Tel-Dan

Dã, Dan ou Tel-Dan (תל דן), ou ainda, Laís (ou Leshem) no período cananeu, é uma cidade antiga situada no norte de Israel, no sopé do Monte Hermon. Este sítio arqueológico é especialmente significativo tanto por sua longa história de ocupação, que se estende desde o período neolítico até cerca do ano 500 d.C., quanto por suas ligações com eventos bíblicos e inscrições arqueológicas notáveis.

Dan está localizada na região da Galileia, no norte de Israel. A cidade está cercada por montanhas ao norte e ao leste, sendo próxima das montanhas do Hermon e do sul do Líbano. A área é marcada por uma fertilidade notável, devido às águas que descem das neves derretidas do Monte Hermon e que fluem até o Rio Jordão. Essa vegetação exuberante contrasta com as regiões mais áridas ao redor.

Na Bíblia, a primeira menção a Dã ocorre em Gênesis 14:14, quando Abraão persegue os reis que haviam capturado seu sobrinho Ló. No entanto, o nome “Dã” aqui é anacrônico, já que a cidade era conhecida como Laís antes da conquista israelita descrita no Livro de Juízes (Juízes 18:29).

Originalmente, a tribo de Dã teria recebido terras na costa sul, mas parte da tribo migrou para o norte e conquistou Laís. Após a destruição da cidade, os danitas renomearam o local como Dã. A cidade tornou-se um importante centro de culto religioso, especialmente durante o reinado de Jeroboão, quando este ergueu um templo com um bezerro de ouro em Dã (1 Reis 12:26-33), em uma tentativa de impedir os israelitas de viajarem a Jerusalém.

O monte de Tell-Dan cobre uma área de aproximadamente 50 acres e está situado em uma planície fértil, a cerca de 40 quilômetros ao norte do Mar da Galileia. As escavações em Tell-Dan começaram apenas em 1966 e revelaram uma rica estratificação arqueológica que data desde o período neolítico.

Durante o Período do Bronze Médio (2000-1750 a.C.), a cidade foi cercada por fortificações maciças, incluindo uma impressionante porta feita de tijolos de barro, que é considerada uma das mais antigas estruturas arqueológicas preservadas deste tipo em Israel. Essa porta é conhecida popularmente como a “Porta de Abraão”, referindo-se ao episódio bíblico de Gênesis 14.

No Período do Ferro, as escavações revelaram vestígios de um complexo religioso, corroborando o relato bíblico da importância de Dã como um centro de culto. Entre os objetos encontrados estão lamparinas, um altar de incenso e ossos de animais sacrificados.

Uma das descobertas mais importantes em Tell-Dan é a Inscrição de Tel Dan, encontrada em 1993. Trata-se de um fragmento de estela com inscrições em aramaico que pode ser lido uma menção a “Casa de Davi”, sendo considerada a primeira evidência arqueológica direta da existência do rei Davi e sua dinastia.

Tel-Dan enfrentou várias invasões ao longo dos séculos, incluindo a captura pelos arameus e posteriormente pelos assírios, que destruíram as defesas da cidade por volta de 732 a.C. A cidade foi novamente destruída durante a invasão babilônica no século V a.C., permanecendo abandonada até o período helenístico.

No período romano, a área de Dan continuou a ser habitada e é mencionada por historiadores como Flávio Josefo, que se refere ao local como “Dafne”. Dan continuou a ser ocupada até o período bizantino, mas foi eventualmente abandonada no século IV d.C. No século XIX, exploradores identificaram o local como Tell el-Qadi, um nome que faz referência ao significado de “Dan” em hebraico: “juiz”. As escavações no local foram lideradas por Avraham Biran a partir de 1968.

Danitas

Os danitas ou a tribo de Dã era uma das doze tribos de Israel, descendente do quinto filho de Jacó, A bênção de Jacó sobre Dã em Gênesis 49:16-18 ressalta seu papel de julgar seu povo e o compara a uma serpente que ataca de forma furtiva, o que é frequentemente interpretado como uma referência às táticas de guerra da tribo.

