Período do Segundo Templo

O período do Segundo Templo (539 a.C-70 d.C.) começa quando os israelitas na Judeia, Mesopotâmia e Egito se encontravam sob o domínio persa e puderam reconstruir o templo em Jerusalém e termina com a sua destruição pelos romanos.

Por seis séculos, os israelitas estiveram sob os impérios persa, grego, macabeu e romano.

A cultura religiosa desenvolveu uma série de características como a sacralização do texto da Bíblia, instituições como a sinagoga, a noção do próprio judaísmo como uma identidade religiosa, uma intensa expectativa messiânica, um sentimento de que as obras de inquidades levaram à opressão e à diáspora.

O período do Segundo Templo é reconstruído por várias fontes literárias – como os Apócrifos e Pseudepígrafas; obras de autores que escreveram em grego, como o filósofo judeu do século I Filo de Alexandria e o historiador Flávio Josefo; o conjunto de textos descobertos nas cavernas do deserto da Judeia, principalmente os Manuscritos do Mar Morto; o Novo Testamento; e outras fontes.

As evidências arqueológicas de Jerusalém, Massada e outros locais ajudam a reconstruir uma imagem de como a cultura judaica emergiu dos resquícios da antiga cultura israelita e se desenvolveu no que mais tarde seria conhecido como cristianismo e judaísmo rabínico.

Diáspora

Diáspora ou dispersão, em grego διάσπορα, ou em hebraico golah, refere-se às comunidades israelitas fora de seu território dos antigos reinos de Judá e Israel.

No Período do Segundo Templo havia mais israelitas fora da Palestina, como parte da Diáspora.

As deportações foram a causa inicial da Diáspora. Os assírios levaram os israelitas de Samaria em 722 a.C., e os babilônios levaram alguns de Jerusalém em 586 a.C. Os Ptolomeus relocaram muitos para a Cirenaica. Mais tarde, Pompeu levaria muitos para Roma como escravos.

Adicionalmente, o aumento da população na Palestina pressionou a procurarem outros lugares. Centros urbanos no Egito, Ásia Menor, Mesopotâmia e outros lugares no Levante passaram a ter suas comunidades de israelitas nas quais as sinagogas ofereciam continuidade religiosa, legal e social.

Junto da Diáspora veio o sentimento de antissemitismo. Cícero tratava os judeus com ódio e medo. Tibério perseguiu a colônia judia em Roma. Cláudio decretou a expulsão dos judeus de Roma.

Os judeus da Diáspora mantinham fortes laços com Jerusalém e o Templo. Peregrinações frequentes eram feitas a Jerusalém para as festas . Nas sinagogas a leitura das Escrituras ocorriam em grego (LXX), em aramaico (Targum) e hebraico. Os padrões éticos da religião israelita atraíam gentios, com muitos convertendo formalmentes — os prosélitos — ou simplesmente acompanhando preceitos morais israelitas — os tementes a Deus.

A Diáspora foi crucial para a difusão do cristianismo. A esperança messiânica para a restauração e ajuntamento do povo de Israel era viva entre os judeus da Diáspora.

Macabeus

Macabeu, “martelo”, era o apelido dado à família dos Hasmoneus. A designação serve ao conjunto de livros com esse título e à família de líderes desse período (167-64 a.C.).

Durante o período helenista (332-64 a.C.), a Judeia esteve alternada vezes sob o controle dos selêucidas da Síria e ptolomeus do Egito — estados sucessores de Alexandre, o Grande. No final do século II, o rei selêucida Antíoco IV Epifânio, impôs uma política de culto oficial contrária ao monoteísmo israelita, como parte de uma política de homogeneização sociocultural chamada de “helenismo”.

