Diatessaron

Diatessarão ou Diatéssaron ( c. 172 d.C.) é uma harmonia dos evangelhos criado por Taciano, o Assírio, no final do século II.

Seu nome, derivado do termo grego “dia tessaron”, que significa “através dos quatro” evangelhos, reflete seu propósito de combinar as narrativas de Mateus, Marcos, Lucas e João em um único relato coerente da vida e dos ensinamentos de Jesus Cristo.

Apesar de sua ampla influência, o manuscrito original completo do Diatessaron não sobreviveu. No entanto, existem fragmentos e referências a ele em vários idiomas, incluindo grego, siríaco, árabe, latim e armênio. Um fragmento de papiro grego do século III foi descoberto em 1933 em Doura-Europus, Iraque. Provavelmente Taciano compôs o Diatessaron em grego ou siríaco, embora a língua original permaneça em debate.

Taciano organizou meticulosamente os relatos dos Evangelhos, organizando os versículos em uma sequência única. Omitiu informações duplicadas e harmonizou aparentes contradições, resultando em uma narrativa condensada. O Diatessaron de Taciano foi altamente considerado e amplamente utilizado nas primeiras comunidades cristãs. Seria o evangelho canônico para as comunidades siríacas até o século IV.

Apesar das tentativas de suprimi-lo, o impacto do Diatessaron no pensamento cristão primitivo e na interpretação das escrituras persistiu.

Os manuscritos sobreviventes do Diatessaron apresentam variações no texto, na ordem e no conteúdo. O manuscrito do Vaticano e o manuscrito Borgiano são exemplos notáveis, apresentando diferentes arranjos e influências de outras tradições evangélicas. As versões armênia e árabe do Diatessaron também refletem seu uso e adaptação generalizados.

O Diatessaron de Taciano oferece informações valiosas sobre a compreensão cristã primitiva dos Evangelhos. Reflete o desejo de apresentar um relato coerente da vida e dos ensinamentos de Jesus, ao mesmo tempo que esclarece as diversas práticas textuais e interpretativas das primeiras comunidades cristãs.

Narrativa da Paixão

A Narrativa da Paixão refere-se aos relatos do sofrimento, crucificação e morte de Jesus Cristo, conforme descritos nos quatro Evangelhos canônicos do Novo Testamento: Mateus, Marcos, Lucas e João.

Esses relatos, muitas vezes chamados de “Evangelhos da Paixão”, fornecem narrativas detalhadas dos eventos que levaram à crucificação de Jesus, incluindo sua prisão, julgamento e os eventos que se desenrolaram no dia de sua crucificação.

As passagens da paixão encontram-se em Mateus 26:30–27:66, Marcos 14:26–15:47, Lucas 22:39–23:56 e João 18:1–19:42. Há hipóteses de que, ao menos os sinóticos, tenha uma fonte comum acerca da narrativa da paixão.

Tetramorfos

Os tetramorfos são representações simbólicas dos quatros seres próximos a Deus na tradição visionária cristã. Seriam os quatro seres viventes do Livro de Ezequiel 1:10 e Apocalipse 4:7.

Aparecem nas artes como na união dos símbolos dos Quatro Evangelistas associados a uma das criaturas, geralmente representadas com asas. Comumente (mas não de modo uniforme) seriam Mateus o homem, Marcos o leão, Lucas o boi e João a águia.

Evangelho de Pedro

Evangelho de Pedro é uma obra pseudepígrafa (falsamente atribuída) a Pedro, datada de cerca de 150 d.C.

Esse evangelho apócrifo é um evangelho da paixão, ou seja, discorre sobre a condenação, crucificação e ressurreição de Jesus. Como a obra infere de que o corpo de Cristo tinha apenas a aparência da realidade, Serapião, bispo de Antioquia (c. 190),diz que era de autoria de um docetista.

Apresenta a crucificação sem constar um ato de expiação. Afirma que os soldados romanos e autoridades judias testemunharam sua crucificação. Jesus é levado da cruz, mas sua morte não é mencionada explicitamente.
Dois seres sobrenaturais entram na tumba e três emergem. Não há menção de testemunhas que viram Jesus vivo depois da cena da tumba.

Apesar de muitos eruditos associarem esse escrito com os gnósticos, não possui a cosmologia característica da maioria desses movimentos.

José de Arimateia

José de Arimateia foi o responsável pelo sepultamento de Jesus após sua crucificação. (Mt 27:57-60; Marcos 15:42-46; Lucas 23:50-53; João 19:38-42).

A localização de sua cidade, Arimateia, é incerta. Arimateia é identificada com Rentis (a leste de Jaffa), er-Ram (ao norte de Jerusalém) ou el-Birah-Ramallah (ao norte de Jerusalém).