James Denney

James Denney (1856-1917) foi um teólogo e pregador escocês, ligado à Igreja Livre da Escócia e professor de teologia sistemática no Free Church College em Glasgow, onde lecionou de 1889 até sua morte em 1917.

A teologia de Denney estava enraizada na tradição evangélica reformada, com ênfase na soberania de Deus e na centralidade da cruz de Cristo. Acreditava que a expiação era o cerne do evangelho e que a obra de Cristo na cruz era a única base para a salvação. Contudo, rejeitava uma concepção penal (forense, legal ou judicial) de expiação. Antes considerava que a morte de Cristo pelos pecadores foi baseada em uma relação pessoal, universal e moral entre os pecadores e Cristo. Todavia, sua obra máxima sobre o assunto, The Death of Christ, ainda hoje é citada para a defesa de uma teoria de substituição penal de expiação.

A teologia de Denney também voltava-se à aplicação prática do evangelho na vida dos crentes. A teologia nunca deveria ser um fim em si mesma, mas deveria estar sempre voltada para a transformação de vidas. Fundamentando a homilética como disciplina teológica, escreveu muito acerca da pregação e sua importância de pregar o evangelho de forma clara e convincente.

“Nenhum homem pode dar a impressão de que é inteligente e que Cristo é poderoso para salvar”. Esta citação reflete a sua profunda convicção de que o poder do evangelho não está na inteligência ou eloquência humana, mas na poderosa obra de Cristo na cruz.

Bond van Vrije Evangelische Gemeente

A Bond van Vrije Evangelische Gemeente, ou a Liga das Congregações Evangélicas Livres (VEG) são um a denominação protestante holandesa na tradição das igrejas livres.

A história do VEG remonta a meados do século XIX, quando congregações independentes surgiram ao lado da Igreja Reformada Holandesa e da Secessão de 1834. Figuras notáveis como Jan de Liefde, Hermanus Willem Witteveen e Hubert Jacobus Budding desempenharam papéis significativos na formação inicial do movimento.

A Liga das Congregações Evangélicas Livres foi instituído em 1879, unindo inicialmente cinco comunidades. Foi influenciada pelo ministério de D. L. Moody, Ira Sankey e pelo movimento de Keswick. Desde seu início adotou uma postura não credal, valorizando o evangelismo.

Sua forma congregacional é baseada na independência, sem um sínodo ou estrutura de autoridade sinodal. Localmente, é governada por um corpo de presbíteros e diáconos. Influenciado pelo movimento Réveil do século XIX e vários reavivamentos evangélicos, o VEG também mostra influências do Movimento Litúrgico em algumas congregações.

O VEG tem afiliações com organismos internacionais como a Federação Internacional de Igrejas Evangélicas Livres, a Comunhão Mundial de Igrejas Reformadas e o Conselho de Igrejas na Holanda. Eles também mantêm conexões com outras denominações protestantes, como os batistas na Holanda. Os VEG valorizam sua independência e enfatizam seus propósitos missionários e evangélicos.

Teologicamente é uma denominação evangelical aberta e não credal (ou seja, ser aderir a confissões de fé como instrumento normativo). Seu motto presente no selo denominacional descreve sua fé comum “ICHTUS: Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador.” Por sua vez, é expandido como “Jesus Cristo, o Filho de Deus, como foi prometido no Antigo Testamento e revelado no Novo Testamento, como o Cabeça da Igreja e o Salvador do mundo.”

Celebram a Santa Ceia e o batismo. O batismo é tido como simbólico, podendo ser ministrado a filhos de membros ou para adultos, embora essa última posição prevaleça. Contudo, reconhece como válido os batismos adulto e infantil de outras denominações reformadas e evangélicas holandesas.

Gregory A. Boyd

Gregory A. Boyd (1957- ) é um teólogo, biblista e pastor evangélico americano associado ao neo-anabatismo.

Defende o pacifismo cristão e uma compreensão não violenta de Deus. Originalmente criado como católico romano, tornou-se ateu na adolescência até se converter ao pentecostalismo unicista. Mais tarde aderiu aos batistas.