A família dos Macabeus liderou a resistência militar, política e religiosa na Judeia. A revolta teve início quando de oficiais vieram cumprir os decretos de Antíoco na aldeia de Modein. Lá, um sacerdote idoso chamado Matatias vivia com seus cinco filhos: João “Gadi”, Simão “Thassi”, Judas “Macabeu”, Eleazar “Avaran” e Jônatas “Afo”. Matatias reagiu espotaneamente, dando início de uma revolta que se tornaria uma guerra. Eventualmente, a independência foi conquistada. A Judeia foi governada pela dinastia Hasmoneana, descendentes de Simão, o único filho de Matatias a sobreviver à guerra.

LIVROS DOS MACABEUS

Os livros dos Macabeus são importantes para a reconstrução histórica e da mentalidade desse período. Não integram o cânone judeu ou protestante, mas alguns deles são aceitos como deuterocanônicos em diversas denominações católica e ortodoxas orientais. Registram o início da Festa das Luzes (1 Macabeus 4:36–4:59; 2 Macabeus 1:18–1:36) ou da Dedicação (João 10:22-25), quando o Templo foi reconsagrado depois de ter sido profanado e feito “abominação da desolação”.

1 Macabeus: relata a revolta dos macabeus desde a ascensão de Antíoco IV Epifânio ao trono selêucida (Síria) em 175 aC até a morte de Simão, um dos líderes da resistência judaica e, em seguida, sumo sacerdote e etnarca, em 132 a.C.

2 Macabeus: outra versão da revolta dos Macabeus, escrita de uma perspectiva da profanação ao Templo e seu culto, culpando os judeus que abraçaram o helenismo como responsáveis.

3 Macabeus: apesar do nome, narra a perseguição aos judeus na época anterior aos macabeus quando o faraó  Ptolomeu IV Filopator (221–203 a.C.) decidiu perseguir os judeus em todo o território sob controle do Egito.

4 Macabeus: registra uma oração memorial dos mártires mencionados em 2 Macabeus 6-7. Defende as motivações religiosas e as quatro virtudes cardeais – prudência, temperança, coragem e justiça – sobre as emoções. A família de Eleazar e os sete irmãos com sua mãe são primeiros exemplos.

Antíoco, o Grande

Antíoco III, cognominado de o Grande, foi um rei da dinastia helenista selêucida. Baseado na Síria, governou desde a Ásia Menor até a Pérsia entre 223-187 a.C.

Vários dos eventos descritos em Dn 11 correspondem às ações de Antíoco III durante as guerras sírias, travadas entre os impérios ptolomaico e selêucida.

BIBLIOGRAFIA
Apiano de Alexandria, Guerra Síria, 1-44
Cássio Dio, História Romana, 19
Josefo, Antiguidades Judaicas, 12.129ff, 12.414
Lívio, História de Roma, 33-38
Diodoro da Sicília, Biblioteca de História Mundial, 28-29, 31.19
Políbio de Megalópole, História Mundial, 5.40, 10.28-31, 11.34/39, 15.20, 16.18-20, 21.6-24.

Comunidade de Qumran

A Comunidade de Qumran era um grupo sectário ascético judaico estabelecidos no deserto da Judeia aproximadamente entre 150 a.C. e 68 d.C. São famosos os Manuscritos do Mar Morto, coleção de textos bíblicos e de outras literaturas encontrados próximos ao sítio arqueológico da comunidade, perto do Wadi Qumran, na costa noroeste do Mar Morto.

A misteriosa comunidade não é mencionada nem no Novo Testamento, nem por autores contemporâneos como Filo, Josefo, os tanaítas, a patrística ou os historiadores greco-romanos. No entanto, há especulações que identificam a Comunidade Qumran com os therapeutae e com os essênios (mencionados por Plínio, o Velho. História Natural 5.15.73). Outras hipóteses menos aceitas identificaram a Comunidade de Qumran com os fariseus, saduceus, ebionitas, cristãos judeus e caraítas.

