O Rolo do Templo, identificado com a sigla 11QTa, é um dos documentos mais extensos e notáveis entre os Manuscritos do Mar Morto. Com cerca de 9 metros de comprimento, é o mais longo dos manuscritos encontrados, composto por 65 colunas distribuídas em 19 fragmentos de couro. Escrito em hebraico, utiliza o estilo herodiano, típico do final do período do Segundo Templo. Seu conteúdo concentra-se em descrições detalhadas de um templo idealizado, abordando arquitetura, práticas litúrgicas, sacrifícios e festivais, além de material bíblico reescrito, principalmente de Êxodo a Deuteronômio, com variações e acréscimos.
O Rolo apresenta uma visão única do templo, diferente da descrição do Templo de Salomão na Bíblia Hebraica. Essa discrepância sugere que o autor ou os autores consideravam este modelo ideal como o verdadeiro templo revelado a Moisés, possivelmente esquecido ou ignorado ao longo do tempo. O texto oferece detalhes legais e ritualísticos, refletindo as crenças de um grupo judaico provavelmente associado à comunidade de Qumran. Destaca perspectivas específicas sobre pureza, santidade e a observância adequada das leis religiosas, proporcionando um panorama do ambiente religioso e social do judaísmo do Segundo Templo, marcado pela diversidade de práticas e crenças.
O tema da pureza é central no manuscrito, com regulamentações detalhadas sobre a manutenção da santidade no templo e na vida cotidiana. A centralidade do templo como núcleo da adoração e identidade judaica é outro ponto recorrente. Ademais, o rolo apresenta um código legal abrangente, combinando leis bíblicas com novas interpretações e acréscimos.
Pesquisadores continuam a estudar o Rolo do Templo, debatendo questões como autoria, data de composição e sua relação com outros Manuscritos do Mar Morto e textos judaicos. Apesar das incertezas, o Rolo permanece uma peça crucial para compreender o judaísmo do Segundo Templo e a visão teológica de grupos dissidentes daquela época.
