Guerra Sírio-Efraimita

A Guerra Sírio-Efraimita (734–732 a.C.) foi o conflito movido pela coalizão do Reino de Israel, liderado por Peca, com os arameus, liderados Rezim, contra o Reino de Judá liderado por Jotão e mais tarde seu filho Acaz.

O Reino de Israel e e os sírios visavam forçar o Reino de Judá integrar uma frente contra os assírios (2 Re 16; Is 7).

Acaz buscou proteção tornando-se vassalo dos assírios, que por fim destruíram primeiro os arameus e, finalmente, o reino do norte (em 722).

Assurnasirpal II

Assurnasirpal II, reinou na Assíria entre 884 859 a.C., filho de Tukulti-Ninurta I e pai de Salmaneser III. Seu reinado marca o renascimento do Império Assírio, com suas campanhas para o oeste e construções palacianas.

Assurnasirpal invadiu Bit-Adini (Bete-Eden), o estado arameu entre o rio Balih e Eufrates, (2 Re 19:12; Ez 27:23; Am 1:5). Realizou uma grande expedição em 877 via Carquemis e o rio Orontes, alcançando o Mediterrâneo e recebeu tributo das cidades fenícias. Isso levou às marchas posteriores para o Egito e para Israel por seus sucessores.

Assurnasirpal edificou templos e um palácio em Kalhu (Calá de Gn 10:11, 12). O palácio era decorado com baixos-relevos e pinturas que descreviam suas guerras e caças.

Durante seu reinado as populações aramaicas levadas para suas construções na Assíria difundiram sua língua, iniciando o processo de tornar o aramaico língua franca.

Assurbanípal

Assurbanípal, rei da Assíria entre c.669-631 a.C. Tradicionalmente identificado como Osnapar na Bíblia (Ed 4:10). Durante seu reinado, o Império Neo-Assírio atingiu seu auge: era o maior império que já existira e sua capital, Nínive, era provavelmente a maior cidade do mundo.

Assurbanípal construiu a primeira biblioteca sistematicamente organizada e coletou mais de 30.000 tabuletas de argila.

Entre os vinte e dois reis vassalos que prestaram votos de fidelidade e pagaram tributos quando da sua sucessão ao pai Esar-Hadom estaria Manassés de Judá (Minsē em acadiano); Ba’al, rei de Tiro; Qaushgabri, rei de Edom; Musuri, rei de Moabe; Sili-Bel, rei de Gaza; Mitinti, rei de Asquelom; Ikausu, rei de Ecrom.

Assurbanípal manteve a guerra contra o faraó núbio-egípcio Tiraca, aquartelado em Tebas. A destruição de Tebas (No-Amun) foi descrita em Naum 3:8-10 e usada como um exemplo do que aconteceria a Nínive em sua hora. O Egito, equiparado uma “cana quebrada” (2 Re 18:21), não seria uma fonte de segurança.

Em minha primeira campanha, marchei contra Magan, Meluha e Tiraca, rei do Egito e da Etiópia, a quem Esar-Hadom, rei da Assíria, o pai que me gerou, havia derrotado e cujas terras ele colocou sob seu domínio. Este mesmo Tiraca esqueceu o poder de Assur, Istar e dos outros grandes deuses, meus senhores, e colocou sua confiança em seu próprio poder. Ele se voltou contra os reis e regentes que meu próprio pai havia nomeado no Egito. Ele entrou e fixou residência em Mênfis, a cidade que meu próprio pai conquistou e incorporou ao território assírio.

Cilindro Rassam de Assurbanípal (alternativamente, crônicas de Assurbanípal, prisma de Assurbanípal), do ano 643 a.C.

As crônicas de Assurbanípal oferecem um paralelo importante para compreender a composição dos registros reais que foram fonte e o corpo dos livros de Reis.

Senaqueribe

Senaqueribe, em hebraico סַנְחֵרִיב, reinou de 705 a681 aC. como segundo rei da dinastia dos sargônidas da Assíria, fundada por seu pai Sargão II.

Realizou incursões campanhas contra as cidades fenícias, Laquis e cercou Jerusalém. Depois de saquear a Babilônia, ele foi assassinado por seus filhos.

Em 701 a.C., Senaqueribe marchou para conter as revoltas no sul do Levante. Enquanto isso, os revoltosos capturaram o rei de Ecrom, apontado pela Assíria. Esse rei foi levado para Jerusalém acorrentado e entregue a Ezequias, que o aprisionou.

Senaqueribe estava no cerco da cidade de Laquis, por isso enviou seus emissários a Jerusalém para exigir a libertação do rei preso e a rendição da cidade.

Enquanto os oficiais assírios lidavam com o problema em Jerusalém, Senaqueribe capturou Laquis e massacrou sua população. Os sobreviventes foram deportados para regiões da Assíria.

Durante o cerco, Ezequias libertou o Rei de Ecrom e enviou pagamentos em ouro e prata para Senaqueribe em Laquis.

O exército assírio retirou-se de Jerusalém para lutar contra os egípcios em Eltekeh. Depois de derrotarem as forças egípcias sufocaram as rebeliões em Ecrom, Tiro e Sidom.

O relato datado de cerca de 690 a.C. conta que Senaqueribe destruiu 46 das cidades de Judá e cercou Ezequias em Jerusalém “como um pássaro enjaulado”, conforme o Prisma de Senaqueribe.

O Antigo Testamento menciona Senaqueribe em 2 Rs 18:13–19:37 e seu paralelo em 2 Cr 32:1–23. Relato similar aparece em Is 36–37, mas omite o tributo de Ezequias a Senaqueribe.

Segundo o relato bíblico Ezequias se preparou para o ataque de Senaqueribe reconstruindo as defesas de Jerusalém e desviando a água para a cidade (2 Cr 32: 2–8). O túnel de Siloam atesta esses esforços. Senaqueribe então enviou uma segunda delegação para anunciar a destruição de Jerusalém (2 Re 19: 9–13; 2 Cr 32: 9–19). Ezequias novamente recebeu uma profecia de Isaías prometendo que o Senhor os libertaria (2 Re 19:14–34; 2 Cr 32: 20–21). Então, Senaqueribe voltou a Nínive depois que um anjo do Senhor matou 185.000 do exército assírio (2 Re 19: 35–36; 2 Cr 32: 21a). Foi assassinado por seus filhos e sucedido por Esar-Hadom (2 Re 19:37; 2 Cr 32: 21b).

Assíria

A Assíria ocupa a região da alta Mesopotâmia, no norte dos atuais Iraque e Síria, bem como sudeste da Turquia.

Nessa região na idade do Bronze (entre os século XXI e XIV) surgiram várias cidades-estados semíticas. No século X começou a reerger-se formando o Império Neoassírio.

A capital do Império Neoassírio era Nínive. Os assírios conduziram campanhas militares com sucesso por todo o Crescente Fértil. Nessa política expansionista adotaram a violência militar em massa e deportações sistemática como estratégias de dominação. Como meio de sustentar esse império, utilizaram a burocratização e os monumentos político-militares para fins de propaganda, os quais constituem importantes fontes históricas para o período.

No ano 722 a.C. destruíram o reino de Israel, arrasando sua capital Samaria.

Seria conquistado pelos babilônios por volta da virada do século VI a.C.

Os assírios figuram em vários livros bíblicos, sobretudo nos Livros dos Reis, Naum e Jonas.