Suas origens são obscuras. Há a hipótese de que seria a comunidade aos Ḥassidim (os piedosos mencionados em 1 Mc 2:42) da revolta dos Macabeus (167–165 a.C.). Quando os macabeus mesclaram política e o sacerdócio e o sumo sacerdócio foi assumido por Jônatas (152 a.C.), os Ḥassidim romperam com os sacerdotes de Jerusalém e se retiraram para o deserto da Judeia. Adotando a designação de “os filhos de Zadoque”, possivelmente da linhagem de famílias sacerdotais zadoquitas destituídas. Outra hipótese é que seriam os “retornados de Israel” (Documento de Damasco 4.2; 6.5). Esses israelitas retornaram do cativeiro babilônico depois da revolta dos macabeus, mas que estranharam as diferenças religiosas e consideravam corrompido o sacerdócio de Jerusalém.

O fim da Comunidade de Qumran coincide com a Primeira Guerra Judaica, quando os romanos cercaram Jerusalém. Os remanescentes esconderam os famosos manuscritos em jarros nas cavernas próximas até suas descobertas no século XX.

Samaritanos

Samaritanismo, em hebraico: שומרונים, shomronim, os guardiões, é uma religião abraâmica e povo originário dos antigos israelitas, cujo culto se concentra no Monte Gerizim (perto de Nablus e da antiga Siquém), orientado exclusivamente pela Torá (Pentateuco).

Nome e história

Os samaritanos são distintos dos samarianos (habitantes de Samaria, em hebraico shomerim). Conforme mencionado, seu centro fica ao redor do monte Gerizim, a meio caminho entre Jerusalém e a antiga Samaria. Samaritanos (em hebraico, shomronim) significa “guardiões”, no sentido de observadores da Torá. Embora os samaritanos historicamente nunca tenham considerado Samaria como seu centro político ou lugar sagrado, nas línguas ocidentais, houve uma fusão dos termos samaritano e samaritano desde que a Septuaginta traduziu ambas as palavras como οἱ Σαμαρῖται.

A história da origem dos samaritanos e da rivalidade com os judeus é cheia de dificuldades e bastante complexa.

A tradição samaritana traça suas origens nas tribos israelitas do norte que ocuparam a região desde a época de Josué. Segundo as crônicas samaritanas, o cisma entre o samaritanismo e o judaísmo foi causado quando o sacerdote Eli criou um santuário alternativo em Siló em oposição ao sacerdote Uzi, descendente de Fineias, o qual continuou com um tabernáculo no Monte Gerizim. As evidências arqueológicas atestam uma continuidade populacional que os fazem remanescentes das tribos do norte que sobreviveram a deportação pelo Império Neo-Assírio após a destruição do Reino de Israel. Em contraste com as linhagens zadoquitas em Jerusalém, seus sacerdotes eram aarônicos. Com a drástica redução de sua população e a extinção da linhagem aarônica de Eleazar em 1624, todos os samaritanos hoje são descendentes da linhagem de Itamar, filho de Aarão. No entanto, os três clãs também traçam suas linhagens paternas até as tribos de Manassés e Efraim.

No período do Segundo Templo, surgiu uma interpretação de 2 Rs 17:24-41, que dizia que os samaritanos serem um grupo étnico misto e culto idólatra originário dos povos trazidos pelos assírios no antigo reino do norte de Israel. No entanto, 2 Re 17:29 refere-se a “samarianos” e não a “samaritanos”. Além disso, é longa a história da presença de povos mistos e convertidos entre os judeus (por exemplo, Calebe, Rute, o povo que acompanhou os israelitas no Egito e os filhos de Moisés). Por fim, as evidências bíblicas indicam a continuidade do culto a Deus entre os povos do norte tanto no período de Josias (1 Cr 34:9) como no exílio (Jr 41:5); portanto, a divisão e hostilidade entre samaritanos e judeus são posteriores.

