacerdote por volta de 25 aC por Herodes, o Grande, para que seu casamento com a filha de Boetus, Mariamne, não fosse considerado um casamento com uma pessoa considerada inadequada.

Ainda que com muitas mudanças de ventos políticos, outros sumo sacerdotes boetusianos continuaram.

Joazar, filho de Boetus (4 aC – antes de 6 dC), impopular e defensor do cumprimento do Censo de Quirino.

Eleazar, filho de Boetus (4-3 aC), mencionado no Livro Mandeu de João.

Simão Canteras, filho de Boetus, (41-43 d.C.) e Eliouneu, Filho de SImão Canteras 43-44 d.C.), Marta esposa de Josué filho de Gamla (sacerdote em 64 d.C.

Há outra associação, que lê o termo grego Boethus com a forma semítica Bt ‘esya (“casa dos essenos”).

Menções tardias, após a destruição do Templo, indica um possível uso genérico dos termos “boetusiano” ou “saduceu” no sentido de “sectário”.

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