A tribo de Dã inicialmente teve como lote a terras na região do Vale de Aijalom, entre Manassés e Efraim, mas teve dificuldades em manter esse território. Como resultado, a tribo migrou para o norte e conquistou a cidade de Laís, renomeando-a como Dã (Juízes 18). Após essa migração, a tribo tornou-se conhecida pela associação com a idolatria. Em Juízes 18:30-31, os danitas instalaram imagens esculpidas em Laís, e posteriormente, o rei Jeroboão estabeleceu um centro de culto idólatra em Dã, onde colocou bezerros de ouro (1 Reis 12:25-30).

A tribo de Dã teve o juiz Sansão. Este danita travou batalhas contra os filisteus, em um período de grande opressão. No entanto, a tribo não aparece em algumas listas tribais, como em 1 Crônicas 2–8 e em Apocalipse 7:4-8.

De acordo com Josué 19:40–46, Dã recebeu o sétimo lote de terra em Canaã. Muitas cidades estão incluídas neste território, incluindo Zorá e Estaol.

Josué 19:47 relata que os danitas migraram para o norte porque “o território dos filhos de Dã foi pouco (ויצא, wyts’) para eles”. Esta frase pode ser entendida de três maneiras:

  1. Pode significar que “saiu muito pouco para eles”, indicando que o território original de Dã era muito pequeno para a população da tribo.
  2. os danitas não tiveram sucesso em sua tentativa de derrotar os residentes cananeus.
  3. após uma vitória inicial dos danitas, os cananeus derrotaram os danitas e os forçaram a sair do território.

Como parte do Reino de Israel, o território de Dã foi conquistado pelos assírios e muitos na tribo foram exilados ou fugiram para o sul do reino de Judá, perdendo-se assim toda a sua história.

  1. ou Dan (דן, dn; Δάν), filho de Jacó: Quinto filho de Jacó, nascido de Bila, serva de Raquel. Foi o fundador da tribo de Dã. (Gênesis 30:6; 35:25)

Dã foi o quinto filho de Jacó, nascido de Bilá, concubina de Jacó, a quem Raquel deu para que pudesse ter filhos em seu nome, pois era estéril. A história de seu nascimento em Gênesis 30:1-8, relata que Raquel, incapaz de conceber, afirma que Deus a “julgou” ao dar-lhe um filho através de Bilá, por isso o nome “Dan,” que em hebraico significa “julgar” ou “vindicar”.

Dã é o antepassado epônimo da tribo de Dã, uma das doze tribos de Israel. Aparece em várias listas dos filhos de Jacó, como em Gênesis 35:22-27, onde é o nono filho mencionado. Em Êxodo 1:1-5, aparece como o oitavo na lista daqueles que imigraram para o Egito, e em 1 Crônicas 2:1 é listado como o sétimo filho, o que pode indicar uma posição de destaque por ser o primeiro filho de Raquel por meio de uma substituta.

No final de sua vida, Jacó dá a Dã uma bênção que o compara a uma serpente venenosa que ataca o cavaleiro ao morder o calcanhar do cavalo, uma possível referência à conquista de Laís pelos guerreiros da tribo de Dan (Gênesis 49:16-17).

2. Tribo de Dã

3. Tel-Dan

Bilá

  1. Bilá, em hebraico בִּלְהָה, “despreocupada, modesta, simples”. Foi a serva de Raquel com a qual Jacó teve os filhos Dã e Naftali. (Gn 29-35). Ela foi um instrumento na luta de fertilidade entre Raquel e sua irmã Lia, esposas de Jacó.

Outro filho de Jacó, Rubem, dormiu com Bilá; considerado um ato incestuoso (Gn 35:22).

2. Bilá também era uma povoação no sul de Judá (1 Crônicas 4:29). É chamada Balá em Josué 19:3, no território da tribo de Simeão.