Elias Levita

Elias Levita (1469-1549) foi um filólogo e biblista judeu renascentista que fez contribuições significativas para o estudo da gramática e lexicografia hebraica.

Nascido na Alemanha, Levita era um membro proeminente da comunidade judaica ashkenazi.

A obra mais famosa de Levita é seu Meturgeman, um abrangente dicionário e gramática hebraico-aramaico. O Meturgeman foi publicado pela primeira vez em 1541 e rapidamente se tornou uma ferramenta essencial para os estudiosos do hebraico e do aramaico. Contém mais de 15.000 entradas, organizadas em ordem alfabética e inclui explicações detalhadas de estruturas gramaticais, bem como numerosos exemplos de como as palavras são usadas no contexto. O Meturgeman também inclui um índice abrangente de passagens bíblicas e rabínicas citadas no texto, tornando-o um recurso valioso para estudiosos da literatura judaica.

Além do Meturgeman, Levita também escreveu várias outras obras sobre gramática e lexicografia hebraica, incluindo um livro de gramática hebraica e vários comentários sobre textos bíblicos e rabínicos. Publicou uma Concordância em 1521.

Também foi autor de uma novela de cavalaria em iídiche, marcando o início literário dessa língua.

Menahem ben Saruq

Menahem ben Saruq (c. 920-c. 970) foi um gramático, lexicógrafo e poeta judeu que viveu na Espanha islâmica. Foi pioneiro da gramática e lexicografia hebraica.

A principal contribuição de Menahem ben Saruq para os estudos hebraicos foi o desenvolvimento de uma abordagem sistemática para o estudo da lexicografia hebraica. Sua obra mais importante, o “Mahberet” (Thesaurus), foi um dicionário abrangente da língua hebraica que incluiu mais de 4.000 verbetes.

Hasan Bar Bahlul

Hasan Bar Bahlul, também conhecido como Olaph-Dolath, foi um poeta e filólogo que viveu no século X dC.

Bar Bahlul realizou seus extensos trabalhos no campo da língua e literatura árabe, incluindo o léxico, Al-Kamel fi al-Lughah (O [livro] completo sobre a linguagem).

Este léxico é um dicionário abrangente da língua árabe, contendo mais de 30.000 verbetes. Cobre uma ampla área de tópicos, incluindo gramática, sintaxe, semântica e etimologia. Também inclui exemplos de uso e explicações dos significados e contextos de várias palavras e frases.

O léxico inclui verbetes para muitas palavras e frases encontradas na Bíblia e em outros textos religiosos. É um recurso para entender o significado e o contexto dessas palavras.

Hasan Bar Bahlul era bem versado em língua e literatura siríaca, e seu léxico inclui muitas entradas relacionadas ao vocabulário e gramática siríaco. Isso torna o léxico um recurso valioso para estudiosos que estudam textos siríacos, pois fornece informações sobre os significados e o uso de palavras e frases siríacas.

O léxico de Hasan Bar Bahlul é uma das obras mais importantes sobre a língua árabe . Foi traduzido para vários idiomas, incluindo persa e turco, e teve um impacto significativo no desenvolvimento e padronização do árabe como língua escrita e falada.

David ben Abraham al-Fasi

David ben Abraham al-Fasi (ou Alfasi) (morte em 1026) foi um lexicógrafo e biblista originário de Fes, Marrocos.

Al-Fasi nasceu em uma família judia caraíta, o que implicava em estudar somente a Bíblia hebraica como fonte da lei e prática judaica. Mudou-se para a Palestina, onde compilou seu dicionário.

David ben Abraham al-Fasi tornou-se um estudioso prolífico e uma autoridade respeitada em lexicografia hebraica. Sua contribuição mais significativa para este campo foi o Kitāb Jāmiʿ al-Alfāẓ, também conhecido como “O Livro dos Significados Coletados”. Este foi um dos primeiros dicionários judaico-árabe conhecidos e o primeiro dicionário de hebraico bíblico.

Neste trabalho, David ben Abraham al-Fasi classificou as raízes das palavras hebraicas de acordo com o número de suas letras. Esse sistema facilitou a busca de palavras no dicionário e permitiu que os leitores entendessem o significado de palavras desconhecidas na Bíblia Hebraica.

O Kitāb Jāmiʿ al-Alfāẓ não era apenas um recurso valioso para estudiosos do hebraico, mas também um importante artefato cultural por si só. Foi escrito em judaico-árabe, uma língua que misturava hebraico e árabe e era falada por comunidades judaicas em todo o Oriente Médio e Norte da África. O dicionário ajudou a preservar esse idioma único e a herança cultural do povo judeu que o falava.

Sanctus Pagninus

Santes (Sacte, Sanctus ou Xantes) Pagnino ou em latim Xanthus Pagninus, também Sante Pagnini ou Santi Pagnini (1470–1536), foi um frade dominicano e biblista italiano, cuja versão latina da Bíblia foi altamente elogiada no século XVI.

Em 1516 foi para Roma, onde o Papa Leão X incentivou seu trabalho. De 1523 a 1526 viveu em Avignon, depois se estabeleceu em Lyon. Em 1529, Pagninus publicou um léxico hebraico, Thesaurus linguae sanctae. Publicou também um Psalterium tetraglottum, uma edição poliglota de 29 salmos. Publicou também um manual Enchiridion ChaldaicumHebraicae institutiones.

Pagninus começou sua tradução por volta do ano de 1493 e a completou antes de 1520, utilizando textos em hebraico e grego. Desde Jerônimo, foi o primeiro biblista a ter um domínio amplo tanto das principais línguas para os estudos bíblicos como também domínio da filologia aplicada à exegese bíblica. Sua Veteris et Novi Testamenti nova translatio, publicada em Lyon em 1527 influenciou grandemente as traduções da era da Reforma, quer em línguas vernáculas, quer na revisão da Vulgata. Trata-se de uma tradução altamente literal e destinada para uso de eruditos. Essa diglota hebraico-latim seria usada por tradutores e ganharia ampla aceitação, rara na época, entre judeus, protestantes e católicos.

Foi a edição mais antiga dividida em versos numerados. Os apócrifos, pela primeira vez em uma Bíblia latina impressa, formam uma seção separada no final do Antigo Testamento. Contudo, as versificações posteriores, especialmente as propagadas por Estienne e Clemente VII ganharam maior aceitação.