Textos de Wadi Murabba’at

 Os textos de Wadi Murabba’āt, em Naḥal Ḥever, um riacho intermitente a oeste do Mar Morto e a sudeste de Belém, no Deserto da Judeia, Cisjordânia, são fragmentos de mais de uma centena de documentos datando entre o século II a.C. e o XI d.C. Foram encontrados no deserto da Judeia, ao sul de Jerusalém, em 1952.

Entre pergaminhos, palimpsetos, filactérios e óstracas estão textos bíblicos, cartas e documentos de transações contratuais. É uma importante fonte para documentar o período da Revolta de Bar-Cosiba, de quem há cartas.

Há também restos de cerâmicas, moedas e armas desde o período calcolítico, mas como predominância do período romano. Foram escondidos por refugiados da Primeira e Segunda guerras judaicas (68-72 d.C. e 132-135 d.C.).

Os Papiros de Murabba’at são uma coleção de documentos encontrados em uma caverna no Wadi Murabba’at, no deserto da Judeia, datados do século II d.C., no contexto da revolta de Bar Kokhba contra o domínio romano. Os textos incluem fragmentos bíblicos, cartas pessoais e documentos legais que oferecem informações sobre práticas sociais, religiosas e jurídicas na Judeia da época.

Entre os documentos, destaca-se o Papiro Murabba’at 42, que registra um contrato de divórcio preparado de acordo com as práticas tannaitas. O texto, datado do primeiro dia de Marheshvan, no sexto ano, refere-se a um divórcio ocorrido em Masada. Nele, José, filho de Naqsan, declara sua decisão de repudiar Miriam, filha de Jonathan, permitindo que ela se case com outro homem judeu de sua escolha. O documento estipula o retorno do dote, o ressarcimento por bens danificados e a obrigação de substituir o documento, caso necessário. O contrato é testemunhado por três homens: Eliezer, filho de Malka; José, filho de Malka; e Eleazar, filho de Hanana.

Os textos estão escritos em línguas como hebraico, aramaico e grego, utilizando diferentes estilos de escrita, como a escrita quadrática hebraica e a cursiva nabateia, escritos em papiro e couro. . Fragmentos de textos bíblicos também foram encontrados, incluindo partes de Deuteronômio, Profetas Menores, fragmentos de Gênesis, Êxodo e Número, além de filactérios, mezuzá. Esses fragmentos são úteis para estudos de crítica textual e para entender a transmissão dos textos sagrados.

Os documentos legais incluem contratos, testamentos e escrituras que refletem as estruturas sociais e econômicas da Judeia no período greco-romano. Além disso, cartas pessoais registram preocupações cotidianas, deslocamentos e estratégias de adaptação durante a revolta.

Os Papiros de Wadi Murabba’at complementam as descobertas de outros sítios arqueológicos no deserto da Judeia, como os Manuscritos do Mar Morto. Diferentemente dos textos de Qumran, que têm forte ligação com comunidades sectárias, os documentos de Murabba’at estão mais associados à vida cotidiana e aos desafios enfrentados pelas populações judaicas sob domínio romano. Eles também ajudam a entender as mudanças na prática jurídica e nos costumes religiosos durante períodos de conflito.

A preservação desses documentos em cavernas reflete os esforços das comunidades locais para proteger registros importantes em tempos de perseguição e guerra. Eles permanecem como uma fonte essencial para estudos históricos e arqueológicos sobre a Judeia do período romano.

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