Safira era esposa de Ananias. Como ele, Safira morreu após mentir sobre uma doação aos apóstolos (Atos 5:1-11).
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Direito na Bíblia
O Direito e as instituições jurídicas no Antigo Testamento, longe de constituírem um sistema monolítico, refletem uma complexa interação de tradições e influências ao longo da história de Israel. Essa diversidade manifesta-se nos diferentes códigos legais encontrados na Bíblia. O Código da Aliança (Êxodo 20-23) apresenta leis casuísticas, concretas e enraizadas nos costumes tribais. O Código Deuteronômico (Deuteronômio 12-26) enfatiza a centralização do culto e a justiça social, refletindo uma sociedade mais complexa e urbanizada. Já o Código de Santidade (Levítico 17-26) prioriza a pureza ritual e a separação do povo de Deus. Essas variações demonstram a adaptação das leis às transformações sociais e religiosas de Israel.
As instituições jurídicas israelitas evoluíram com o tempo. Anciãos e chefes de clã eram inicialmente responsáveis pela administração local da justiça. Com a monarquia, o rei assumiu um papel central, embora sempre sujeito à lei divina. Profetas funcionavam como a consciência crítica da sociedade, denunciando injustiças e exigindo a observância da lei, enquanto sacerdotes interpretavam as normas e resolviam disputas relacionadas à pureza ritual. Essa rede de autoridades evidencia a importância do Direito na manutenção da ordem social e religiosa.
O Direito israelita não se desenvolveu isoladamente. Influências de códigos legais mesopotâmicos, como o Código de Hamurabi, podem ser observadas, especialmente no Código da Aliança. Contudo, Israel adaptou essas influências à sua própria realidade religiosa e social, criando um sistema jurídico único. A lei mosaica também foi reinterpretada ao longo da história, como evidenciado nos ensinamentos dos profetas e na tradição sapiencial.
Apesar das mudanças e da diversidade de códigos legais, certos princípios fundamentais permanecem constantes no Antigo Testamento. Justiça, equidade e compaixão são valores centrais, com ênfase especial na proteção dos vulneráveis, como viúvas, órfãos e estrangeiros. A lei visava promover a harmonia social e o bem-estar da comunidade, refletindo a aliança entre Deus e o povo.
No Novo Testamento, há uma pluralidade jurídica. O povo judeu vivia sob o domínio romano, submetido às leis imperiais para estrangeiros (lex gentiles), e, ao mesmo tempo, às leis mosaicas, interpretadas por líderes religiosos e instituições como o sinédrio e as sinagogas. O Novo Testamento ensina a submissão às autoridades constituídas (Romanos 13:1-7), reconhecendo que estas foram estabelecidas por Deus para manter a ordem social. No entanto, essa submissão não é absoluta, mas condicionada à consciência e aos princípios do Reino de Deus. Quando as leis humanas entram em conflito com a vontade divina, os cristãos devem obedecer a Deus antes de obedecer aos homens (Atos 5:29).
A Igreja, como comunidade de crentes, tornou-se uma instituição jurídica com normas próprias, mas separada do direito estatal. Conflitos internos devem ser resolvidos pacificamente, com base nos princípios do perdão e da reconciliação (Mateus 18:15-17).
Judas
Judas é a versão grega do nome hebraico Judá. Na literatura bíblica esse nome comum refere-se a várias pessoas:
1 Judá ou Judas filho de Jacó (Mateus 1:2-3).
2 Judas, um ancestral de Jesus (Lucas 3:30).
3 Judas Macabeu, o terceiro dos cinco filhos de Matatias, da família dos Macabeus.
4 Judas da Galileia, um líder de uma revolta contra Roma durante o censo de Quirino (Atos 5:37). Josefo credita a ele a fundação da seita dos zelotes.
5 Judas Iscariotes, um dos doze apóstolos, filho de Simão Iscariotes (João 6:71; 13:26), que traiu Jesus. Distinto do outro apóstolo chamado Judas (João 14:22).
6 Judas, filho de Tiago e um dos apóstolos (Lucas 6:16; Atos 1:13; João 14:22). Este é provavelmente Judas Tadeu (Mateus 10:3; Marcos 3:18).
7 Judas, um dos quatro irmãos de Jesus (Marcos 6:3), tradicionalmente identificado como o autor da Epístola de Judas.
8 Judas, um homem para cuja casa em Damasco o cego Saulo foi levado (Atos 9:11).
9 Judas Barsabás, emissário da igreja de Jerusalém escolhido junto com Silas para acompanhar Paulo e Barnabé de volta a Antioquia para comunicar o decreto apostólico (Atos 15:22-23). Talvez fosse irmão de José (Atos 1:23).
