Templo de Tel Motza

O sítio arqueológico de Tel Motza, situado a poucos quilômetros a oeste de Jerusalém, revelou evidências significativas de um templo judaíta que funcionou durante o período pré-exílico entre os séculos IX e VII a.C.

Tel Motza está localizado no interior, nas colinas da Judeia. A distância aproximada em linha reta até o Mar Mediterrâneo é de cerca de 50 a 55 quilômetros. Tel Motza está muito próximo a Jerusalém, localizado a aproximadamente 7 quilômetros a oeste do centro antigo da cidade.

O sítio arqueológico de Motza é conhecido há mais tempo e teve investigações anteriores (por exemplo, por E. Eisenberg nos anos 1990 e início dos 2000). No entanto, a descoberta específica do complexo do templo ocorreu durante escavações de salvamento realizadas principalmente entre 2012 e 2013, antes da expansão da Rodovia 1 de Israel. As escavações mais extensas que revelaram o complexo do templo foram codirigidas por Shua Kisilevitz (Autoridade de Antiguidades de Israel – IAA), Oded Lipschits (Universidade de Tel Aviv) e Zvi Lederman (Universidade de Tel Aviv).

Escavações trouxeram à luz um complexo monumental com orientação leste-oeste, típico de templos da região, incluindo um pátio, um possível altar e estruturas adjacentes. A descoberta de artefatos cultuais, como estatuetas antropomórficas e zoomórficas (notavelmente cavalos), suportes de culto e vasos de oferenda, confirma a natureza religiosa do local. A existência e operação deste templo em Motza durante a monarquia judaíta, contemporâneo ao Primeiro Templo em Jerusalém, demonstra que não foi total a centralização do culto em Jerusalém, promovida pela reforma deuteronômica atribuída ao Rei Josias (descrita principalmente em 2 Reis 22-23).

Não foram encontradas inscrições no templo que nomeiem explicitamente as divindades veneradas. A arquitetura geral do templo é compatível com práticas de culto cananeias e israelitas, sugerindo que Yahweh, o Deus nacional de Judá, era a principal divindade cultuada, de forma análoga ao Templo de Jerusalém. Contudo, a presença significativa de figurinhas de barro, tanto antropomórficas (humanas, possivelmente representando uma deusa consorte como Asherah, ou outras figuras femininas associadas à fertilidade e ao culto) quanto zoomórficas (animais, incluindo notavelmente cavalos, cujo significado exato é debatido, podendo estar ligados a Yahweh, a um culto solar ou a outras crenças), indica que o culto no local refletia práticas religiosas populares coexistindo com o culto a Yahweh.

A presença de um centro de culto oficial e ativo fora de Jerusalém sugere que a vida religiosa de Judá era mais diversificada do que a focada na exclusividade do Templo de Jerusalém, poderia indicar, ou que a implementação da centralização foi um processo gradual ou menos absoluto do que tradicionalmente compreendido.

Ketef Hinnom

Ketef Hinnom é um sítio arqueológico localizado ao sudoeste da Cidade Antiga de Jerusalém. Este local adquiriu grande relevância nos campos da arqueologia e dos estudos bíblicos, em especial pela descoberta dos Rolos de Ketef Hinnom, considerados os textos mais antigos conhecidos da Bíblia Hebraica.

As escavações arqueológicas em Ketef Hinnom, iniciadas no final da década de 1970, revelaram um complexo de câmaras funerárias datadas do período do Primeiro Templo (c. século X–VI a.C.). Escavadas na rocha, essas tumbas fornecem informações valiosas sobre as práticas funerárias e as crenças religiosas dos habitantes da antiga Jerusalém. Artefatos diversos foram encontrados nos túmulos, incluindo cerâmica, joias e itens pessoais, lançando luz sobre os aspectos cotidianos da vida na época.

Entre os achados mais significativos estão os Rolos de Ketef Hinnom, descobertos em 1979 em um dos túmulos. Esses pequenos rolos de prata, datados do final do século VII ou início do século VI a.C., são um amuleto que contêm uma variação da Bênção Sacerdotal descrita no Livro de Números (Números 6:24-26). Por serem anteriores à destruição do Primeiro Templo, os rolos representam o mais antigo texto bíblico conhecido.

Os Rolos de Ketef Hinnom têm importância histórica e teológica significativa. Eles oferecem evidências sobre o uso inicial e a transmissão de textos bíblicos, além de ilustrar as crenças religiosas e práticas litúrgicas dos habitantes de Jerusalém durante o período do Primeiro Templo. A inscrição da Bênção Sacerdotal nos rolos, um pedido de proteção e favor divino, reflete a centralidade da relação com a divindade na vida dos antigos israelitas.

A localização do achado fora dos limites tradicionais da antiga Jerusalém leva a questionarsuposições anteriores sobre a extensão geográfica da tradição textual bíblica e das práticas religiosas associadas.

Khirbet el-Qom

Khirbet el-Qom é um sítio arqueológico localizado na Cisjordânia, dentro do território associado ao antigo Reino de Judá. Suas descobertas têm contribuído significativamente para os estudos sobre a religião israelita antiga e a história do povo judeu.

As escavações em Khirbet el-Qom revelaram dois túmulos com bancos da Idade do Ferro, datados do século VIII a.C. Esses túmulos continham inscrições que, juntamente com achados semelhantes em Kuntillet Ajrud, ampliaram o entendimento sobre as práticas religiosas de Judá durante o período do Primeiro Templo. As inscrições indicam um cenário religioso mais diversificado do que se pensava, desafiando a ideia de que o culto exclusivo a Yahweh era amplamente predominante na época.

Além disso, foi descoberta uma caverna contendo três inscrições funerárias hebraicas datadas entre o século I a.C. e o século II d.C., período correspondente ao Segundo Templo. Essas inscrições fornecem informações sobre nomes e práticas culturais das comunidades judaicas locais durante este período.

Tanque de Siloé

O tanque ou piscina de Siloé ou Siloam é um reservatório de água ao sul de Ofel, parte da antiga Jerusalém, a oeste do vale do Cédron e da Cidade de Davi.

É mencionado na cura de um cego (Jo 9:1-7).

Provavelmente foi formado durante as construções de Ezequias (cf. Isaías 22:9; 2 Crônicas 32:2-4) e reconstruído durante o período do Segundo Templo.

Mivne haEven haGadol

Mivne haEven haGadol ou Grande Estrutura de Pedra é nome dos restos arqueológicos encontrados na Cidade de Davi, em Jerusalém.

A arqueóloga Eilat Mazar anunciou as descobertas da escavação em 2005 como datada do século X a.C. e possivelmente parte do palácio de Davi.

Foram encontradas duas bulas (selos). Uma pertencia ao funcionário Jeucal, filho de Selemias, filho de Sevi. Essa pessoa parece ser mencionada em Jeremias 37:3 e 38:1. Outra bula pertence a Gedalias, filho de Pasur, desse mesmo período, também citado no Livro de Jeremias 38:1-4.

A datação e a identificação do sítio gerou várias controvérsias. Alguns arqueólogos discordam que seja uma só edificação.

BIBLIOGRAFIA

Finkelstein, Israel; Herzog, Ze’ev; Singer-Avitz, Lily; Ussishkin, David (2007). “Has King David’s Palace in Jerusalem Been Found?”. Tel Aviv: Journal of the Institute of Archaeology of Tel Aviv University. 34 (2): 142–164.

Mazar, Eilat (2006). “Did I Find King David’s Palace? Biblical Archaeology Review. 32:1 (January/February): 16–27, 70.