Evidências históricas apontam para uma divisão nos períodos persa e helenístico, consolidada no período asmoneu. Provavelmente houve um período de colaboração e reconhecimento mútuo, inferido pelas correspondências elefantinas e das recensões do Pentateuco dos judeus e dos samaritanos logo após o exílio. Algumas leituras do livro de Neemias e Esdras (Ne 13:28; Ed 4:2) permitem imaginar que por volta de 445 a.C. ocorreram conflitos entre os remanescentes da terra e os retornados do exílio que reconstituíram a comunidade de Jerusalém. A rivalidade era visível desde os períodos helenístico e macabeu, acentuada pela destruição do santuário e da cidade no monte Gerizim no ano 110 a.C. movida por João Hicarno.

O Novo Testamento atesta uma atitude ambivalente em relação aos samaritanos, mas deseja incluí-los na comunidade cristã (Mt 10:5, Lc 9:51-55; 10:25-37; Jo 4:9; At 8:4 -40). No século I, Josefo acusou os samaritanos de perseguir peregrinos judeus; espalhando ossos humanos no santuário de Jerusalém; e os judeus, por sua vez, de queimarem aldeias samaritanas.

Na Guerra de Kochba, os registros e livros samaritanos foram destruídos. A insinuação de que eram um povo mestiço e com um culto derivado da mistura com outras religiões fez com que os samaritanos desenvolvessem uma estrita endogamia.

Epifânio, João de Damasco e Nicetas mencionam a existência de quatro seitas samaritanas: essênios, sebuaeanos, gortenianos e dositeus. No entanto, quase nada se sabe sobre eles e, no 2º milênio, a comunidade aparece unificada.

A sinagoga mais antiga encontrada, a de Delos na Grécia (século II a.C.), tem uma inscrição que a associa ao Monte Gerizim, tornando-a uma sinagoga samaritana. A diáspora samaritana estava presente na Ásia Menor, Itália, Síria e Egito. Em algumas ocasiões, o número de samaritanos na Síria e no delta do Egito superou o de judeus, como comprovam os tributos arrecadados por comunidades religiosas.

Os séculos IV e V d.C. foram o apogeu numérico e político samaritano. No início do século IV, um sacerdote, Baba Rabba, liderou um renascimento religioso e social. Exceto por um breve período de independência durante a guerra contra os bizantinos, os samaritanos viveram sob a vontade de seus governantes. As guerras de 484, 529 e 566 contra os bizantinos resultaram em pesadas perdas para os samaritanos. Durante o período islâmico e as cruzadas, a comunidade samaritana diminuiu à beira da extinção, embora geralmente protegida pelos muçulmanos. A última comunidade significativa da diáspora, a de Damasco, se converteu ao Islã, enquanto algumas famílias se mudaram para Siquém no século XVII.

O censo da Palestina Britânica de 1922 registrou 163 samaritanos. Em 2021, 840 samaritanos viviam ao redor do Monte Gerizim e em Ḥolon perto de Tel Aviv. Eles são as únicas pessoas elegíveis para ter dupla cidadania israelense e palestina. Na década de 2010, devido a problemas genéticos, as autoridades dos samaritanas autorizaram a conversão e o casamento de pessoas não nascidas como samaritanas. Consequentemente, a comunidade aceitou alguns indivíduos da Itália e do Brasil.

Escrituras e Religião

Os samaritanos não aceitam nenhum texto bíblico além do Pentateuco. Notoriamente, a versão samaritana tem um mandamento do Decálogo para construir um altar no Monte Gerizim. Uma versão de Josué e duas crônicas samaritanas são essenciais para a comunidade, mas sem autoridade canônica. Uma coleção de reflexões didáticas, Tibåt Mårqe, também contém interpretações midráshicas do Pentateuco e eventos samaritanos.

A escrita é derivada do paleo-hebraico, diferente da escrita assurith (“quadrada”) adotada pelos judeus.Como resultado, existem diferenças de pronúncia entre o hebraico samaritano e o massorético e o hebraico moderno.

Eles observam os sacrifícios e festas do Pentateuco no Monte Gerizim. Os samaritanos acreditam na ressurreição e na vinda de um profeta (mas não é um messias ou divino), o Tahib.

