Figura de linguagem e tática retórica de representar as ideias ou falas de um interlocutor para discutí-los de modo agressivo para censura, ridicularização ou refutação.
No diatribe o orador presume a presença de um oponente. Sem permissão para responder, a posição do oponente é indicada por declarações ou perguntas retóricas colocadas em sua boca pelo orador.
Serve para fazer objeções hipotéticas e conclusões falsas ou redução ad absurdum.
Notoriamente, Rudolf Bultmann fez sua dissertação doutoral sobre o tema relacionado à retórica paulina. Essa obra padrão apresenta o diálogo imaginário na diatribe. As respostas do oponente são frequentemente tolas e são sumariamente rejeitadas pelo orador.
Nos escritos paulinos aparece notavelmente em Rm 1-11; 1 Cor 6: 12-20; 15:29-41; Gal 3:1-9, 19-22. Outro livro recheado de diatribes é a epístola de Tiago. Há frequentes indícios de diatribes de Jesus com seus interlocutores, principalmente os fariseus (cf. Lc 7:34).
Nos textos paulinos algumas frases indicam a diatribe “de modo algum”, “de modo algum”, “de fato não ”, ou “de forma alguma”. Geralmente são precedidos por peguntas retóricas ou declarações que depois serão disputadas pelo próprio Paulo.
Tradicionalmente fazia parte da oratória popular de filósofos cínicos e estóicos.
BIBLIOGRAFIA
Bultmann, Rudolf Karl. Der Stil der paulinischen Predigt und die kynisch-stoische Diatribe. 1910.
Burk, Denny. “Discerning Corinthian Slogans through Paul’s Use of the Diatribe in 1 Corinthians 6:12–20.” Bulletin for Biblical Research 18, no. 1 (2008): 99-121.
Schmeller, T. “Paulus und die ‘Diatribe’,” NTA 19, Münster, Aschendorff, 1987.
Stowers, Stanley K. The Diatribe and Paul’s Letter to the Romans. SBLDS 57; Chico Ca.: Scholars Press, 1981.