Quadrilátero evangelical

O quadrilátero de Bebbington ou o Quadrilátero evangelical é uma descrição de David Bebbington (1949–) das características dos evangélicos britânicos. Esse modelo tornou-se uma definição do evangelicalismo em geral:

  1. o conversionismo: ênfase em “nascer de novo”.
  2. o biblicismo: ênfase na autoridade da Bíblia.
  3. o crucicentrismo; ênfase no significado salvador da morte de Jesus.
  4. o ativismo: ênfase em todos os crentes que compartilham o evangelho em palavras e ações.

Esses temas ocorrem em outras instâncias (por exemplo, Francisco de Assis, o pietismo, os messianismos populares, etc. ). Mas caracterizam o movimento oriundo de avivamentos do mundo de língua inglesa a partir da década de 1730.

BIBLIOGRAFIA

Bebbington, David. Evangelicalism in Modern Britain: A History from the 1730s to the 1980s. London: Unwin Hyman, 1989.

Quadrilátero pentecostal

Lema que resume a postura doutrinária do Evangelho Pleno. Originalmente proposto por A.B. Simpson, foi encampado pela vertente da obra completa do calvário do pentecostalismo como “evangelho quadrangular”.

Nesse resumo da doutrina cristã, conforme a experiência pentecostal, o evangelho resume na fé em Cristo que Salva, batiza no Espírito Santo, Cura e é o Rei vindouro.

Quakers

Os Quakers, também conhecidos como Sociedade Religiosa de Amigos, são uma denominação cristã que se originou na Inglaterra em meados do século XVII. O movimento foi fundado por George Fox, que acreditava que todas as pessoas poderiam ter um relacionamento direto com Deus, sem a necessidade de intermediários como ministros.

Os testemunhos Quakers são um conjunto de valores e crenças que orientam o cotidiano dos Quakers. Esses testemunhos incluem simplicidade, paz, integridade, comunidade e igualdade. Os Quakers acreditam que esses valores são essenciais para viver uma vida significativa e gratificante.

  • Simplicidade é viver uma vida organizada e livre de excessos. Isso significa que os Quakers tentam viver de maneira sustentável e conscientes de seu impacto no meio ambiente.
  • A paz é trabalhar para um mundo livre de violência e conflito. Os Quakers acreditam na não-violência e estão empenhados em resolver conflitos por meio do diálogo e da negociação.
  • Integridade é viver uma vida honesta e verdadeira. Os Quakers acreditam que é importante agir de acordo com os próprios valores e princípios.
  • Comunidade é construir relacionamentos fortes com os outros e trabalhar para o bem comum. Quakers acreditam na importância de apoiar e cuidar uns dos outros.
  • Igualdade é reconhecer o valor inerente e a dignidade de cada pessoa. Os Quakers acreditam na igualdade de todas as pessoas e estão empenhados em trabalhar para um mundo onde todos sejam tratados com respeito e dignidade.

Um dos aspectos mais importantes do Quakerismo é a doutrina da Luz Interior. Cada pessoa tem uma conexão direta com Deus, que é acessível por meio da adoração silenciosa e da meditação. A Luz Interior está presente em todos e serve de guia para viver uma vida de acordo com a vontade de Deus. Os Quakers acreditam que essa conexão com Deus não se limita a nenhuma pessoa, grupo ou lugar específico, mas é acessível a todas as pessoas, independentemente de sua origem ou crença.

Nos cultos, espera-se que cada membro da reunião ouça Deus dentro de si e, se for compelido, contribua com o grupo para reflexão e consideração. Cada membro ouve as contribuições dos outros com atenção, em uma atitude de buscar a Verdade em vez de tentar prevalecer ou debater.

Quiasmo

Quiasmo, do grego, “cruz” ou “x”, um padrão literário no qual o autor introduz palavras ou conceitos em uma ordem particular e depois repete esses termos ou outros semelhantes em ordem inversa ou reversa.

É chamado também de epanodos, paralelismo introvertido, introversão estendida, concentrismo, forma chi, palístrofe, construção em envelope, forma delta e recursão. Pode ser uma figura de linguagem ou algo maior, como a estrutura de um livro todo.

O quiasmo é uma forma complexa de paralelismo. Diferente do paralelismo comum, os dois pares de elementos correspondentes dispostos não em paralelo (a-b-a-b), mas em ordem inversa ou concêntrica (a-b-b-a). Os elementos podem ser fonéticos, lexicais, rítmicos ou temáticos.

Um exemplo em Marcos 2:27:
“O sábado foi feito (A)
para a humanidade (B),
e não a humanidade (B’)
para o sábado (A’).”

E um exemplo dentro de um livro:

A. Jonas afasta de Deus (Jn 1:1-3)
B. Desastre de Jonas (Jn 1:4-16)
C. Salmo de ação de graças (Jn 2:1-11)
B’. Nínive escapa do desastre (Jn 3:1-10)
A’. Deus aproxima de Jonas (Jn 4:1-11)

E dentro de uma passagem, no caso o desastre de Jonas (Jn 1:4-16):

A. Risco de naufrágio. (1:4)
B. Confissão de responsabilidade (1:8)
C. Palavras de Jonas (1:9)
D. Palavras do viajantes (1:10a)
E. Conclusão da causa do risco (1:10b)
D’. Palavras dos viajantes (1:11)
C’. Palavras de Jonas (1:12)
B’. Responsabilidade dos viajantes (1:14)
A’. Fim dos riscos (1:15).