BIBLIOGRAFIA

Knoppers, Gary N. Jews and Samaritans: The origins and history of their early relations. Oxford University Press, 2013.

Kartveit, Magnar. “Theories of the Origin of the Samaritans—Then and Now.” Religions 10.12 (2019): 661. ; https://doi.org/10.3390/rel10120661

Langlois , Michael (ed.). The Samaritan Pentateuch and the Dead Sea Scrolls. Contributions to Biblical Exegesis and Theology. Leuven: Peeters, 2019.

Tsedaka, Benyamim; Sullivan, Sharon, eds. The
Israelite Samaritan Version of the Torah: First English Translation
Compared with the Masoretic Version
. Grand Rapids, MI: Eerdmans, 2013.

“Exploring Samaritanism” Special Issue of Religions (ISSN 2077-1444), 2021.

Boetusianos

Os boetusianos eram uma facção política e religiosa judaica da Antiguidade Tardia, associada aos saduceus e aos herodianos. Não aparecem na Bíblia, mas segundo uma tradição rabínica, Boeto ou Boetus era contemporâneo de Zadoque e rejeitou a crença da vida após a morte e a ressurreição.

Durante o período herodiano, é possível que os boetusianos detonasse os seguidores de uma linhagem sacerdotal arrivista. Simão, filho de Boetus de Alexandria foi nomeado sumo sacerdote por volta de 25 aC por Herodes, o Grande, para que seu casamento com a filha de Boetus, Mariamne, não fosse considerado um casamento com uma pessoa considerada inadequada.

Ainda que com muitas mudanças de ventos políticos, outros sumo sacerdotes boetusianos continuaram.

Joazar, filho de Boetus (4 aC – antes de 6 dC), impopular e defensor do cumprimento do Censo de Quirino.

Eleazar, filho de Boetus (4-3 aC), mencionado no Livro Mandeu de João.

Simão Canteras, filho de Boetus, (41-43 d.C.) e Eliouneu, Filho de SImão Canteras 43-44 d.C.), Marta esposa de Josué filho de Gamla (sacerdote em 64 d.C.

Há outra associação, que lê o termo grego Boethus com a forma semítica Bt ‘esya (“casa dos essenos”).

Menções tardias, após a destruição do Templo, indica um possível uso genérico dos termos “boetusiano” ou “saduceu” no sentido de “sectário”.

VEJA TAMBÉM

Herodianos

Saduceus

Macabeus

Os macabeus foram uma família do II e I séc. BC que lideraram a restauraçãopolítica e religiosa judaica. Também são chamados de Hasmoneus.

Os livros que levam seus nomes e os registros de Flávio Josefo constituem as principais fontes sobre eles.

No período helenístico depois da morte de Alexandre, Judá e Samaria passaram de mãos sucessivas vezes entre os ptolomeus do Egito e os selêucidas da Síria.

Na década de 180 d.C. a região estava controlada pelos selêucidas e o rei Antíoco IV. No entanto, para consolidar sua autoridade impôs uma política de aliança religiosa que implicava na adesão aos cultos tidos como idólatras. Muitos judeus aceitaram tais imposições, mas um velho sacerdote, Matatias, recusou a fazer o sacrifício requerido, matou o oficial selêucida e fugiu para as montanhas com seus cinco filhos. Acompanhados dos ‘piedosos’ (hassidim), iniciaram uma guerra de guerrilha que resultou na independência de um estado judeu liderado pela família dos macabeus.

Mais tarde, com a chegada do poder romano na região e dada as disputas internas na própria família dos macabeus e o oportunismo político dos herodianos, a dinastia sucumbiu.

Jesus Cristo

J̓esus Cristo, em grego Ιησοῦς Χριστός. Jesus é a forma do hebraico. “Yahweh salva” e Cristo em hebraico significa Messias, מָשִׁיחַ, que significa “o ungido”. Jesus de Nazaré, referência dada à cidade da qual foi criado, foi crido como o ungido divino, em cumprimento de antigas profecias, revelando Deus.

