Dragão

Dragão era um monstro mítico presente na iconografia doAntigo Oriente Próximo, além das variantes virtualmente globais.

O dragão aparece como o inimigo primordial de Deus, vencido na criação (Sl 74:13-14; 89:10;Is 51:9;Jó 26:12-13), mas reaparecendo no final dos tempos para sua derrota completa (Is 27:1). 

No livro do Apocalipse, o dragão (identificado com o diabo) e seus agentes fazem campanha contra as forças de Deus até serem finalmente derrotados (Ap 12-13; 16:13-14; 20:2-3; 7-10:2).

Belzebu

Belzebu (em cananeu Baal-Zebub) foi um deus adorado pelos filisteus em Ecrom (2Rs 1:2-16). O nome original pode ter sido uma palavra que significa “senhor da morada elevada”, mas foi revisado pelos israelitas para denotar “senhor das moscas” (Baal-zebub), ou ainda, Beel-zebul, que significa “senhor do esterco”.

No período intertestamentário, quando numerosos nomes eram usados para designar o líder das forças do mal Baal-zebub ou a forma alternativa Beel-zebul ganhou essa conotação. Nos Evangelhos, Jesus nega que ele expulsa demônios por Beel-zebul, “o governante dos demônios” (Mateus 12:24-27; 10:25; Marcos 3:22-26; Lucas 11:15-19) .

Gregory A. Boyd

Gregory A. Boyd (1957- ) é um teólogo, biblista e pastor evangélico americano associado ao neo-anabatismo.

Defende o pacifismo cristão e uma compreensão não violenta de Deus. Originalmente criado como católico romano, tornou-se ateu na adolescência até se converter ao pentecostalismo unicista. Mais tarde aderiu aos batistas.

Estudou na Universidade de Minnesota, Yale Divinity School e Princeton Theological Seminary.

Discute o teísmo aberto, acerca da natureza dinâmica e pessoal do relacionamento de Deus com a humanidade. Discorre também sobre Satanás, o problema do mal, a guerra espiritual e demonologia. É adepto do condicionalismo cristão ou aniquilacionismo.

Critica o cristianismo evangélico americano por estar muito politizado. O Reino de Deus sempre se parece com Jesus, sem procurar manter o controle ou o poder sobre os outros, mas servindo-os e amando-os com abnegação. Portanto, o evangelho não pode ser associado a nenhuma ideologia política ou nacionalista.

Sua congregação, Woodland Hills Church em St. Paul, Minnesota, era originalmente batista, mas em 2019 tornou-se não denominacional, cooperando com grupos anabatistas.

As obras influentes de Boyd incluem “Deus do Possível” (2000) e “O Mito de uma Nação Cristã” (2005).

Satanás

Sstanás, ou Satã, é a forma grega do termo hebraico satan (שָׂטָן), um substantivo genérico que significa “acusar” ou “adversário”.

Nas Escrituras o mal aparece como pessoal, ou seja, agente (com capacidade de ação) e personificado (com identidade), sendo representado por diversas formas. Depois do exílio babilônico os diversos nomes e alusões pessoais ao mal fundiram-se na figura do Inimigo, Satanás (forma grega do hebraico satan, adversário, cf. 1 Sam 29:4, Sal 109:6; Nm 22:22), ou Diabo (grego para “caluniador”, cf. Jó 1:9-11, Zc 3:1-5, Apo 12:10).

No Antigo Testamento, a figura de Satanás aparece apenas três vezes. Em Jó 1-2 e Zacarias 3:1-2 Satanás é um membro da corte divina que acusa os humanos diante de Deus. Em 1Cr 21:1, aparece como incitador do erro. No entanto, no Antigo Testamento não aparece como um inimigo de Deus ou como o líder das forças demoníacas do mal.

No NT, o Mal é personificado e aparece com frequência, especialmente nos Evangelhos. Recebe outras designações além de Satanás, entre as quais “diabo” (Mt 4:1), “tentador” (Mt 4:3), “acusador” (Ap 12:10), “governante dos demônios” (Lucas 11:15), “governante deste mundo” (João 12:31), “Belzebu” (Mt 10:25) e “o maligno” (Mt 5:37; Ef 6:13).

Na concepção judaica a figura do ha-satan (“o satanás”) é entendida de forma diversa, porém mais comumente como um promotor celestial, subordinado a Yahweh, que acusa a nação ou algum israelita na corte celestial.

Interpretações populares na Idade Média elaboraram um mito de origem de Satanás como originalmente o maior dos anjos que se rebelou contra Deus e foi lançando à Terra para enganar e combater a Verdade. Mais tarde, textos como Isaías 14:11-23 e Ezequiel 28:11-19, referentes aos reis de Babilônia e de Tiro, passaram a ser interpretados para dar suporte a essa narrativa. A batalha do céu de Ap 12:7-12 não relata a origem do Diabo, nem diz quando ocorre a origem do mal.

Tanto nos escritos judaicos quanto nos cristãos, prevê a derrota de Satanás pelo poder de Deus (Ap 20:1-15).

BIBLIOGRAFIA

Beck, Richard. Reviving old Scratch: Demons and the Devil for Doubters and the Disenchanted. Fortress Press, 2016.