Um evento na vida de Jesus em que ele “transfigurado” (grego metamorphoô) aparece ao lado de Moisés e Elias, acompanhado de uma voz do céu. Esta manifestação gloriosa aparece com maior detalhes nos evangelhos sinóticos (Marcos 9:2-8; Mateus 17:1-8; Lucas 9:28 -36), havendo alusões possíveis no evangelho de João (1:14) e em 2 Pedro 1: 16-18.
O sentido desse evento permanece ainda um espanto. A transfiguração pode ser entendida como uma revelação de Jesus Cristo como o Filho de Deus (João 1:14) ou como um vislumbre de sua glória a ser revelada na Parousia (2 Pe 1: 16-18).
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2 Tessalonicenses
Esta epístola paulina corrige de uma interpretação errônea sobre a segunda vinda de Cristo. Para muitos o “Dia do Senhor” já havia chegado (2 Ts 2:1-2). No entanto, Paulo adverte que há muito o que acontecer antes da Parousia de Jesus Cristo.
1 Tessalonicenses
Nessa epístola paulina destinada aos cristãos de Tessalônica, na Grécia, há uma exortação aos crentes de manter constância na fé e na santidade. Talvez seja o mais antigo escrito paulino. A epístola oferece esperança para a situação dos cristãos que aguardavam a parousia de Jesus Cristo, mas morreram.
Considerando que Paulo elogia a igreja de Tessalônica por terem deixado os ídolos (1:9) e não fazer referências explícitas à Bíblia Hebraica, parece provável que a congregação era composta inteiramente de gentios.
Epístola de Tiago
A fé no evangelho ocorre de modo embutido nas boas obras para com o próximo.
Epístola destinada a um público cristão geral, sua autoria é creditada a Tiago, o qual é interpretado como o irmão do Senhor e líder da Igreja em Jerusalém.
O historiador Eusébio observou que esta epístola teve lenta aceitação no cânon cristão, apesar do fato de ter um uso regular em muitas igrejas (Hist. Ec. 2.23; 3.25). O Cânon Muratoriano (final do século II) não menciona Tiago, mas a carta foi incluída nos cânones do bispo Atanásio (c. 367 d.C.). Sua canonicidade manteve-se então amplamente estável até a Reforma Protestante, quando Martinho Lutero a moveu (junto com Hebreus, Judas, e Apocalipse) até o final do Novo Testamento na seção chamada de Antilegômena. Segundo Lutero, faltavam elementos essenciais do evangelho e sua mensagem contrastava com outros escritos do Novo Testamento. Contudo, a epístola de Tiago continuou no cânon luterano.
A homília chamada de Primeiro Clemente (c. 95 d.C) é o primeiro documento a utilizar extensivamente esta epístola. Essas alusões são visíveis ao comparar 1 Clem 30.3; 31.2 e Tg 2:14–26; 1 Clem 29.1; 30.1–5 e Tg 4:1–10.
Seu gênero epistolar segue o padrão de outras cartas do Novo Testamento. A introdução é seguida por vários temas específicos: consistência da palavra e ação (1:22-2:13); fé e obras (2:14-26); moderação no falar (3:1-18); relações com os outros e com Deus (4:1–12); e o julgamento vindouro (4:13-5:9). Conclui (5:10-20) com breves exortações sobre as responsabilidades dos destinatários para com outros membros da congregação.
A epístola de Tiago é recepcionada de forma que não faz jus ao seu valor. Frequentemente é contrastada com Paulo em um debate sobre a justificação ou como reação do cristianismo judaico contra a igreja gentia. Na realidade, há poucos paralelos entre Tg 2:14-26 e os ensinos de Paulo sobre os temas da justificação “pela fé sem as obras” (cf. Rm 3.28). Em comum há o uso de Abraão como exemplo em Rm 4:1-25 e Tg 2:20-24. Ambos veem a fé principalmente como confiança em Deus (Rm 4:5; Tg 1,5-6). Ambos concordam que a fé deva produzir obras na vida de uma pessoa (Rm 2,13; Fp 2,12-13; Tg 2,18). No entanto, nem as questões de justificação, nem as relações entre judeus e gentios dentro da igreja são temas do conteúdo desta epístola como um todo.