A estrutra quiástica permite reconhecer lacunas e problemas de interpretação ou transmissão textual.

Alguns estudiosos da literatura e antropólogos argumentam que o quiasmo é um parâmetro amplamente presente em narrativas orais.

BIBLIOGRAFIA

Breck, John. The Shape of Biblical Language: Chiasmus in the Scriptures and Beyond. Crestwood, NY: St. Vladimir’s Seminary Press, 1994.

Yehuda T. Radday, “A Chiasmus in Hebrew Biblical Narrative,” in J. H. Welch, ed. Chiasmus in Antiquity: Structures, Analyses, Exegesis. Provo: Neal A. Maxwell Institute for Religious Scholarship, 1998.

Queda de Jerusalém

A expressão “queda de Jerusalém” se refere aos eventos quando a cidade foi conquistada.

Dentre as mais notórias ocasiões estão a conquista e destruição de Jerusalém pelos Babilônios no século VI a.C. e pelos romanos em 70 d.C.

CONQUISTA BABILÔNICA

O Império Assírio progressivamente ganhou poder sobre o Antigo Oriente Próximo por volta do século VIII a.C. Depois da destruição de Samaria em 722 a.C e a campanha de Senaqueribe contra Judá em 701 a.C., Jerusalém e o reino de Judá era um estado vassalo dos assírios.

Com a destruição de Nínive, a capital assíria, pelos babilônios e medos em 612 a.C., Judá ficou subitamente fora do domínio assírio. Contudo, em 609, os egípcios correram para apoiar a Assíria em sua resistência final. Josias (640-609 a.C.), rei de Judá, ansioso para se livrar totalmente da Assíria, tentou bloquear a rota dos egípcios em Megido; mas os egípcios o mataram (2Re 23:29-30; 2Cr 35:20-24).

Com a queda de Nínive, a elite de Judá via uma potencial vantagem se aliar com os egípcios. Os egípcios, novos suseranos de Judá, trocaram a coroa de um filho de Josias, Jeoacaz, e o deram a outro, Jeoiaquim (governou 609-598 a.C.) (2Re 23: 33-35).

O profeta Jeremias recusou essa política. Em vez disso, pregou a submissão aos babilônios e a promessa de uma nova aliança e restauração — algo inédito no ambiente político e religioso do Antigo Oriente Próximo. Jeremias predisse a derrota militar resultando na destruição do templo (Jr 7, Jr 26) e no exílio. Além do Livro de Jeremias, as óstracas de Láquis registram a tensão que antecedeu a investida babilônica.

Quando Nabucodonosor derrotou os egípcios em 605 a.C. na batalha de Carquemis assumiu o controle de Judá. Em 598 a.C. os babilônios sitiaram Jerusalém para reprimir a rebelião de Jeoiaquim, que morreu antes que conseguissem tomar a cidade. Em 597 a.C., seu filho Joaquim e a elite de Judá, incluindo o profeta Ezequiel, foram levados ao exílio (2Re 24:12-16).

Nabucodonosor nomeou Zedequias, outro filho de Josias, como rei. Zedequias também se rebelou e o exército babilônico sitiou Jerusalém novamente e em 586 a.C. os babilônios destruíram a cidade, arrasaram seu templo e exilaram grande parte da população para a Babilônia (2Re 25; Jr 52). O livro das Lamentações e o Salmo 137 retratam a dor dessa perda. O livro de Habacuque é uma reclamação contra esse período violento.

DESTRUIÇÃO ROMANA

A Primeira Guerra Judaica-Romana de 66-73 d.C. foi uma rebelião do povo israelita contra sua ocupação romana. Depois do cerco de Jerusalém no ano 70 d.C. o exército romano capturou a cidade e destruiu-a e seu templo.

A revolta começou com protestos contra os pesados tributos romanos. Depois dos administratores romanos fugirem da cidade, o exército romano estacionado na Síria foi enviado para reprimir a revolta.

A Legião Síria foi emboscada e derrotada por rebeldes judeus na Batalha de Bete Horon com 6.000 romanos massacrados. Os rebeldes organizaram um governo provisório composto pelo ex-sumo sacerdote Ananus ben Ananus, José ben Gurion e Josué ben Gamla. José ben Mateus (Flávio Josefo) foi nomeado comandante da Galileia e Eleazar ben Hanania como comandante em Edom.

O general Vespasiano recebeu ordens de Nero de reprimir a revolta e, junto de seu filho Tito, invadiu a Galileia em 67. Tito cercou Jerusalém por sete meses. Os zelotas e sicários foram os últimos a lutarem dentro dos muros da cidade. O menorá (castiçal de sete braços) e a mesa do pão da proposição foram levados em triunfo para Roma. O templo foi queimado.

Os escritos de Flávio Josefo são os principais testemunhos desse período.