Estudou na Universidade de Minnesota, Yale Divinity School e Princeton Theological Seminary.

Discute o teísmo aberto, acerca da natureza dinâmica e pessoal do relacionamento de Deus com a humanidade. Discorre também sobre Satanás, o problema do mal, a guerra espiritual e demonologia. É adepto do condicionalismo cristão ou aniquilacionismo.

Critica o cristianismo evangélico americano por estar muito politizado. O Reino de Deus sempre se parece com Jesus, sem procurar manter o controle ou o poder sobre os outros, mas servindo-os e amando-os com abnegação. Portanto, o evangelho não pode ser associado a nenhuma ideologia política ou nacionalista.

Sua congregação, Woodland Hills Church em St. Paul, Minnesota, era originalmente batista, mas em 2019 tornou-se não denominacional, cooperando com grupos anabatistas.

As obras influentes de Boyd incluem “Deus do Possível” (2000) e “O Mito de uma Nação Cristã” (2005).

Pilgram Marpeck 

Pilgram Marpeck (morte em 1556) foi um teólogo e líder anabatista do sul da Alemanha.

Sua obra teológica maior foi a Verantwortung (Apologia ou Defesa). Explica o batismo e a santa ceia.

Um escritor influente em sua época, mas esquecido mesmo entre os anabatistas posteriores, recebeu um renovado interesse no século XX como um expoente do pensamento teológico da Reforma anabatista. Stephen Boyd resume sua avaliação:

Pesquisas recentes se concentraram na importância e implicações da encarnação para a cristologia, soteriologia (salvação), eclesiologia, ética, teologia sacramental (comunhão) e hermenêutica de Marpeck. (…) Em seus argumentos com Schwenckfeld, Entfelder e Bünderlin, Marpeck afirmou a divindade de Cristo, mas enfatizou a humanidade física e histórica de Cristo. O “Espírito irrestrito”, derramado na morte de Cristo, reuniu aqueles que voluntariamente o receberam no “corpo não glorificado” de Cristo na terra, que esperava a união com seu “corpo glorificado” no céu. A recepção do Espírito, justificação, que é selada pelo batismo, a “aliança da boa consciência” (Sebastian Franck, Bernhard Rothmann, Schiemer e Schlaffer), reordena progressivamente a vida (Schwenckfeld, Theologie Deutsch), afeta a santificação e leva à um compromisso com a justiça, não apenas internamente perante Deus, mas também externamente perante a humanidade. Por causa da natureza irrestrita do Espírito de Cristo, Marpeck criticou a busca dessa justiça por meio da espada civil (por exemplo, seus argumentos contra teólogos protestantes e católicos) ou legalismo coercitivo (por exemplo, sua objeção a essas tendências entre os huteritas e irmãos suíços). Devido ao caráter decisivo da encarnação, ele insiste que a Antiga e a Nova Aliança devem ser distinguidas (Schwenckfeld) e que a Bíblia é compreendida adequadamente apenas no contexto de e por toda a comunidade de crentes. — Stephen B. Boyd

BIBLIOGRAFIA

Boyd, Stephen B. Pilgram Marpeck: His life and social theology. Duke University Press, 1992.

Marbeck, Pilgram, and William Klassen. “The Writings of Pilgram Marpeck.” Classics of the radical reformation 2 (1978).

Loserth, Johann, John C. Wenger, Harold S. Bender and Stephen B. Boyd. “Marpeck, Pilgram (d. 1556).” Global Anabaptist Mennonite Encyclopedia Online. 1987. Web. 1 Sep 2022. https://gameo.org/index.php?title=Marpeck,_Pilgram_(d._1556)&oldid=166258.

Declaração de Princípios da Igreja Cristã Livre na Itália

Em 1870 a Igreja Cristã Livre na Itália adotou essa seguinte declaração de Princípios. Esses artigos de fé refletem a teologia do risveglio e uma busca pela unidade entre evangélicos italianos. Certamente constituem um predecessor dos artigos de fé de Niagara Falls de 1927, com o qual compartilha muito de sua estrutura e terminologia.