Estrutura de Pedra Escalonada

A Estrutura de Pedra Escalonada, situada na encosta oriental da Cidade de Davi, o núcleo original de Jerusalém, representa um dos achados arqueológicos mais intrigantes e debatidos da região.

Descoberta inicialmente por R.A.S. Macalister na década de 1920, a estrutura foi posteriormente escavada e analisada por Kathleen Kenyon na década de 1960 e por Yigal Shiloh nas décadas de 1970 e 1980, revelando uma construção monumental de terraços de pedra que se elevam por aproximadamente 18 metros.

A estrutura consiste em uma série de terraços de pedra maciça, dispostos em forma curva, que se estendem pela encosta. Sua construção demonstra um planejamento complexo e uma execução laboriosa, sugerindo um investimento significativo de recursos e mão de obra. A natureza robusta da estrutura indica que ela desempenhou um papel crucial na organização e defesa da antiga Jerusalém.

A função exata da Estrutura de Pedra Escalonada permanece um ponto de discussão entre os arqueólogos. Diversas teorias foram propostas, incluindo:

  • Muralha de Sustentação: Uma das interpretações mais comuns é que a estrutura serviu como uma enorme muralha de sustentação, projetada para suportar edifícios ou uma fortaleza construída no topo da encosta. Essa hipótese é reforçada pela sua solidez e pela sua localização estratégica. (Dever, William G., What Did the Biblical Writers Know and When Did They Know It?, Eerdmans.)
  • Millo: A estrutura tem sido associada ao termo hebraico “millo” (מִלּוֹא), que significa “aterro” ou “muralha”, mencionado em diversas passagens bíblicas (2 Samuel 5:9; 1 Reis 9:15, 24; 11:27; 1 Crônicas 11:8; 2 Crônicas 32:5). A associação com o millo sugere que a estrutura desempenhou um papel significativo na defesa e na administração da cidade. (Stern, Ephraim, Archaeology of the Land of the Bible, Doubleday.)
  • Reconstrução Hasmoneia: Israel Finkelstein propôs que a estrutura foi parcialmente reconstruída durante o período Hasmoneu (século II a.C.), indicando uma reutilização ou adaptação da estrutura em um período posterior. (Finkelstein, Israel; Silberman, Neil Asher, The Bible Unearthed: Archaeology’s New Vision of Ancient Israel and the Origin of Its Sacred 1 Texts, Simon and Schuster.)  
  • Complexo Real: Interpretações recentes, como as de Eilat Mazar, sugerem que a Estrutura de Pedra Escalonada fazia parte de um complexo real maior, integrado à Estrutura da Grande Pedra. Esta teoria implica que as duas estruturas funcionavam em conjunto, servindo como base para um palácio ou centro administrativo.

Jebuseus

Os jebuseus, também conhecidos como jebusitas, eram uma tribo cananeia que habitava a cidade de Jerusalém, na época chamada de Jebus. Eles eram descendentes de Canaã, filho de Cam, e faziam parte dos povos que habitavam a terra prometida a Abraão e seus descendentes, conforme descrito em Gênesis 10:16; 15:18-21; Deuteronômio 20:18.

A cidade de Jebus, ou Jerusalém, era uma fortaleza bem defendida, e os jebuseus conseguiram resistir à conquista israelita. A cidade tornou-se um território neutro entre as tribos de Benjamim e Judá.

Os jebuseus foram derrotados pelo rei Davi, que conquistou Jerusalém por volta de 1003 a.C., conforme relatado em 2 Samuel 5:6-9 e 1 Crônicas 11:4-7. Após a conquista, ele fez acordos com os jebuseus que permaneceram na região, como exemplificado em sua interação com Araúna, o jebuseu, ao comprar terras para construir um altar, conforme descrito em 2 Samuel 24:18-25.

Apesar da conquista, os jebuseus continuaram a viver na região por algum tempo, mas foram gradualmente absorvidos pela sociedade israelita. Com o passar dos anos, especialmente após o exílio babilônico, eles desapareceram da história registrada.

Fenícia

A Fenícia é o nome grego da faixa costeira central do Levante, dentro da qual está o moderno estado do Líbano. A Bíblia nunca chama de “Fenícia” a região costeira de Canaã, mas menciona cidades específicas como Sidom e Tiro.

Várias cidades-estados fenícias – Tiro, Sidom, Sarepta, Arvade, Biblos e Beirute – lançaram frotas mercantes ao mar. Os fenícios eram povos cananeus e sua bem atestada língua (foram inventores do alfabeto) é a mesma dos israelitas, constituíndo o hebraico uma mera variante posterior.

 No século X aC, o rei Hiram ou Hirão e Tiro é notoriamente apresentado como um aliado próximo primeiro de Davi (2 Samuel 5:11, 1 Reis 5:1, 1 Crônicas 14:1) e depois de Salomão (1 Reis 9:11), que ajudou o último a construir o templo para o Senhor em Jerusalém. Todavia, Ezequiel 26-28 critica Tiro. Jezabel de Sidom casou-se com o rei Acabe de Samaria, incentivando a adoração de Baal. 

Durante o período assírio, Assurbanípal (668–627 aC) sitiou Tiro, e Nabucodonosor a sitiou por treze anos (586–573 aC; Ezequiel 26:1-28:19). Sidom, ressurgiu como a cidade dominante da Fenícia no período persa (539-330 aC). 

Jesus viajou para esta região (Marcos 7:24; cf. v. 26), bem como primitivos cristãos (Atos 11:19; 15:3; 21:2).