Os ensinos, vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo são narrados nos quatro Evangelhos , enquanto outros escritos do Novo Testamento registram os efeitos confiança nele entre seus seguidores (a Igreja) como seu Senhor e Salvador.

Pelos registros neotestamentários, Jesus apareceu por volta do ano c24 d.C. publicamente ao povo da Judeia e regiões vizinhas. Ensinava por parábolas, estendendo sua amizade com os excluídos, atendendo os necessitados com milagres e falava do reino de Deus como uma realidade presente. Foi crucificado pelos romanos em colaboração com a elite político-religiosa judaica. Ressuscitado dos mortos,apareceu vivo para seus seguidores. Assim, foi crido como co-criador (João 1: 1-3) e o justo juiz no final dos tempos (Mt 16:27). Desde então, os cristãos compreenderam sua morte como expiação pelo pecado, sua ressurreição como vitória sobre a morte como ato inagural da salvação.

O Novo Testamento registra que em todos os atos na vida de Jesus Cristo esteve revelado a ação do Espírito Santo. Pelo Espírito Santo Maria concebeu e o Logos se fez carne (Mt 1:18; Lc 1:33; Jo 1:14). No batismo a voz do Pai e o Espírito desceu sobre o Filho (Mt 3:16; Mc 1:10; Lc 3:22; Jo 1:32-33). Este mesmo Espírito guiou Jesus ao deserto (Mt 4:1; Mc 1;12; Lc 4;1) para a vitória sobre a tentação. Seus ensinos foram pelo Espírito (At 1:2), quando pregou paz aos que estavam longe e paz aos que estavam perto, para que todos tivessem acesso em um Espírito ao Pai (Ef 2:18-22). Cristo foi morto e levantado para a justificação pelo Espírito (Rm 4:25; 8:11). Prometeu o batismo no Espírito (At 1:1–4). E pelo Espírito os cristãos esperaram seu retorno (Ap 22:17).

Referências extrabíblicas
Alusões a Jesus aparecem nos autores greco-romanos e sírios.

  • Plínio (Epístolas 10.96) escreveu ao imperador Trajano sobre a “superstição” cristã na Ásia menor.
  • Tácito (Anais 15.44) observou que Cristo foi executado sob Pilatos;
  • Suetônio (Vidas 24.4) registra agitações entre a comunidade judaica de Roma por causa de um “Crestus”.
  • Flegonte de Trales (citado por Orígenes de Alexandria, Contra Celso, 2. 14) teria dito que Jesus previu eventos futuros e que houve um eclipse e terremoto em seus dias. Apesar de conhecido somente por Orígenes, no geral Contra Celso é um fonte historiográfica fiável.
  • O filósofo sírio Mara Serapion teria escrito uma carta por volta do ano 73 d.C. lamentando a morte de três pessoas importantes à humanidade: Pitágoras, Sócrates e um “rei dos judeus” cuja nova lei continuava como legado.
  • Talus. Escritor samaritano de expressão grega. Sua obra foi perdida, mas sobrevive em fragmentos. É citado por escritores cristãos como registrando um evento de escuridão no século I d.C.
  • Numênio (fl.150-200), filósofo e erudito sírio, menciona Moisés e os escritos cristãos com respeito.

Fontes judaicas, como Josefo (Antiguidades) e o Talmude, contêm poucos dados de valor histórico sobre Jesus. Josefo menciona a execução de João Batista – além de uma passagem contestada sobre Jesus como um homem sábio e que apareceu a seus seguidores após Sua ressurreição. As referências no Talmude aparece em contextos polêmicos a apologéticos

Fontes menores constituem os relatos pseudoepigráficos (ca. 150-350 dC), os ágrafas (dizeres de Jesus fora dos evangelhos canônicos) e a literatura patrística dos primeiros séculos.