Edith Stein

Edith Stein (1891-1942) foi uma teóloga católica e mártir alemã.

Nascida em uma família judia ortodoxa, a caçula de onze crianças aderiu ao ateísmo na adolescência. Durante a Primeira Guerra Mundial, Stein foi voluntária da Cruz Vermelha. Estudou e doutorou-se em filosofia (a primeira mulher a receber tal doutorado na Alemanha), sob influência de Edmund Husserl, interessando-se pela fenomenologia.

Em 1922 converteu-se a Cristo ao ler Teresa d’Ávila, sendo batizada como católica. Banida da universidade pelos nazistas, entrou para a ordem das Carmelitas Descalças em Colônia. Foi presa nos Países-Baixos pela Gestapo e deportada para o campo de extermínio em Birkenau.

Desenvolveu uma teologia sobre as mulheres, defendendo o direito feminino ao acesso à educação e sua vocação profissional. Sua teologia parte da unidade do ser humano e na diferenciação dos gêneros. À mulher deveria ser garantido seu desenvolvimento humano, feminino e individual. Tomou como modelo a pessoa de Maria.

Stein foi pioneira de uma teologia que considera o judaísmo de Jesus Cristo e da Igreja Primitiva. Denunciou e rejeitou o antissemitismo. Sua teologia da cruz visava a união com Cristo.

Como filósofa, estudou a empatia como um meio de compreender o Outro através de si. Desse modo, a apreensão da realidade ocorre mediante a empatia.

Pedro Abelardo

Pedro Abelardo (em francês Pierre Abélard; Latim: Petrus Abaelardus ou Abailardus) (c. 1079 – 1142) foi um filósofo escolástico francês medieval.

Nascido na Bretanha, tornou-se um professor em Paris. Suas atividades na cidade marcou a transição da teologia como uma atividade monástica para um ambiente universitário. Nesse ambiente, foi um professor popular.

Tratou os autores da antiguidade clássica com respeito em tempos que eram desconsiderados por serem “pagãos”.

Promoveu o conceitualismo como solução para o problema dos universais. Em sua ética, passou a considerar a intenção ao invés dos resultados ou dos atos em si.

Ficou conhecido por seu caso de amor trágico com sua brilhante aluna e eventual esposa, Heloísa (Héloïse d’Argenteuil). Defendia os direitos das mulheres, inclusive seu acesso à educação. Foi castrado por ordem do tio abusivo de Heloísa. Depois disso, o casal passou a viver separadamente em vida monástica.

Dentre suas doutrinas estão o conceito de limbo e a teoria da influência moral da expiação. Na ética, propôs o intencionalismo.

Sua obra mais famosa é Sic et Non, que apresenta opiniões conflitantes sobre questões teológicas e filosóficas.

SAIBA MAIS

Abelardo, Pedro. Ética de Pedro Abelardo. Traduzido, editado e anotado por Marcio Chaves-Tannús. Edufu, 2015.

Numênio

Numênio foi um filósofo grego nativo de Apamea, na Síria, e possivelmente lecionou em Roma durante a última metade do século II d.C. Talvez seja o único filósofo grego que tenha estudado explicitamente Moisés, os profetas e a vida de Jesus.

Familiarizado com as ideias dos gregos, egípcios, brâmanes e magos; Numênio tratou as Escrituras hebraicas e os ensinos cristãos com respeito. Ele se refere a Moisés simplesmente como “o profeta”, tal como Homero é “o poeta”. Descreve Platão como um Moisés grego.

Apesar do caráter eclético de Numênio, seus escritos o situam no médio-platonismo e no neo-pitagorismo. Seu impacto na filosofia foi considerável no platonismo posterior, mais notavelmente em Plotino (III d.C.) e Porfírio (III e IV d. C.). Sua obra só resta em fragmentos citados por outros filósofos e autores patrísticos.

A familiariedade de Numênio com as escrituras hebraicas e cristãs atesta a circulação e disponibilidade delas já nos meados do século II d.C. fora do âmbito cristão e judeu.

Epicurismo

Uma escola filosófica iniciada por Epicuro (341–270 aC). Ensinava que o objetivo da vida deveria ser maximização do prazer e da minimização da dor. Assim, seria possível atingir a ataraxia, “tranquilidade”.

Os epicuristas acreditavam que a tranquilidade era alcançada por meio do aprendizado e da prática daquilo que constitui uma vida virtuosa: ter amigos íntimos, evitar pessoas negativas e não ter medo dos deuses distantes, do julgamento ou da vida após a morte.

No período helenista o epicurismo teve suas inserção no judaísmo. Talvez fossem os saduceus a versão judaica do epicurismo.

No Novo Testamento, a única mençã9 explícita aos epicuristas acontece em At 17, quando Paulo debateu com alguns deles em Atenas.

Filosofia

A filosofia, em grego “o amor à sabedoria”, assume uma diversidade muito ampla de significados e conotações.

No mundo greco-romano, “a filosofia foi dividida em três ciências: física (lidando com o cosmológico e o mundo natural), ética e lógica (incluindo um pouco a dialética e outras atividades de fala).

Embora como disciplina, pensadores mesopotâmicos, egípcios, indianos e chineses tenham desenvolvido uma forma institucionalizada de busca da Sabedoria, os gregos a sistematizaram e transmitiram à civilização ocidental.

A literatura sapiencial no Antigo Testamento, a filosofia de Fílon de Alexandria, o corpus joanino e paulino no Novo Testamento. No entanto, em Cl 2:9, Paulo se refere a algo tão prejudicial ao cristianismo como “filosofia”. Isso está alinhado com a crítica que Paulo faz à sabedoria humana quando comparada com a revelação divina (cf. 1 Co 1:18-25; 2 Co 2:6-16; At 17:16-34).

Durante o período patrístico, a recepção cristã da filosofia era ambígua (Justino Mártir e Clemente de Alexandria viam o pensamento cristão como uma filosofia superior, Tertuliano o desprezava).

Durante a idade média, as igrejas foram responsáveis por preservar a filosofia greco-romana, que se confundiu com a teologia.

O Renascimento e a Reforma marcaram uma separação entre filosofia e teologia.

Atualmente, muitos filósofos discutem as implicações da doutrina cristã com um raciocínio filosófico.